DEPOIS DE VOLTAREM PARA O HOTEL, todos eles puderam fazer algo que já estava fora da rotina há uns bons dois dias. Relaxar.
Jade não sabe o que significa essa palavra há muito tempo, desde antes de se envolver no caso de Rachel, e pela primeira vez é bom ter algumas horas sem nenhuma preocupação na cabeça junto de pessoas a quem ela pode chamar de amigos. Não sabia o quanto precisava desse momento até o ter.
Agora, depois de ter ligado para sua mãe e explicado por alto como ela e Jason estão e tudo o que aconteceu — excluindo a parte da explosão no convento — Jade se encontra na varanda de um dos quartos ao lado de Dick, observando Gar e Rachel conversando juntos no estacionamento.
— Acha que eles estão bem? — Dick questiona com o olhar voltado para os dois jovens, que riem juntos de alguma coisa que ela fez.
— Agora sim. — Jade responde, também os olhando. — São bonitos juntos.
— É bom vê-la como uma jovem normal.
— Pois é. Tá aí uma palavra com a qual estamos nos desacostumando. — O comentário o faz voltar seu olhar para a mesma.
— Por que acha que estão atrás dela? — Jade dá de ombros com isso, balançando a cabeça. Ela gostaria que a resposta pudesse ser simples.
— Eu não sei. Talvez tenha a ver com a profecia que Kory disse.
— Que ela vai gerar o fim do mundo?
— Ou detê-lo. — Dick pensa que essa é uma opção melhor, porém logo em seguida abandona o pensamento, afinal, ele nem ao menos sabe se acredita nessa teoria.
— Bobagem. As pessoas inventam histórias sobre coisas que não entendem. — Jade o encara com isso.
— Talvez, mas não significa que quem está atrás dela não matará para obtê-la. — Diz, em seguida voltando o olhar novamente para os dois adolescentes e soltando um suspiro. — Vão ter que aprender a lutar pela vida.
— Ela é uma criança. Os dois são. Aliás, os três. — Ele discorda, se referindo à Jason também, que por sinal, deve estar em seu quarto se empanturrando de doces, já que descobriu a existência de algumas barras de chocolate no frigobar. Dick continua. — Parte de mim se sente mal por transformá-los em armas. Uma vez que se aprende a ver o mundo assim, não consegue mais voltar atrás.
Agora é Jade quem discorda do que ouve, balançando a cabeça e abaixando o olhar para um ponto qualquer. Pensa duas vezes se é uma boa ideia retrucar e estender o assunto, mas no fim não consegue controlar a própria língua e acaba o fazendo.
— Eu entendo Dick, acredite ou não. Mas isso é necessário. O mundo tem seu lado bom, mas ele é minoria. Eles precisam saber lidar com esse tipo de coisa e a lutarem por si mesmos, por que pode ter certeza de que jamais irão pegar leve com eles só por serem crianças. O mundo real é assim. — Dick mantém seus olhos sobre a garota ao seu lado mesmo quando ela termina de falar e fica em silêncio. Apesar de não concordar com tudo, não é difícil pra ele saber o motivo dela pensar assim e de possuir tanta mágoa. E jamais tiraria sua razão. — O treinamento de combate que falou, foi militar?
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DEPREDATE ── dick grayson
FanfictionDEPREDATE | Jade havia se fechado para o mundo. Após os traumas sofridos na infância, tudo o que ela queria era apenas noites de sono tranquilas, mas isso não foi nem de longe o que conseguiu. Fora de seu controle e de forma repentina, se viu parte...