Akai ito

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De algum modo as coisas acabaram mudando entre nós após a queda da Shield.

Demorou um tempo para eu saber exatamente o que havia acontecido, até Natasha e Steve compartilharem tudo, e mesmo assim meu namorado havia demonstrado bastante relutância em contar sobre seu atacante: o Soldado Invernal.

Seu melhor amigo, Bucky Barnes.

Embora uma parte de mim já desconfiasse que não era somente uma amizade, pois parecia algo intenso e próximo demais. No entanto, eu senti medo de pressionar mais, provavelmente pois isso acabaria significando que eu deveria retribuir e também ser sincero quanto ao meu próprio passado. Então eu me contentava com as respostas vagas que eu recebia.

Afinal eu já havia fugido duas vezes sobre a pergunta sobre o pai de Peter.

Não era proposital, eu realmente amava muito Steve, mas mesmo assim eu não me sentia pronto para ser totalmente honesto. Provavelmente a maior prova disso era que mesmo que nós tenhamos ficado juntos várias vezes durante meu calor, eu ainda não carregava sua marca.

— Eu passei boa parte da minha vida em meio a alfas imbecis, eu não posso aceitar ser marcado como uma propriedade. – eu sabia que havia sido idiota de minha parte e que eu o havia magoado com isso, afinal a marca não era somente para marcar posse, era algo do qual se devia se orgulhar. Alguém te ama o suficiente para te marcar como companheiro para o resto da vida. — E seja lá quem estava em seu passado, você não superou também, não seria justo com nenhum de nós.

Steve parecia estar frustrado com isso, mas ele apenas assentiu, afirmando que talvez pudéssemos esperar até nosso relacionamento mudar no futuro, termos algo mais sério.

— Só me diga uma coisa, Tony, e eu não irei mais mencionar esse assunto. – ele pediu, e eu fitei seus olhos, lhe dando completa atenção. — Isso não tem a ver com o pai do Peter, ou tem? Você ainda pensa nele depois disso tudo?

Aquilo me embrulhou o estômago, pois no fundo a verdade era que eu ainda pensava. Mesmo amando tanto Steve e adorando como estava nossa pequena família, eu sabia que Stephen me fizera ser mais cauteloso, eu temia dar um passo mais longo e cair novamente. Eu só precisava ter certeza de que estava seguro antes de avançar mais uma vez.

— Não é pelo pai do Peter, é por mim mesmo. – afirmei estendendo a mão e segurando a sua, entrelaçando nossos dedos. — Não frite seu cérebro congelado se preocupando a toa...

Aquilo pareceu o agradar o suficiente, seus braços envolveram meu corpo novamente, enquanto eu me acomodava contra seu peito, inalando o cheiro levemente adocicado e cítrico de bergamota, gerânio e almíscar que emanava de sua pele. Ronronei baixo esfregando o nariz contra seu pescoço, antes de dar um pequeno sorriso é mordiscar sua mandíbula.

Eu sabia que devia dar aquele passo, mas era tão cedo.

Eu me permitia pensar que Steve era o homem certo dia após dia, não somente por ele me fazer sentir amado, mas também pelo modo como ele e Peter agiam. Eu me sentia aliviado e feliz vendo os dois assistindo a filmes como Star Wars e Senhor dos Anéis, rindo e fazendo piadas. Havia sido ótimo ver a animação dos dois durante partidas de beisebol que o loiro escolhera, assim como a fascinação do mais velho ao ver e ajudar Peter com seu projeto de ciências da escola.

Infelizmente parece que logo o momento de eu dar o passo de confiança passou, deixou de ser o momento certo. As coisas estavam um pouco tensas devido o ataque de Ultron, eu sei que Steve não concordara com minha ideia de ter criado o robô tão evoluído que podia pensar.

— Somos os vingadores, podemos cuidar de traficantes o dia todo, mas e lá fora? Como resolveria algo desse tamanho?! – eu acabei falando, não me dirigindo diretamente a toda equipe, mas sim ao capitão.