Happy birthday

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Claro que eu havia notado que Peter estava sumindo ultimamente, ele dizia que estava fazendo suas rondas e que estava estudando, mas todos os dias ele estava chegando somente para o jantar. Eu não gostava de ficar verificando o GPS do traje, o qual eu havia reinstalado após o ato de rebeldia dele do ano anterior, mas julguei necessário pela segurança dele.

Peter sempre estava no mesmo lugar, o mapa indicava um prédio abandonado/em construção no centro de Greenwich Village. Eu não me preocupei pois lá não era suspeito, Peter não passava mais de duas horas ali antes de voltar para casa, mas agora penso que talvez eu devesse ter insistido mais. Parado em frente ao dito local, fiquei surpreso quando a magia se desfez revelando a mansão, o local onde Stephen morava e Peter frequentava quase diariamente.

Aliás, isso me lembrava que eu não sabia se a minha surpresa era maior por ter Stephen na minha frente, ele ser um mago ou ele estar se encontrando com Peter em segredo.

Eu precisava de uma bebida agora.

— A sala fica por aqui, alguém aceita um chá? – Stephen perguntou educadamente, enquanto seguíamos pelo corredor.

— No momento eu só aceito explicações de vocês dois, senhores. – cruzei os braços sobre o peito, sabendo que provavelmente minha expressão demonstrava minha irritação. Enquanto nos sentávamos, com Peter ao meu lado e Stephen a poltrona em frente, finalmente me virei para meu filho. — O que tem a me dizer, Sr. Stark?

— Eu não queria te chatear, papai. – seu tom soava um tanto infantil, como sempre quando ele se exaltava. — O doutor apareceu querendo conversar e...

— Não é culpa dele, Anthony. – me repreendi mentalmente pelo arrepio ao ouvir ele chamando meu nome, e lancei-lhe um olhar irritado. — Eu finalmente voltei e queria uma chance de me aproximar do meu filho.

— Pelas minhas costas?! Eu jamais teria proibido isso, estou irritado por vocês terem escondido! – e eu também estivera preocupado com Peter, teorizando coisas absurdas e pensando como o abordar. Afinal ainda era um bairro cheio de boates e pubs, embora Peter não voltasse fedendo a nenhuma droga, lícita ou ilícita.

— Eu ia contar, só não sabia como fazer isso. Desde que meu pai sumiu o senhor passou a evitar o assunto. – droga, eu sabia que Peter tinha razão, eu evitava com todas as forças até mesmo pensar no ex-neurocirurgião.

— O que queria que eu fizesse? Eu contei para ele toda verdade e a primeira coisa que ele fez foi sumir do mapa! – eu fuzilei Strange com os olhos. — Não faça essa cara não, nem todos os emails bonitinhos vão limpar sua barra comigo!

Com o sumiço dele eu primeiro tinha ficado furioso, pensando que ele fugira das responsabilidades. Depois eu fiquei preocupado, pensando que algo o havia acometido. E então emails de desculpa haviam surgido, e a preocupação cedeu lugar para raiva novamente.

— Eu errei, me desculpe. Eu vi uma chance de me curar e vendi tudo que eu ainda tinha para pagar as passagens. – foi automático quando olhei para suas mãos tremendo, e imediatamente senti-me levemente culpado por no fim nem aquilo ter dado certo. — Eu queria me curar antes de voltar, e eu consegui a cura que eu precisava de verdade.

Com dificuldade ele soltou o relógio que trazia em seu pulso, estendendo em minha direção. A surpresa tomou conta de mim ao reconhecer o que eu tinha em mãos, apesar de quebrado, ele ainda carregava consigo após tanto tempo. Virando, pude ver a inscrição no verso, palavras que eu mesmo gravara tão cuidadosamente mais de quinze anos atrás.

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