Fire meet gasoline

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Eu não conseguia me concentrar direito.

Peter era uma presença tão frequente quando eu trabalhava no laboratório que agora que ele saía para as rondas toda tarde ficava tudo quieto demais. É incrível como você se acostuma a presença constante de uma criança.

— Tessa, não! – briguei com a cadela que queria morder o cabo de Dum-E. — Aqui, quer a bolinha? – eu fiz a projeção de uma bolinha aparecer, que chamou sua atenção e ela logo abriu a boca ofegando com a língua de fora, sua cauda se agitando. — Vai pegar a bolinha vai.

Joguei a projeção, fazendo a enorme cadela que mais parecia um filhote sair correndo pelo laboratório de modo desaatrado, quando a bolinha "atingiu" o chão e sumiu, sua confusão se mostrou evidente.

— Isso não foi muito legal de sua parte, pai. – Peter entrou no lugar, antes de se abaixar no chão. — Tess! Cadê a minha garota?! – sorri de lado vendo a cadela latir feliz enquanto corria para perto de Pete, começando a lamber o dono.

— Eu não vou te abraçar e beijar com você todo sujo de baba de cachorro. – avisei revirando os olhos, e sinceramente não me surpreendi com o garoto se jogando em meus braços, esfregando o rosto sujo de baba em minha camiseta. — Você é um pirralho terrível, vai ficar de castigo! – apesar disso, eu ria retribuindo o abraço.

— O que o senhor está fazendo aqui? – indagou ao finalmente me soltar, olhando curioso para a tela que continha diversos arquivos médicos.

— Estou procurando um médico para Rhodey, sei que vários falaram que não é uma boa ideia operar, mas não quero desistir sem tentar ao menos uma vez. – peguei o copo de suco pela metade, sorvendo um longo gole.

— Hm... E quanto ao doutor Stephen Strange? – perguntou, e eu simplesmente engasguei com o suco.

Fiquei tossindo tentando fazer com que o ar voltasse aos meus pulmões, por acaso Peter sabia sobre Stephen?! Olhando em seus olhos eu só podia visualizar a curiosidade e inocência pura, mas ali era meu filhote, e ele não tirava informações do nada.

— Dr. Strange? E quem seria esse? – comecei a digitar seu nome na aba de pesquisa.

— Papai, não me diga que esqueceu! Ele é o melhor neurocirurgião do país, ele é brilhante! – revirei os olhos diante da empolgação, também não era para tanto. — Ele me atendeu no início do ano, quando me machuquei na oficina... Vocês pareciam se conhecer.

Ah o acidente na oficina! Eu não podia acreditar que esqueci algo tão importante.

-x-x-

Happy me ligou desesperado naquele dia, dizendo que havia levado Peter para o Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, pois ele se pendurou em uma cadeira para pegar uma caixa na prateleira. E fez um corte e tanto na testa quando caíra, pois bateu a cabeça na quina da mesinha.

Eu sequer falei com os seguranças posicionados do lado de fora do quarto de hospital, ao entrar vi Pepper sentada em uma cadeira ao lado de Peter no leito. O garoto estava consciente, porém parecendo bastante sonolento na cama, com uma bandagem em volta de sua cabeça.

— Papai? – sua voz soava confusa.

— Você me deu um susto e tanto pirralho, eu vim correndo pra cá. – disse sentando na beirada da cama, afagando seus cabelos, ao que ele apenas resmungou baixo que estava bem. — Onde está o Happy?

— Saiu correndo assim que eu cheguei, disse que tinha algo urgente. – franzi o cenho, nada era mais urgente que Peter, ele se tornou a prioridade número 1 de Happy. — Ele pegou alguns pontos na testa, mas o médico disse que se ele passar bem a noite pode ir pra casa.

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