Akai ito

Hold on

Meus braços se apertaram em torno do corpo do meu ômega, minhas mãos deslizando óleo por seu estômago em estado avançado de gestação. Ronronando, depositei um beijo em seu pescoço, notando um pequeno sorriso surgir em sua face enquanto seus olhos estavam  no lago.

Havíamos passado por tanta coisa até que pudéssemos estar ali, sobrevivemos apesar de todas as possibilidades contra, para que estivéssemos todos juntos. Eu ainda lembrava de tudo, do que poderia ter sido, de todas as outras possibilidades de erros e acertos.

— Você se sente melhor? Me perdoe, estive tão ocupado essa semana que não pude te dar atenção direito. – sussurrei movendo minha perna para que ele se acomodasse melhor, suas costas contra meu tórax.

— Bem melhor agora que você está aqui, essa pequena pirralha sempre se acalma com atenção do pai. – mesmo sem o ver, praticamente pude sentir ele revirando os olhos, e não contive uma risada baixa.

O final da gestação se aproximava, logo nós teríamos Morgan, nossa garotinha estava chegando para completar nossa família. Por isso estávamos de volta à casa do lago, onde Tony podia descansar sem ser incomodado e eu sabia que ele poderia ficar em paz.

Nada de lidar com imprensa, vingadores, realidades alternativas, bandidos nem nada do tipo. Umas férias merecidas, ao menos até ele se recuperar após o parto e voltar a se jogar em missões. Eu não era tolo em pensar que meu marido se aposentadoria, mesmo já tendo dois jovens heróis como sucessores que podiam tomar conta das coisas na maior parte do tempo.

Um barulho de carro chegou até nós, Tony e eu olhamos simultaneamente para a estrada, onde um familiar Audi A8 prateado se aproximava. Logo dois garotos saíam do carro, Peter parecendo um tanto emburrado enquanto o louro que estivera no banco do carona apenas ria, ajeitando seu casaco vermelho e pegando sua mala no banco traseiro.

— Vocês demoraram. – foi o que Tony disse, sem fazer menção alguma se mover-se.

— A culpa foi do Harley, eu fiquei quase meia hora esperando ele se despedir da namorada dele! – Peter cruzou os braços. — Ou eu deveria dizer "dos"? Céus, como você pode atrair tantos abutres?

— Charme ômega, Peter, eu não posso controlar se todos me querem. – soou dramático antes de soltar sua mala no chão. — Oi Dr. Strange, e caramba Tony, você realmente 'tá enorme.

Não tinha como não sorrir ao imaginar Peter, geralmente tão ciumento como era com as pessoas em volta dele, tentando afastar as pessoas interessadas no seu irmão mais velho. Harley entrara no MIT no ano anterior, desde então acostumei com a presença dele em alguns fins de semana e feriados, ou melhor dizendo, provavelmente ele quem me aceitou como parte da família que ele chegara antes de mim.

— Estou grávido de 36 semanas Harley, mas obrigado ainda assim por me apontar o óbvio. – eu mudei nossas posições cuidadosamente para que eu pudesse me levantar.

— Bem vindo de volta Harley.

Apertei de modo afetuoso o ombro do varoto, antes de seguir para dentro de nossa casa, parando na soleira da porta o suficiente para ver o loiro dar um abraço demorado em Tony e sentar ao seu lado, com um ciumento Peter indo para o outro lado de seu pai e ficando ali.

— Muitos pretendentes então? Será que o Homem de Ferro terá que aparecer para afugentar alguém? – o tom presunçoso de Tony me divertia.

— Peter estava exagerando, sabe como ele é. – o garoto deu de ombros. — Na verdade paramos no caminho pra combater um roubo de banco, Peter ficou se metendo nos assuntos da minha cidade!

— Você estava demorando muito! E eu estava entediado, queria me divertir também.

— Se estava com tanta pressa para voltar, por que ficou fazendo piadas com os bandidos?