🖤CAPÍTULO 8🖤

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🖤Dylan:

Aquela desgraçada ia me pagar.

Achei que uma bomba atômica ia explodir a qualquer momento dentro da minha barriga, além de ter que aguentar os olhares desconfiados de todos que me encontrava nos corredores e um professor batendo na porta do banheiro, perguntando se estava tudo bem, para depois me fazer dar explicações.

- Minha intenção não era fugir da aula. - falei pela milésima vez, para um dos monitores escolares, que pelo jeito tentava resolver as coisas sem chamar os diretores - Minha barriga teve um pequeno imprevisto.

- Eu pedi para ele esperar só um pouco. - o professor de história falou - Mas ele apenas saiu correndo.

- Você viu minha situação ali, queria que eu fizesse aquela obra de arte na sala? - arqueei uma sobrancelha.

- Eu só queria que você não saísse correndo da minha aula, era só ter falado seu problema. - o monitor apenas nos olhava, dando leves suspiros.

- Meu problema está em alguma sala por aí, e eu vou acabar com ele. - o rosto de Alicia veio a minha mente, acompanhado daquele sorriso levemente de lado e debochado - Vou acabar mesmo.

- Passou sua dor de barriga, garoto? - o monitor perguntou, me fazendo ouvir sua voz pela primeira vez.

- Ainda não sei. - coloquei minhas mãos na barriga, que ainda estava um pouco dolorida - Quando eu acho que tá tudo bem, ela começa a se remexer de novo.

- Vou te levar na enfermaria então. - ele falou e se virou para o professor - Pode voltar para a sua sala, o garoto não irá mais sair sem permissão, certo? - olhou para mim.

Olhei para os lados, fingindo não estar prestando atenção na conversa, mas como ele continuou me encarando, apenas confirmei com a cabeça. Enquanto o professor seguia pelo corredor até sua sala, parecendo um pouco contrariado.

A enfermaria ficava no segundo andar do prédio, um lugar bem calmo, onde só trabalhavam três pessoas - uma garota de uns 24 anos, gostosa pra caralho, uma mulher de uns 38 anos, até bonitinha, e um homem de uns 42 anos. Infelizmente, o monitor fez questão de que quem me atendesse fosse o homem.

Ele me deu um comprimido, que pelo que eu havia entendido, iria prender meu intestino, enquanto eu observava a garota organizar algumas caixas de remédio sobre uma espécie de balcão. Semicerrei os olhos para ver os nomes do remédios e, com isto, vi a oportunidade perfeita de vingança.

Poderia ser perigoso? Extremamente. Mas, se eu usasse apenas na medida certa, não iria fazer muito mal a ela.

Amoxicilina.

Alicia sempre foi uma criança alérgica, boa parte de sua alergia vinha da poeira, pêlos ou mofo. Mas, a amoxicilina também era uma das coisas que a afetava o bastante para que eu não perdesse aquela oportunidade.

- Aí! - gritei, me encolhendo e colocando as mãos na barriga.

- O que você comeu para isso acontecer? - o homem perguntou, me olhando um pouco desconfiado.

- Acha que pode ser uma intoxicação alimentar? - a garota perguntou, deixando de mexer nas caixas de remédios.

- Acho que não. - a mulher falou, colocando a mão na minha testa.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora