💙 Alicia:
As semanas estavam se passando razoavelmente rápidas. Depois de dois dias enchendo o saco de Abigail, decidi desistir daquele assunto. Pelo menos por enquanto. Claro, que só concordei em parar de falar sobre aquilo quando a mesma me deu um enorme sermão. Basicamente, ela falou que agora tinha 18 anos, naquele ano iria terminar a escola e sabia que iria conseguir entrar numa faculdade, não teria que voltar para a casa da mãe, muito menos ver o padrasto, ela não queria mais contato nenhum com ele - com muita razão - depois, ela podia não conseguir provar o caso dela, mas quando se formasse em jornalismo e tivesse poder sobre algo, acabaria com ele e iria atrás de muitos outros casos.
Ela é inteligente, acho que ao me falar isso, em seus olhos estava escrito o ditado "a vingança é um prato que se come frio", parabéns pela paciência dela, porque definitivamente esse estado de espírito de esperar as coisas acontecerem não fazia nem um pouco o meu estilo.
- Pronta? - Abigail perguntou, pegando sua mochila.
- Sim. - suspirei, colocando meu boné azul - Queria participar do campeonato, não assistir essas merdas.
- Querer não é poder. - zombou.- Obrigada por me lembrar, mãe. - revirei os olhos - Colocou minha garrafa de água na sua mochila também?
- Claro, filha. - sorriu - Não deixaria você se desidratar.
- Acordou de bom humor mesmo, hein? - sorri, enquanto saímos do quarto e caminhávamos para a quadra.
- É... estou pensando em criar coragem e sentar ao lado do Rubens na quadra, enquanto os meninos jogam. - me olhou, como se buscasse aprovação.
- Quem é Rubens na fila do pão? - perguntei com desdém.
- Como assim, Alicia? - franziu o cenho - Eu gosto dele, pensei que ia me apoiar.
- Nossa, você admitiu!
- Cala a boca.
- Eu sei que você acha que gosta dele. - ignorei seu pedido para que eu calasse a boca - Mas essa é a questão, você acha.
- Virou conselheira amorosa agora?
- Ficou mais chata ainda agora?- Você é bem esquisita, Alicia. - revirou os olhos, parando um pouco longe da multidão, provavelmente, procurando o lugar ao lado de Rubens.
- Me diz uma coisa que não sei. - dei de ombros - Olha, Abigail, você não gosta do Rubens, gosta do Daniel.
- O que? - me olhou assustada - 'Tá louca? Óbvio que não, ele é meu amigo.
- Ele é meu amigo. - imitei.
- Você realmente não acordou bem hoje. - apontou para a arquibancada - Ali! Vamos sentar ali.
- Guarda lugar para mim, daqui a pouco vou. - respondi ao visualizar Cauê junto com um grupo de garotos - Vou só ali primeiro.
- Não. - enrugou o nariz - Não me diz que vai falar com o Cauê.
- 'Tá bom, não digo. - pisquei um olho para ela e dei as costas, indo em direção aquela maravilha do universo.
Eu estava há meses ali, sem beijar nenhuma boca... Bem, nenhuma boca que eu queira. O que aconteceu com o Dylan foi como comer vômito, totalmente horrível e nojento. Não custava nada ficar tentando algo com o Cauê.- Olá, jogador. - coloquei a mão no ombro dele, fazendo ele se virar para me olhar.
- Olá, torcedora. - sorriu.
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Nem tudo é azul
Teen FictionOs pais de Dylan e Alicia sempre foram melhores amigos, por isso, planejaram suas vidas em quatro tópicos: •Casarem juntos; •Passarem a lua de mel juntos; •Terem filhos com idades semelhantes; •Casarem seus filhos. Seus planos deram certos...