🖤 CAPÍTULO 75 🖤

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🖤Dylan:

  - Mas, por que não? - coloquei um pedaço de bife na boca.

  - Porque não. - meu pai respondeu, como se fosse a coisa mais fácil de se resolver no mundo.

  - Mas, vocês tem dinheiro para isso! - bufei - Estou recebendo algumas ligações e tenho alguns desenhos encomendados, com o dinheiro, posso conseguir tirar a carteira de motorista ano que vem. 

  - Dylan, já falamos não. - minha mãe bebericou seu suco - O violão podemos te dar no Natal, mas não vamos te dar uma moto.

  - Mas, não faz sentido. - reclamei.

  - O que não faz sentido é você querer dois presentes de Natal. - meu pai coçou os olhos, demostrando o quanto estava cansado daquele assunto.

  - Não são dois presentes de Natal. - tentei argumentar - É um presente de Natal e um presente de aniversário adiantado.

  - Seu aniversário é no meio do ano que vem. - minha mãe abriu um sorriso convencido - No meio do ano que vem conversamos sobre a moto.

  - Que porra. - revirei os olhos - O que eu tenho que fazer para ganhar o violão e a moto?

  - Pode começar indo comprar o que precisamos para fazer a ceia de Natal. - minha mãe me entregou uma lista.

  - Sério? - perguntei desanimado - A ceia vai ser aqui em casa?

  - Sim, e o Ano Novo na casa da Ester. - minha mãe deu de ombros.

  Apenas concordei com a cabeça e me levantei da mesa, pegando a chave do carro e chamando Alicia para ir comigo fazer as comprar. Ficamos a tarde toda ocupados com aquilo. Na verdade, não ficamos ocupados apenas com as compras da ceia de Natal, mas aproveitamos para comprar as roupas que usaríamos no Natal. Alicia entrou no mínimo em 10 lojas diferentes do shopping até encontrar um vestido longo azul que queria, o que com certeza, a faria ganhar um pequeno sermão por sempre comprar roupas azuis até para o Natal, onde grande parte da família iria usar vermelho, verde ou branco. O lado bom daquilo, era que já estávamos acostumados, por isso, discussões sobre não usar a roupa "certa", faziam parte da tradição.

  Aproveitei também, para comprar o presente de Natal da Alicia, enquanto ela desapareceu no shopping falando que iria comprar o meu. Perambulei pela maioria das lojas, tentando encontrar algo, mas tudo que via, Alicia já tinha ou não combinava com ela. Por isso, acabei entrando em uma joalheria e escolhendo um pingente de ouro branco topázio e safiras. Para somente depois, nos encontrarmos na praça de alimentação e voltarmos para casa ao escurecer.

🖤

  Os dias seguintes foram extremamente corridos. Recebi mais duas encomendas de desenhos enormes, que se transformariam em quadros, o que começou despertar meu desejo pela pintura também. Demorei 5 dias para terminar e manda-los pelo Correio, já na véspera de Natal, quando minha casa estava uma bagunça, cheia de bolinhas coloridas, luzes piscando e folhas de pinheiro pelo chão.

  Não tive outra opção, a não ser, ajudar meus pais a arrumar toda aquela bagunça, deixando a casa impecável. Quando Rodrigo e Talyane chegaram, colocando os presentes embaixo da árvore, sabia que estava na hora de começar me arrumar. Por isso, subi para o meu quarto, tomei um banho e coloquei uma calça jeans e uma camisa preta com vermelho, para depois descer e se sentar na sala junto com meu irmão. Não demorou muito para Alicia, Abigail, Ester e Tony chegarem, se juntando a nós.

  Aquele foi o melhor Natal que me lembro. Provavelmente, o fato de estar com Alicia oficialmente ajudava muito. Mas, o que o tornou melhor foi enfim aceitar que éramos sim uma família e isso jamais mudaria, mesmo que Rodrigo e Talyane ou eu e Alicia não ficássemos juntos para sempre. Éramos uma família, não podia negar. Tudo isso tornou a ceia muito mais divertida e leve, pela primeira vez o assunto da faculdade não foi mencionado e apenas conversamos sobre nossos sonhos e aspirações para o próximo ano, como se quiséssemos nos conhecer melhor.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora