🖤 CAPÍTULO 77 🖤

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🖤Dylan:

  Guardei os pincéis dentro do estojo e me espreguicei, observando que Alicia havia vestido uma camiseta minha preta, com a palavra fuck escrita no meio. Se não estava enganado, era com aquela camiseta que havia chegado ao colégio, a única que sobreviveu quando Alicia cortou todas as minhas roupas, pois, estava na lavanderia. Abri um leve sorriso ao me lembrar daquilo e deitei na cama, abrindo os braços para que ela pudesse deitar sobre meu peitoral.

  - Como foi o passeio com Abigail? - perguntei, acariciando seus cabelos molhados.

  - Bom. - sua voz estava distante - Mostrei a cidade e compramos algumas roupas com o dinheiro que seus pais deram de presente de Natal para ela.

  - Entendi. - respirei fundo - O que você tinha que me contar?

  - Hã? - sentou assustada, com os olhos arregalados - Como assim?

  - Quando a gente estava saindo do banho, você falou que precisava me contar uma coisa. - semicerrei os olhos, achando aquilo estranho.

  - Ah. - engoliu em seco e passou uma mecha de cabelo atrás da orelha - Meu aniversário é daqui umas três semanas, estava pensado que podíamos ir em uma boate. Abigail nunca foi numa boate e ela já tem 18 anos, como vou fazer 18 anos também, a gente podia ir.

  - Tudo bem. - deu de ombros - Era isso que você tinha para me falar?

  - Não. - comprimiu os lábios e se deitou de novo, olhando para mim - Mas, depois a gente conversa sobre isso.

  - Tem certeza? - observei seu rosto - Você parece preocupada.

  - Sim. - acariciou meu rosto - Hoje, eu só quero ficar aqui deitada com você.

  - Podia dormir aqui também. - beijei seu nariz - Só dormir... ou não.

  - É. - sorriu - Vou dormir aqui.

  - Perfeito. - suspirei - Minha pintura está melhor a cada dia e amanhã vou comprar um curso de pintura on-line. Estou pensando em criar uma conta na rede social só para vender desenhos e pinturas, o que acha?

  - Acho que deveria fazer isso. Com certeza, vai dar super certo. - acariciou minhas costas - Você é um artista, cara de cu. 

  - E um motociclista. - brinquei - Queria passar o dia pintando e desenhando, mas, também tenho vontade ficar andando naquela moto o dia todo. Caralho, ela é muito linda.

  - Parece que você está apaixonado por essa moto. - enrugou o nariz.

  - E parece que você está com ciúmes da moto. - apertei seu nariz. 

  - Vai se foder. - bateu em minha mão - Não sou ciumenta, mas, se você pensar em me trocar pela moto, eu quebro ela.

  - Não sou ciumenta. - a imitei, começando a rir - Se levanta, vamos dar uma volta.

  - Uma volta? - arqueou uma sobrancelha - Pra onde?

  - Uma volta. - dei de ombros, indo até o guarda roupa e colocando um moletom preto.

  - Me dá um cadarço. - senti ela me abraçar por trás - Porque eu vou com a sua camiseta mesmo.

  - Um cadarço? - me virei para olha-la - Por que você precisa de um cadarço?

  - Eu já respondi. - franziu o cenho, abrindo a porta em que guardava meus tênis e tirando um cadarço de um deles, enquanto eu pegava outro tênis para colocar.

  - Quer uma blusa de frio ou vai lá na sua casa buscar uma?- perguntei, amarrando meus cadarços e levantando os olhos para visualiza-la - Uau.

  Ela queria os cadarços para usar como cinto, marcando sua cintura e fazendo aquela camiseta larga se tornar um lindo vestido que ia até o meio de sua coxa. Também percebi que não precisava ter perguntado sobre a blusa de frio, porque ela já havia colocado uma jaqueta preta minha, que junto com seu coturno, fazia ela parecer umas linda roqueira.

Nem tudo é azulOnde histórias criam vida. Descubra agora