UM

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Elijah 


Ela passou por mim em um vestido curto, preto, saltos altíssimos que lhe conferiam uma postura sexy, um rápido olhar em suas curvas foram minha maldição, o decote, as pernas, a curva do bumbum. Tudo parecia um convite ao pecado. Mas o convite não era para mim.

O perfume exala sem sobrepor o seu cheiro natural, um aroma de magia e mulher.

Os cabelos cacheados caiam por suas costas como cascatas de pontas douradas, os olhos verdes cintilavam em contraponto ao batom vermelho que deixava sua boca ainda mais perfeita e suculenta.


Agora sua vida se resumia a isso, baladas e noitadas para provar algo a um de nós. Talvez a lição mais dura fosse a minha. A dor de sentir o cheiro de outro homem ou outra mulher em seu corpo quando ela volta para casa na manhã seguinte. O batom já não está mais lá, os cabelos antes alinhados em cachos perfeitos estão selvagens e eu percebo o quanto "selvagem" fica bem nela.


Bonnie reagiu a minha recusa e desde então eu passei a amargar o arrependimento. Ela se declarou, e eu a rejeitei, a tratei como uma adolescente tola, apaixonada por um homem milenar, um vampiro original.


Embora ela não tenha perdido sua essência, ela havia mudado drasticamente. Em dias mais tranquilos ela desfilava pela casa seminua, sempre lendo um grimório, ou escrevendo alguma nova poção, no fim do dia ela ainda era uma bruxa. 

Ela cruzava comigo pela mansão, desejando bom dia, boa tarde ou boa noite, adicionava meu nome a frase e a receita da provocação estava montada. A voz sexy e sussurrada me tirava de órbita, e eu passava horas esperando para trombar com ela por algum corredor.


Sim, Niklaus sequestrou Bonnie e me deixou de guarda, nós a mantínhamos ameaçada, estávamos com seu pai, Rudy, então ela podia sair "livremente", desde que voltasse e encontrasse a solução para nosso problema. Após algumas semanas presa na mansão Mikaelson em New York, em uma noite em que ela bebeu bastante vinho, Bonnie se sentou do meu lado, e disse o quão bom eu parecia ser, ela deixou de lado sua timidez e avançou para mim em um beijo curioso. Por um instante eu a correspondi, mas o sabor de vinho em sua língua me alertou que poderia haver algum arrependimento tardio da parte dela.


Quando quebrei o beijo, Bonnie ofegou e escondeu o rosto nas mãos. "Sinto muito." Ela disse envergonhada. 

"Tudo bem, você ainda é muito jovem, esses rompantes são absolutamente normais na sua idade." Eu respondi tentando parecer compreensivo. 


"Minha idade?" Ela perguntou confusa. 

"Sim, você ainda é uma garota, é uma fase de muita curiosidade." Respondi.


Bonnie passou dias totalmente afastada de mim, e ela se irritava infinitamente quando eu a tratava com uma atenção que ela julgava inadequada. "Não cozinhe para mim, não é meu pai." Ela disse irritada uma vez. "Não me dê ordens, você não é meu pai." Ela esbravejou. "Eu não te devo satisfações, você não é meu pai." Esta, foi sua resposta para a primeira noite em que ela foi para uma festa, voltou apenas na manhã seguinte, bêbada, desgrenhada, e absolutamente irritada comigo.


Aquela maldita noite. A noite em que me dei conta, estava enfeitiçado pela bruxa, mas fui incapaz de me deixar envolver. Agora estava amargando o ciúmes.

Mais que uma garota! - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora