Capítulo 2

11 1 0
                                    

-Está atrasada querida. Eu esperei muito tempo. Por que demorou tanto?

- fiz uma pausa para pegar algo para comer na cozinha.

Assim que ponho os pês na sala de operações meu pai já vem até mim a passos ágeis e ansiosos. Meu pai é um homem simples e de aparência determinada, seu ar imponente lhe dá graça e firmeza, seus cabelos grisalhos o deixam com um aspecto de rei sábio, embora com a família (que se resume a mim e Cristhian) e com os amigos como sta. ary ele é bastante agitado. Eu puxei a sua personalidade, mas diferente dele eu não consigo controlar meu temperamento.

Enquanto entro mais afundo na sala absorvo os arredores, paredes de carvalho com linhas de titânio entrelaçadas na madeira, uma larga mesa de carvalho adornada com arabescos, estantes cheia de livros poeirentos e... aquele cheiro de carvalho Hominon misturado a livros antigos. Era ali que o futuro da nação human era decidido, e em breve aquela sala seria minha e do meu irmão como meu conselheiro.

Mas algo na sala começa a me incomodar, uma sensação de que algo está errado, fora do lugar. Meu pai se aproxima de mim e me dá um abraço que retribuo com carinho e sinto seu aroma familiar naquele gesto paternal. Pinheiro e chuva. Simples, mas tão significativo. Assim que se afasta olha nos meus olhos com sua típica expressão preocupada e diz:

- Tenho uma notícia péssima para você querida, venha sente-se. Temos muito a discutir.

Eu sabia que era algo ruim! Penso com certa irritação.

Então como num estalo percebo o que a de errado. A sala de operações está completamente vazia, sem nenhum membro do conselho somente meu pai. . Meu pai nunca fica sozinho na sala de operações.

Me aproximando de uma das cadeiras mais próximas, me sento colocando minha cesta com guloseimas em cima da mesa e me sirvo com um pãozinho com geleia, sempre que fico nervosa a única forma de tentar me acalmar e pondo algo na boca. Sta. Mary se superou! Isso está divino! O pãozinho derrete na língua junto com a geleia.

Percebendo que meu pai está demorando para se sentar junto a mim me viro e vejo falando com um dos guardas que protegem as portas, sua voz com tom de urgência:

-... não permita que ninguém entre nesta sala a não ser que algo incrivelmente ruim esteja acontecendo, ou que estejamos sendo atacados novamente pelos silis ou elfis.

Ele fecha as portas e se vira para mim. Seu olhar está diferente, cansado com certeza, mas tem algo a mais. Ele está... preocupado, não com o reino, mas comigo. Já havia visto meu pai muitas e muitas vezes preocupado com a guerra, mas nunca o vi tão preocupado comigo ou com Cristhian.

Continuo o observando enquanto se aproxima, mas ele permanece calado e antes que se acomode na cadeira ao meu lado já falo, com um pouco de impaciência:

- O que está acontecendo pai? nunca o vi tão inquieto e não enrole comigo. Sabe que não adianta amenizar o impacto da notícia.

- Está bem Tefnuty. Serei franco e direto com você. Como sabe, boa parte do nosso povo está descontente com você ser a próxima a assumir o trono, mas a maioria aceitava e até a apoiava. Agora não mais. Muitos nobres, comerciantes e até cidadãos comuns ultimamente vieram até mim enquanto você batalhava e pediram que você não assumisse o trono, Nut.

Eu escuto suas palavras com atenção mas com crescente nervosismo, balanço a cabeça, afirmando que compreendo a situação. Então respondo:

-Mas isso sempre aconteceu e nunca foi problema, o que o senhor ainda não falou pai?

Com um suspiro triste ele continua:

- Houve protesto nas ruas Nut, já tem uma semana. Não a aceitam como minha sucessora. Essa situação está insustentável, se os protestos continuarem assim teremos sérios problemas e já basta a guerra tomando minha atenção. Então tive que tomar uma decisão difícil.

A escolhida da terraWhere stories live. Discover now