Eu te odeio, eu te amo

Egoísta

Oi, doces. Eu realmente sinto muito pela demora para postar o capítulo. Eu estava realmente focada em fazer minha one-shot de dia dos namorados de AfterDeath (que estará nas notas finais).
Enfim, eu realmente espero que gostem desse capítulo, que está bem mais longo que o normal, e, novamente, peço desculpas por isto.
Espero que gostem.

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GENO POV

Eu soquei o espelho.

E eu não sei por quê. Talvez como uma forma de repúdio ao meu corpo, talvez como uma forma de repúdio a mim mesmo, talvez como um ato de loucura. Ou talvez por que não aguento mais.

Ouço passos rápidos e pesados no chão, em direção pro meu quarto. Gemi baixo pela dor em minha mão direita, olhando para ela. Estava com vários pedaços de vidro afundados no osso, sangrando compulsivamente. Estava doendo de maneira inexplicável, pior do que quando me cortava. Isso me deixa tão...

— GENO! —, ouço batidas fortes na porta, de uma voz muito conhecida.  — Puta merda, o que aconteceu? —, ele perguntou com um tom mais preocupado.

— E-Eu... —, murmurei, batendo minhas costas na porta fechada. — quebrei o espelho... —, solto um gemido de dor.

— QUE?! —, gritou. — V-vou pegar as ataduras! —, ouço passos novamente, indo para o corredor.

— D-de baixo da cama... —, sussurro, enquanto eu escorrego da porta até o chão frio.

Sempre que me cortava, eu pegava as ataduras e colocava todas de baixo da cama. Como ninguém precisava delas, nem notavam a ausência. E, quando eu acabava, colocava a faca ensangüentada também de baixo da cama.

Desde que Reaper saira, coloquei as ataduras e algumas facas em baixo, para caso eu queira. E, eu quis. Foram poucos cortes, pelo fato que eu estava pouco acostumado por não ter me cortado durante... 1, ou 2 anos?

Os cortes ainda estavam abertos, e Error iria vê-los. Ouço um murmuro dele, e, provavelmente achou minha faca ensangüentada. Ele se levantou, arrastando suas pantufas no chão.

— Vem aqui.

Levanto-me, tentando não cair devido ao choque de dor e o sangue perdido. Abro a porta com minha mão esquerda,  e vejo Error sentado na minha cama. Ele tinha ataduras em uma mão, e na outra tinha minha faca. Tinha um olhar extremamente sério, e me olhou com certa decepção.

Abaixo meu olhar. Estou preocupando-o novamente.

— Senta aí.

Eu fui até Error, e me sentei do lado dele. Meus cortes nos braços estavam visíveis, como os pedaços de vidro na minha mão. Ele fitou meus cortes, e deixou a faca solta na cama. Nunca havia me sentado ou deitado com outra pessoa nesta cama, além de Reaper e Error, a partir de agora.

Meus olhos se estreitam, enquanto Error cuida dos meus cortes. Não sabia que ele conseguia cuidar de alguém, já que ele tem afefobia. Ele poderia estar fazendo tanta coisa, mas preferiu cuidar de mim, e estar aqui.

— Geno. —, ele fixou seu olhar a mim, parando de tirar os pedaços de vidro da minha mão. — Por favor, não chore.

[...]