Ontem

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Toriel me beijou.

E eu me senti simplesmente horrível, como se eu estivesse traído o Geno, sendo que nem estamos mais juntos. Minha alma deu uma pontada forte de dor. Sem meu próprio consentimento, eu afasto ela, empurrando seu vestido verde.

— U-uh? —, ela se ajeitou confusa.

— D-desculpe! —, me levanto. — Eu acho que preciso ir embora. — soluço, caminhando rapidamente para qualquer lugar que fosse longe dela.

— E-espera! Reaper! —, ela também se levantou, indo atrás de mim.

Me teleportei pra minha casa, abrindo a porta, fechando-a rapidamente. Meu celular vibra, enquanto me jogo no sofá. Estava pronto para dormir ali mesmo, e minha cabeça estava girando muito para eu ir até meu quarto. Pego o celular do bolso, e estreito meus olhos para ler a notificação.

"Reaper, está realmente tudo bem?"

Desbloqueio meu celular após algumas tentativas.

"Tori ey precisp dr um twmpp"
"a Geno fala amanhã

Ela visualizou, mas não respondeu.

[...]

[...]

Acordo. Provavelmente é de manhã, quase tarde. O sol estava na janela, e invadindo toda a sala, o que provavelmente me fez acordar.

Pisco repetidamente, tentando saber o que aconteceu ontem. Primeiramente, eu bebi. Segundamente, eu beijei o Geno. Tercei—

Pera, o quê?

Eu beijei o Geno?

Porra.

A pior parte é que eu gostei. Eu gostei de sentir o sabor dele novamente. Foi tão viciante e bom. Mas, eu não pensei na Tori quando eu beijei-o. Eu traí ela, e não podia ter feito pior. Mas eu realmente gostei.

Mas eu também me sinto tão HORRÍVEL. Eu tenho que ajustar as coisas. Tanto com Tori, tanto com Geno.

Eu só quero que a Tori volte a ser minha melhor amiga, conversar com ela, desabafar com ela, e também ouví-lá dizer o que pensa sobre o resto.

Só quero sentir o gosto viciante de Geno antigamente, ver filmes com ele, falar sobre qualquer assunto, dormir com ele, abraçá-lo, e tanta outra coisa.

Eu acho que Geno e Toriel iriam se dar bem, se eles apenas se conhecessem...

Mas seria realmente impossível, não é?

Eu me levanto do sofá, com uma dor de cabeça infernal. Antes de sair, eu preciso tomar alguma aspirina.

Minha cabeça gira quando eu toco o chão com meus pés. Vou em passos calmos até a cozinha para não cair, e pego as pílulas no armário de remédio. Também pego a água, e finalmente tomo.

Suspiro, piscando repetidamente, tentando pensar no que farei. Minha cabeça fica minimamente melhor, mas não reparo uma diferença gigantesca a princípio.

Eu preciso ir agora.

[...]

Bato a porta da casa da Tori, enquanto olho em volta do belo jardim que ela cultiva com toda sua vida. Ouço passos se tornando cada vez mais altos, até a porta ranger e vê-la.

Eu te odeio, eu te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora