Não sei

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Eu pensei TANTO em reescrever esse capítulo, pois realmente acho que não ficou bom. Mas eu decidi que não ia reescrever, mas espero que vocês gostem mesmo assim... Não sei.

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— Geno, eu vou ser sincero. Eu ainda te amo.

Essas palavras ecoaram na minha cabeça, sem eu conseguir entender completamente o significado delas.

Ele realmente...

Ele tem a cara de...

Ele é tão..

Ele...

ELE SÓ ESTA BRINCANDO COMIGO!

— CALA A BOCA! —, grito de maneira automática, dando um soco na parede com minha mão direita. Eu esqueci que elas ainda estavam com ataduras.

Grunhi de dor, enquanto sinto uma dor intensa invadir minha mão. Meus cortes devem ter se aberto.

Uma onda de tristeza e raiva me invade.

— GENO! —, Reaper se aproximou de mim, tentando pegar a minha mão nas dele.

— Vá embora... —, sussurro, com minhas pernas tremendo pelo choque de dor.

Eu não quero que ele me veja assim. Reaper pega minha mão direita nas suas duas mãos, analisando-as com o olhar.

— Não vou mais embora. Eu prometo.

[...]

Frisk morreu.

Eu não podia fazer nada, além de sentir "falta" dele. Era a minha única companhia no void, que nunca saiu de perto de mim. Sim, ele começou com o genocídio, e eu não podia confiar nele. E eu ainda odeio ele.

Mas o void me deixa LOUCO. Sem alguém para falar normalmente, e, sim, ele era quieto, mas era alguém. Alguém VIVO.

Ao mesmo tempo que, o void me deixa VIVO. Mas quem disse que quero estar vivo? Eu só continuo neste estado anormal de "vivo" por causa de alguém. Alguém VIVO.

Alem de que... Isto não é o void, VOID. É uma tela de salvamento, com uma grama no meio e dois botões. O resto é apenas a escuridão e o vazio.

Gaster geralmente aparece por aqui, me chamando para o Void. No Void, você não sente nada. Mas não é isso que eu quero.

Eu quero me sentir VIVO.

Lágrimas caem, demonstrando minha fraqueza extrema. Eu me surpreendo comigo mesmo, às vezes. Me recolho no meu cachecol, a única coisa que tenho do meu irmão, qual nem consigo salvar. Mesmo tentando mais de mil e quinhentos resets. Eu não consigo fazer isto.

Repentinamente, ouço um portal se abrindo atrás de mim, enquanto me recolho ainda mais no meu cachecol. Eu não preciso da ajuda de ninguém. Ouço passos se aproximando de mim, e a presença de alguém do meu lado.

Viro meu olhar para a figura. Reaper. Estava com seus olhos curiosos, parecendo querer saber o que eu estava fazendo, enquanto se sentava.

Ele começou a me visitar de repente, e eu não sei por que, depois da festa de Natal que havia feito. Honestamente, eu não esperava que ele seria diferente quando não... Eu não sei. Ele apenas mudou muito, desde a primeira vez que falei com ele.

Mas Reaper está aqui. Ele é alguém. Alguém VIVO.

Me jogo nele, enquanto passo meus braços em volta de seu peitoral.

— Não consigo fazer isto! Não consigo, não consigo, não vou fazer isto de novo, não, não, não.... —, não sei por que, continuei murmurando estas palavras. Me faz sentir melhor.

Ele me abraçou, apoiando seu crânio em cima do meu. Ficamos ali por um tempo, até eu finalmente me acalmar e parar de colapsar. Eu não sei o que deu em mim. Isso foi uma das poucas vezes que me senti vivo de verdade.

Ergo meu olhar para encarar Reaper. Ele ia abrir sua boca para falar alguma coisa, mas, eu realmente não quero que ele quebre o clima.

— Por favor, não fale nada. —, minha voz estava levemente rouca por ter chorado, pelo que penso, 10 minutos. — Só... Fique aqui comigo. Por favor. —, murmurei. Senti minha face ficar mais quente, enquanto estreitava meus olhos até fechar.

Eu derrubei-o no chão, me deitando em cima dele. Minha alma bateu de maneira forte, mas não parou. Era de uma maneira boa. Abraço-o, enquanto um sentimento estranho me invade na alma. Eu sorrio.

— Não vou mais embora. Eu prometo.—, sussurrou, enquanto também me abraçava.

Dormimos juntos, no chão do vazio.

[...]

Isso me deixa tão... Tão...

— SAI DAQUI! —, cambaleio pra trás, tirando minha mão da dele.— Eu não quero sua ajuda!

— Eu fui muito rápido... Não é...? —, sua voz estava embargada e suave, e seus olhos estavam com dor.

Cerro meus dentes, dando uma olhada na minha mão. As ataduras estavam sangrentas e bagunçadas, e eu precisava de ajuda se eu quisesse viver. E eu não quero.

— Me desculpe. —, sussurrou, olhando pra baixo. — Mas eu quero te ajudar. Por favor.

Minha cabeça se abaixa. Eu não quero encará-lo.

— Vá embora. Agora.

Ele suspirou pesadamente, apertando suas mãos. Volto meu olhar para Reaper, sem fixar seus olhos.

Reaper se virou. Algo que eu não pude deixar de reparar foi um reflexo no seu bolso. Era um... Anel?

— O quê? —, falo alto, mais pela surpresa. Reaper repentinamente se vira. — O que você... veio buscar aqui? —, reformulo a frase, pensando nas possibilidades possíveis.

Ele se recolheu, colocando suas mãos no peitoral.

— Eu... Fui pegar o anel que eu tinha comprado... Para te pedir em casamento.

Minha alma bateu de maneira dolorida, enquanto sinto minhas órbitas se molharem por lágrimas. Ele não pode estar falando sério.

Eu não sei como descrever o que eu senti. Eu não sei de NADA. Nunca soube, desde o momento em que entrei naquela merda de void.

Eu caio de joelhos, e não sei se foi pela dor ou pelo choque. Ele veio até mim, se ajoelhando de maneira mais planejada, e eu não sei por quê.

— Eu não sei... —, sussurro. E eu não sei por que.

— Não sabe o quê...? —, levo um tempo pra responder. Ele põe suas mãos nos meus ombros. — Geno! —, falou, com a intensidade da voz um pouco mais elevada.

— Vá embora. Agora. —, murmuro.

Cerro meus dentes como uma tentativa de me impedir de falar outra bobagem. Me sinto tão HORRÍVEL. Tão FELIZ. Tão MORTO e tão VIVO ao mesmo tempo.

Grito de dor.

Mas eu não soquei o espelho. A dor vinha de dentro.

E, Reaper não me impediu ou pediu-me pra parar. Ele me agarrou pelos ombros, e me abraçou.

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O próximo capítulo sai segunda-feira.

Eu te odeio, eu te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora