Meus olhos se abrem, me despertando do sono profundo que estava. Pisco repetidamente, até a minha alma voltar pro corpo e eu começar a pensar sobre algo coerente.
Espera. Esse não é o meu quarto. O que caralhos aconteceu ontem...?
Eu lembro que houve uma festa, e eu comecei a beber, tanto que estou com uma grande dor de cabeça como ressaca agora.
Eu me sento na cama, que não é a minha, e olho ao redor. Tinha um boneco em cima da cômoda, e estreito meus olhos. Era um bonequinho do Ink? Este estilo de artesanato me lembra de Error. Novamente, olho ao redor, e finalmente percebo que era realmente o quarto dele. Pantufas no chão, itens de tricotar e fitas cassete, e todas essas coisas me fazem ter certeza de que era sim o quarto do meu irmão.
Saio da cama, pegando duas pantufas de Error no chão e vestindo-as. Acredito que ele não ia se importar, já que eu dormi na cama dele. Eu vou até a porta, e a abro. Um grande corredor.
A porta na minha frente era o meu quarto antigo. Sinto saudades de viver por aqui, e como eu me irritava tanto com o Error e Fresh brigando por coisas sem sentido.
Vou para a sala, e vejo Error dormindo no sofá. Estava numa posição totalmente aleatória, e me pergunto como ele dormiu desconfortável assim.
Me sento no sofá, perto de sua cabeça. Chacoalho-o, esperando que ele acorde e me diga o que caralhos aconteceu ontem. Error acorda em um salto, parecendo extremamente assustado, se sentando do meu lado. Isso me faz sentir minimamente culpado.
— Ah, foi mal ter te acordado assim. — me desculpo, me recolhendo no sofá.
— U-uh, não tem problema. — ele se ajeitou, sentando-se propriamente. — Eu achei melhor você dormir na minha cama, já que estava, tipo, muito bêbado.
— Obrigado por isto. —, coloco minhas mãos no bolso, e suspiro. — O que exatamente aconteceu ontem? Eu não me lembro de quase nada... —, sou sincero e direto. Ele dá duas tosses forçadas.
— O que você se lembra exatamente de ontem? — dá ênfase em "exatamente", com um ar sério.
— Uuuuuhh... —, coloco um dedo na boca, enquanto tento me recordar. — Eu lembro que cheguei na festa com o Fell, e então eu comecei a beber e o Lust tava do meu lado... —, tento me recordar mais, porém não me lembro de mais nada. — E só.
Ele suspira, irritado.
— Resumindo: você fez merda.
— Novidade... —, ironizo, cruzando os braços. O que eu faço além disso?
— Maior do que você pensa. —, ele fala sério. Fico quieto, esperando Error continuar.
Error tira o celular do bolso, e o desbloqueia. Espero pacientemente, até ele me mostrar uma foto. Era eu, sentado no colo do Reaper, e estávamos com uma trilha de saliva interligando nossas bocas. Meus braços estavam ao redor do pescoço de Reaper, e os braços dele estavam rodeando minha cintura. Minha alma começa a bater mais rápido, só de pensar no que aconteceu depois.
— E-Error... —, gaguejo pela extrema surpresa, e um mínimo de arrependimento. — Isso não é engraçado. Nem um pouco.
— Foi mal ser direto assim. —, ele bloqueou o celular, colocando-o no bolso.
— E-E como você tem essa foto? —, pergunto, pensando se outra pessoa tinha aquela foto. Esse pensamento me aterrorizava.
— Lust me mandou.
— O-O quê?! —, me expresso. Como que ele tem essa porra?
— Ele viu vocês dois e me enviou uma foto. —, revelou. — Então, eu fui até vocês e te tirei da festa. Você tava muito bêbado, e pensei que seria melhor você dormir aqui.
Respiro fundo, tentando processar as informações. Me dói ainda mais saber que ele traiu a Toriel por minha causa, e no que pode dar. Se ela viu a foto, e foi questionar Reaper, e se terminaram. Foi por minha culpa. Tudo, minha culpa. Se eu não tivesse bebido, isso não teria acontecido.
Além de que... Reaper também parecia estar gostando. Eu realmente não sei se ele ainda me ama ou se está apenas brincando comigo, me iludindo, apenas para se divertir. Seria o mais correto, afinal, como alguém gostaria de mim? Eu estive tão para baixo esses dias, desde que Reaper terminou comigo, eu me tornei um desastre emocional.
Eu sei que não deveria ter pensamentos desse jeito, mas, eu acho que eles vão passar alguns dia. Eu realmente acho.
— Error... Eu preciso ir pra casa. —, eu me levanto. — Estou tendo uma overdose de informações e... Eu to precisando pensar. Mas obrigado por tudo.
— Ah, de boa, você é meu irmão. É o mínimo que eu devia fazer. —, desviou o olhar, um pouco envergonhado, e seu tom de voz baixo. — Mas você tá me devendo uma.
Mesmo assim, os papéis estavam invertidos. Eu devia ser o irmão mais velho, o protetor, e Error o irmão do meio trapalhão que só faz bagunça. Mas, parece realmente o contrário.
— Obrigado por estar aqui por mim.
[...]
Minha casa era grande, e eu e Reaper descrevemos e planejamos tanto ela para Ink fazê-la igualzinha como pensávamos. Pego a chave do meu bolso, sorrindo para mim mesmo pensando que eu pelo menos não a perdi na festa. Coloco a chave na fechadura, e tento-a virar. A porta já estava aberta. Puta merda.
Abro a porta em um chute, pensando quem teria entrado na casa. Mas, quando entro, estava tudo arrumado, como eu pensei que não estaria.
Me viro e tranco a porta, me certificando duplamente se ela estava realmente trancada. E então, eu ouço passos pela casa. Corro pra onde o som tinha vindo, indo até o corredor. A porta do meu quarto e de Reaper estava aberta. Mais passos.
Alguém estava lá.
Invoco um osso na mão esquerda, enquanto ouço mais passos, porém eram mais audíveis. Ele estava perto de mim.
De repente, eu vejo-o. Uma figura mais alta que eu, com roupas pretas e olhos negros. Estava surpreso, com uma mão no bolso.
Reaper!Sans.
— O-o que você tá fazendo na porra da minha casa? —, digo, tentando ao máximo parecer seguro. Mas não pude conter a surpresa na voz.
Minha alma palpitou forte, de maneira horrível.
Eu estava surpreso de vê-lo em minha casa, digo... Nossa casa. Mantenho meu osso na mão esquerda, apontando para ele. Ainda estava com dor de cabeça da ressaca, o que me impedia de raciocinar corretamente e pensar no que fazer.
Ele deu 2 passos pra trás, e parecia estar surpreso.
— U-Uh... —, ele gaguejou. — D-Desculpe, digo... —, suspirou. — Eu quis pegar uma coisa minha...
— Eu não acredito. —, dou duas tossidas forçadas para tirar o embargamento da minha voz. — Você já pegou tudo. Eu chequei.
Ele abaixou a cabeça, e abriu a boca várias vezes até finalmente dizer alguma coisa.
— Geno, eu vou ser sincero. Eu ainda te amo.
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Eu te odeio, eu te amo
FanfictionApós a deusa da vida Toriel ser revivida, Reaper, que há 2 anos estava em um relacionamento com Geno!Sans, voltou para a sua primeira amada, deixando seu ex inconformado, e, principalmente sozinho. Deixar alguém após tanto tempo, e, repentinamente...