Pontinho amarelo

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Eu não estava na minha cama ou na cama de Shawn, abrir os olhos e me mover parecia ser doloroso demais.

Eu só queria um copo d'água e precisava urgentemente fazer xixi também.

- Querida? – ouvi a voz da minha mãe e fiquei confusa.

Onde é que eu estou?

Abri de vez os olhos e vi minha mãe na minha frente, mas não reconheci o lugar. O quarto era claro demais para ser meu ou de Shawn e também não parecia nada com o que me lembrava do quarto dos meus pais.

- Vênus! Graças a Deus você acordou. – ela me abraçou e eu fiquei mais confusa ainda.

- Mãe. – falei e minha garganta arranhou. – Onde eu estou?

- No hospital querida, como se sente? – ela perguntou me avaliando toda preocupada. Que merda eu estava fazendo num hospital de novo?

- Eu estou com sede, minha cabeça está doendo um ... espera, por que eu estou aqui? Onde está o Shawn? Ele está bem?  Aí meu Deus ...

- Ele foi buscar café com seu pai. Ele não arreda o pé daqui por nada e foi um custo convencê-lo a ir. – ela pegou minhas mãos. – Espere até ele ver que você acordou!

Suspirei aliviada.

Agora que minha visão estava se acostumando com a claridade pude observar as olheiras nos olhos da minha mãe, o quarto repleto de flores e uma poltrona ao lado da cama que estou. O barulho dos aparelhos estava me dando nos nervos e eu só queria tirar esses fios do meu corpo.

- Eu quero fazer xixi. – falei tentando me levantar e ela correu para me impedir. – Mãe, eu preciso fazer xixi!

- Espere, vamos chamar um médico e dizer que você acordou.

- Vênus.

A voz dele sempre vai ser minha melodia favorita em todo mundo e a forma como ele praticamente cantava meu nome me fazia derreter. É clichê demais, mas meu nome ficava bonito quando era dito por ele.

Parado na porta com a expressão de total choque estava o amor da minha vida. Os cabelos desgrenhados, o jeans claro e o moletom preto pareciam realçar a beleza dele, mesmo com olheiras bem mais acentuadas do que as da mamãe. 

Sorri para ele.

Com duas passadas ele estava debruçado sob mim chorando copiosamente.

- Oi. – falei buscando seu rosto tentando não chorar também. – Deixa eu ver você.

Shawn se levantou e sorriu timidamente pra mim, as lágrimas escorriam e ele não parecia preocupado em escondê-las, suas mãos tremiam enquanto ele acariciava meu rosto.

- Você está bem? – perguntei e ele maneou a cabeça. – Vem cá. 

- Graças a Deus você acordou. Eu senti tanto sua falta. - Ele me abraçou forte e eu respirei fundo inalando o cheiro dele.

- Desculpa amor, eu prometo não fazer de novo. Seja lá o que eu tenha feito.

- Você nos deu um baita susto, querida. - Meu pai veio em minha direção. - Achei que sua mãe ia infartar e eu teria que cuidar das duas mulheres da minha vida num hospital!

- Só assim pra vocês virem me ver, né? - falei para os meus pais. Peguei a mão do meu pai ele apertou com delicadeza. – Ok, eu preciso fazer xixi.

Todos no quarto começaram a rir. Meus pais ao lado de Shawn me lançaram um sorriso enorme.

- Bem vinda de volta, querida.

O elevador || Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora