Big little lies

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Quem disse que ocultar as coisas não é o mesmo que mentir?

Cá estou eu ocultando de Shawn que posso perder a memória a qualquer momento e acabei me embolando numa teia de mentiras e a maior delas foi que tudo estava bem.

E se eu não tiver tempo de contar tudo para ele antes de começar a esquecer?

Bom, ele estava longe a quase um mês e hoje eu saberia quem estava por trás das ameaças que ando recebendo. A pessoa estava me encurralando de tal forma que eu estava começando a ficar assustada, mas estava na hora de dar um basta.

Shawn sabia que algo estava errado e eu tentei dizer que era apenas impressão dele, mas ele me conhece melhor do que qualquer um e era apenas uma questão de tempo para ele descobrir o que tinha de errado comigo. Eu sempre o tranquilizava e pedia para que ele focasse no novo álbum e ele atendia meu pedido, mesmo não se dando por convencido. Dessa vez ele escolheu a Tailândia como destino e busca de inspiração.

Marquei de encontrar A (como carinhosamente ou nem tanto apelidei a pessoa que me mandava mensagens) depois do meu horário no escritório de Arthur. Ela optou por uma cafeteira distante do centro de Toronto. Não tive coragem de contar para ninguém o que estava acontecendo, mas deixei Dylan alerta caso eu desaparecesse ou mandasse um SOS.

Por isso, às 17:30 o barulho de meus saltos ecoava pelos corredores enquanto eu andava apressada.

Já estou te esperando.

A mensagem do número já não tão desconhecido brilhou no visor.

Chamei um uber e torcia a barra da saia a cada curva que ele fazia, a cidade era apenas um borrão na minha janela.

Eu não sabia por que estava com tanto medo.

Por talvez ser um conhecido? Por A talvez me pedir algo que eu não possa fazer e meu segredo seja revelado para o mundo? Ou ela ter algo além dessa informação?

O ambiente acolhedor da cafeteria não me tranquilizou nem um pouquinho e eu senti minhas pernas fraquejarem quando a vi.

Só podia ser pegadinha.

Por um momento eu torci para estar errada porque ela estava acompanhada, mas o sorriso sarcástico direcionando a mim foi uma confirmação de que era ela. Os lábios estavam pintados de vermelho, estrategicamente para a ocasião. O homem sentado de costas para mim se virou e o reconhecimento teve um baque tão grande que senti que poderia desmaiar.

Lauren e Pedro estavam ali, me olhando como se eu fosse a presa mais fácil de sua caçada.

Respirei fundo e forcei minhas pernas a caminharem até eles.

- Surpresa, queridinha? - Lauren continuou sorrindo ao perguntar para mim.

- O que vocês querem? - perguntei ainda de pé de frente para eles. Minhas mãos tremiam e por isso as fechei.

Eu queria gritar e sair dali correndo.

Todos os meus instintos estavam alerta e o local estava praticamente vazio para o horário. Tudo parecia ter sido estrategicamente pensado.

- É falta de educação não se sentar para um café com os velhos amigos. O que você quer? Café preto? Vou pedir para você! - Pedro levantou a mão chamando a garçonete.

- Senta aí, Vênus. - Lauren ordenou e eu me sentei na cadeira vazia.

A moça voltou com meu café e esperei ela sair para começar a falar.

- O que vocês querem de mim?

- Não é óbvio? - Lauren falou tranquilamente. - Quero que você termine seu noivado.

O elevador || Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora