Capítulo 20

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           Anna Beatryz Velasquez

     Parados em frente ao vidro, ao lado da porta do quarto de Lily, a vemos sentadinha na cama hospitalar, brincando com várias bonecas, de diferentes tamanhos, a observo reparando cada detalhe, cabelos castanhos, pele branquinha, parecendo de boneca, corpo pequeno de uma criança de seis anos.

— Posso ir lá falar com ela? — pergunto a César, ainda a observando sorrir para a boneca bebê em suas mãos.

— Anna — Diego fala em tom de reprovação.

— Posso? — insisto.

— Claro que sim, só vai com calma com ela — avisa e concordo com a cabeça.

   Respiro fundo duas vezes e abro a porta devagar, entro fechando a porta atrás de mim, silenciosamente não chamando sua atenção, deixo minha bolsa na poltrona ao lado da porta. Me aproximo dela aos poucos, paro em frente a sua cama e ela ainda não percebeu minha presença, por está distraída.

— Oi — falo chamando sua atenção, cruzo minhas mãos atrás do meu corpo.

— Oi — diz tímida parando de brincar.

— Você que é a famosa Lily? — pergunto tentando puxar assunto.

— Sim e você? — ela pergunta desconfiada.

— Oh, que educação a minha — me aproximo mais dela e estendo minha mão para ela — Eu sou Anna Beatryz, mas pode me chamar só de Anna ou Bya, qual você preferir.

— Você é bonita — fala apertando minha mão.

— Obrigada, você parece uma princesa.

  Ela fica envergonhada com o elogio.

  Converso mais um tempo com ela, falamos das coisas que ela gosta, de roupinhas de boneca, suas bonecas favoritas, filmes e desenhos que adora assitir. Ela só ficou triste ao falar, que quando voltar à andar, não vai ter ninguém a esperando e vai ter que ir para o orfanato. Confesso que nessa hora, senti um aperto no coração, ao pensar que ela vai para o orfanato e irá ficar sozinha num lugar que não conhece.

— Princesa, o que você acha se eu viesse visitar você novamente? — pergunto, acariciando seus cabelos castanhos lisos.

— Eu ia adorar — responde — Eu nunca recebo visitas, à não ser o tio César, mais ele é meu médico, também tem a Katty, é a mulher que vai me fazer voltar a andar. Ela não gosta de mim, vive falando que eu vou para um orfanato porque não tenho mais mamãe e nem ninguém e que vou viver sozinha para sempre.

     Vejo a abaixar a cabeça, triste, uma lágrima solitária escorre por sua face e isso me parte o coração. Como uma mulher pode fazer isso, com uma criança de seis anos isso é coisa de psicopata.

  A abraço, colocando sua cabeça em meu peito, fico fazendo carinho em seus cabelos até ela dormir, pouso sua cabecinha no travesseiro, a cubro com o lençol, dou um beijo em sua testa. Me levanto, vou até a poltrona pegando minha bolsa, quando saio Diego e César, estavam conversando, sentados nas cadeiras de espera, no corredor. Quando me vêem chegar, se põem de pé, paro em suas frentes, com cara de poucos amigos.

— Quero denunciar a doutora Katty, fisioterapeuta da Lily, por maus tratos — falo, os deixando chocados, principalmente César.

— O quê? Maus tratos? Como assim? — pergunta.

— Lily me contou que essa fisioterapeuta vive dizendo para ela, que ela vai para um orfanato, porque não tem mais mãe e que vai ficar sozinha para sempre, essa mulher é psicopata. Como ela pode falar uma coisa dessas para uma criança de seis anos.

  Eu quero que essa mulher vá para a prisão.

— Quero essa mulher atrás das grandes — falo com raiva.

— Amor, não temos nada a ver com essa menina. Não é nossa responsabilidade— Diego fala, me deixando com mais raiva ainda.

— É sim, é nossa responsabilidade sim. A mãe dela era sua funcionária e se não está diaposto a me ajudar com esse problema, eu vou resolver sozinha — digo o encarando seria — Eu não vou abandonar essa menina e se eu tiver que me tornar responsável legal dela, eu vou, com ou sem você.

   Ele não fala nada, só concorda ligando para seu advogado, que no caso é Adrien e César concorda em ajudar, ele nos contou que havia notado um comportamento estranho em Lily, mas achou ser sua personalidade própria.












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