Matthew estava irritado após Mia ir embora, não conversava com ninguém e isso estava preocupando todos, pois ele passava a maioria de seu tempo envolvido com os cavalos no celeiro ou resolvendo algum assunto urgente do reino. Estava tudo tranquilo por aquela semana, ainda restavam dois dias para a volta de Mia, todos estavam desmotivados, não conseguiam acreditar em sua melhora de imediato.
– Vossa alteza? – Arnold seguia Matthew pelo corredor enorme do castelo. – Não quer mesmo saber como está a Senhorita Mia? – o príncipe andava rapidamente fingindo não está o escutando.
Como Arnold já o conhecia muito bem, desde quando era apenas uma criança traquina e chorona, resolveu apenas o seguir em silêncio, sabia que em algum momento ele iria falar algo. Desde pequeno, Matthew nunca conseguiu controlar sua intensidade em relação aos sentimentos muito bem, ele não achava isso legal, na verdade, acabava o distanciando de todas as pessoas que mais gostava ou tinha a intenção de se aproximar.
– Ela está bem? – assim como Arnold havia imaginado, algum tempo depois de chegarem ao estábulo. – Na verdade, não quero saber. – continuou mexendo em River.
– Eu não tive notícias dela desde que a deixei em casa. – sorriu de forma cansada. – A Dr. Jane disse que faz uns três dias que ela não aceita o tratamento. – o que Arnold falou deixou Matthew preocupado.
– Como assim? Ela não disse que cuidaria pessoalmente da Investigadora? – soltou o cabresto de River. – Como ela consegue ser tão irresponsável, eu não consigo dormir desde que aconteceu isso com ela, preocupado com aquela idiota e ela simplesmente some? – estava tão estressado que nem notou o olhar estranho de Arnold para si. – O que foi? – perguntou após parar de reclamar sobre sua preocupação.
– Você está preocupado com a Senhorita Mia. – sorriu como se houvesse algo subliminar. – A Senhora Jane me disse... – foi interrompido.
– Você e a Senhora Jane estão bem próximos, não é mesmo? – mudou o rumo da conversa.
– Estamos. – confirmou deixando Matthew intrigado. – Ia lhe contar algo importante, mas como não quis saber, voltarei para o castelo, tenho que preparar o chá da rainha. – se virou graciosamente e deixou o príncipe ali, sem reação alguma.
– Volte aqui! – gritou curioso. – Ah, esse velho nunca muda. – sorriu e continuou arrumando a cela em River. – Vamos dar uma volta meu caro rapaz, hoje o dia está muito estranho, preciso caminhar um pouco e tirar essas preocupações da minha cabeça por um segundo. – montou em River e seguiram pelo caminho aberto que levava para os campos do castelo, não queria ir muito longe.
Matthew deveria assumir em breve o reino, ele não tinha como prioridade assumir o lugar que um dia foi de seu pai, mas, após seu amadurecimento e obrigações, notou que o reino precisava dele, assim como precisavam naquele momento e ele precisava pensar em algo. Aquele horário era bom para pensar, o sol estava prestes a se esconder e a paz reinava pelos campos, era o seu lugar preferido em todo reino, pois havia uma velha cabana feita pelo seu pai quando ele ainda era um adolescente, como sempre teve pouquíssimos amigos, esse local era seu refúgio. Quando finalmente chegou ao seu destino, sentiu uma grande nostalgia abraça-lo ao ver aquela cabaninha abandonada ali, sem muita vida, mas ainda conservada.
– Que saudade eu sinto de sua presença pai. – se sentou em um banco que quase o derrubou. – As coisas estão um pouco fora de controle, se você estivesse aqui talvez o reino estivesse em harmonia. Perdoe-me por não ter aprendido nenhuma luta, nem sei se mereço ser rei. – suspirou e se deixou relaxar. – Tudo que eu queria agora era te ver. – levantou a cabeça.
– Seu pedido é uma ordem. – uma voz grossa e medonha surgiu do nada.
Quando Matthew olhou para o lado sentiu um frio gelado percorrer pelo seu corpo e paralisar seu corpo. Do seu lado estava um ser horrível, usando uma máscara estranha e preta com algumas aberturas, olhando para ele com um sorriso infeliz. Quando o príncipe pensou em correr, o homem o acertou algo no rosto, pareceu um soco, muito potente que o derrubou. Matthew não havia perdido por completo sua consciência, ainda conseguiu ver River fugindo espantado. Ele não sabia o que lhe aconteceria, mas pedia a Deus para que não morresse, havia prometido ao seu pai que cuidaria de sua família e reino. Sentiu seu corpo ser arrastado e algumas pedras e gravetos passarem em sua pele e arrancarem fiapos dela, sua cabeça batia em tudo que havia pela frente, não era a dor daquele momento que estava o fazendo chorar, mas sim o sentimento de impotência, o mesmo que sentiu ao ver Mia caída naquele chão desacordada e sem sua visão, não entendia o que estava acontecendo, muito menos o que esse maluco queria. Ele amarrou seus braços e pernas, como se fosse uma caça, estava muito apertado.
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Um Príncipe em Apuros
RomanceMia é apaixonada pelo que faz, investigar e descobrir crimes é com certeza sua vocação. Uma mulher destemida, não abaixa a cabeça para ninguém e unicamente apaixonada por seu amigo de escola, Richard. Por ser muito famosa pela resolução de seus cas...