Capítulo 11

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Madalena havia sorrido pela primeira vez desde que Marcus morreu, estava radiante com a ideia de ir a um baile. Era a sua primeira vez, queria esquecer a cena horrorosa que ainda estava fixa em sua mente, a forma que seu marida foi encontrado ainda assustava seus sonhos e temia pela vida de Mia. Não poderia parar a garota teimosa, mas podia ficar sempre ao lado dela. Faltavam exatos quatros dias para o tão aguardado baile e Arnold apareceu para busca-las. Madalena seguiu para York. Mia ficou, pois precisava trabalhar naqueles dois dias, iria fazer plantão e aproveitar para tentar descobrir algo sobre o andar da investigação.

– Mia? Eu não quero você envolvida nessa investigação, então pare de procurar coisas onde você não vai achar absolutamente nada. – o General Stuart estava sendo tão duro com ela, não parecia o mesmo. – Eu gosto muito de você, mas as vezes é preciso entender que nem tudo dá certo. – aquele homem deveria está na faixa de seus 70 anos, era ranzinza e muito estúpido. Dava para ver que ele era um homem muito ganancioso, que trocava de lado quando era privilegiado. – Você quer férias? – o ódio daquela mulher derrubaria uma cidade inteira.

– Férias? – sorriu enquanto tentava engolir o que estava prestes a falar – Acredito que não me conheça tão bem quanto pensei que conhecia. Estarei me ausentando nos próximos dias, não pretendo ser seguida e muito menos preciso de proteção. Sim, irei para York. Não, não irei interferir na investigação do seu amado Patrick. – deu de ombros e como não poderia sair sem um bom insulto, se virou novamente para olhar o grupo que olhava para ela como se fosse uma estranha. – Apenas espero que ele encontre o culpado por tudo que está acontecendo antes que eu o encontre. E sim, me responsabilizo por qualquer um dos meus atos. – suspirou aliviada e prosseguiu para sua sala.

Não era fácil está em um lugar como aqueles, ser vista como uma incompetente mesmo depois de ter resolvido tantos casos. Então era assim que as pessoas viam as outras? Como objetos que perdem o valor quando não conseguem executar seu serviço no tempo em que eles querem. Era exatamente assim que Mia se sentiu descartável e inutilizável. Com os olhos fixos na tela do computador e nos papéis que ficavam em sua mesa ela virou aquela noite. Restava apenas um dia para que as 5 noites de baile começassem, Mia estava apreensiva, mas precisava trabalhar até a tarde do dia seguinte. Naqueles dias, tudo havia saído muito bem, quatro de cinco casos que estava esquecido na gaveta ela conseguiu desarquivar e desvendar o crime, estava se sentindo viva e motivada. Despediu-se da sua amiga e secretária Judith e correu para casa, precisava se aprontar e ir o mais rápido que podia para York. Trabalhou tanto naqueles dias que não viu as ligações perdidas de Matthew, Richard e de sua tia, eram muitas delas, talvez passassem de 200 ligações e 100 mensagens perguntando onde ela estava e o que havia acontecido com ela.

Matthew não parava quieto, a todo o momento perguntava onde estava Mia, se já havia chegado. Pediu para que Arnold fosse em busca, mas a rainha Christina precisava do mordomo com ela. Faltavam poucas horas para o baile se iniciar e nem sinal dela, sua tia também estava preocupada, Madalena estava muito linda, usava um vestido preto e tinha seus cabelos grisalhos presos pela metade e uma maquiagem leve. Os dois conversaram bastante e tiveram que entrar, faltava poucos minutos e os convidados estavam chegando para verem as apresentações da abertura. O salão principal do castelo era lindo e grande, estava totalmente decorado, cada espaço possuía sua própria magia. No último dia daquele baile, Matthew iria expor pela primeira vez os jardins do castelo para o público e suas raras flores.

– Ela está demorando, deve está trabalhando muito. – Madalena suspirou. – Apenas não acho normal ela demorar tanto para responder as minhas ligações. – estava muito preocupada com esse sumiço repentino dela.

– Vamos entrar e aguardar ela no salão, o príncipe Matthew já está posicionado e recebendo os convidados. – Arnold era sempre muito atencioso.

Um Príncipe em ApurosOnde histórias criam vida. Descubra agora