Um Príncipe em Apuros

Capítulo 12

Os dias se passavam serenos e nem parecia aquele reino para o qual ela havia sido enviada por volta de dois meses. Sua tia estava muito feliz, se tornou amiga da Rainha Christina e a Princesa Ciara passava a maioria do seu tempo ao lado dela, elas estavam se dando muito bem. Acordar no Palácio de Buldrick e olhar aquela beleza que possuem os jardins reais com certeza era uma das mais fascinantes oportunidades, para Mia aquele momento era renovador, estava se sentindo revigorada e pronta para continuar sua jornada como detetive. Foi surpreendida por um café especialmente preparado pelo então adorável príncipe Matthew que por um compromisso não teve como fazer companhia para ela durante o dia todo, chegaria apenas na hora do baile, o 5º baile, tão temido e de alguma forma assustador, não era possível prever o que iria acontecer.

Durante os quatro dias anteriores Mia havia utilizado vestidos vermelhos que sempre iam até a altura de seus joelhos, eram chamativos e modernos, a cor representava muito a sua excitação, representava poder, alerta ao perigo e a pulsação de seu sangue com a adrenalina. Esperou ansiosa por pelo menos um atentado contra alguém da família real, mas quem estava por trás disso tudo não era idiota de deixar tão transparente suas intenções. Passou a tarde toda dentro do quarto mexendo em seu notebook, parecia fissurada na tela do aparelho, sua tia lhe levou o almoço e ela sequer tocou nele, permaneceu empenhada no conteúdo que estava naquela tela a sua frente. Alan ficou ao lado dela uma boa parte da tarde. Juntos os dois tinham uma boa relação, tanto no profissional quanto no pessoal.

– Mia? O que você está pensando em fazer? Tenho te observado nesses últimos dias e você está sempre calada e observando os arredores. – Alan estava preocupado com ela.

– Quando alguém planeja um crime, ela não quer ser descoberta. – começou a falar. – Alguns deixam vestígios, outros acabam entregando de bandeja os casos. Mas, alguns desses criminosos, ah! Eles são calculistas, por mais que alguma peça esteja fora do tabuleiro, você não consegue encontrar o erro. Eu prometi encontrar quem está por trás de toda essa desgraça, mesmo que ele me arranque os membros eu vou encontra-lo. – apertou os lábios irritada.

– Eu te conheço a muito tempo, sabe que pode confiar em mim, me conte o que planeja. – Alan nunca perguntava o que ela iria fazer, apenas apoiava, não era comum essa ação por parte dele.

– Mas, você nunca me perguntou antes, sempre me apoiou, eles estão te pressionando para me sabotar? – perguntou depois de se levantar e encarar o homem de meia idade.

– Você não me conhece? Estou perguntando porque não consigo mais decifrar o que irá fazer, você não tem agido com razão, a vingança está te transformando em outra pessoa. – suspirou e Mia teve que concordar.

– Eu estou tão estressada com tudo isso, depois da morte do meu tio, de todos os assassinatos eu não consigo pensar em outra coisa que não seja encontrar esses monstros. – coçou a cabeça e procurou por um copo de água para tirar a secura da garganta.

– Sabe a minha filha mais velha que tive com a minha primeira mulher quando morei no Brasil? – ele sacudiu a cabeça. – Ela está chegando para morar comigo. – sorriu, mas seu sorriso estava cansado. – Ela se formou em psicologia e recentemente fez duas especializações em psiquiatria e psicanálise, ela é apaixonada por essa área. – suspirou.

– Isso é muito bom Alan, significa que ela vai ser uma boa profissional. – Mia sorria.

– Para ser sincero, não estou de acordo com as decisões que ela tomou recentemente. – olhava para o próprio pé como se buscasse apoio. – Ela vai fazer a prova para se tornar profiler na Scotland. – agora ela entendia seu medo, não queria que a filha dele estivesse envolvida com criminosos, ele já sabia bem como era cansativo e doloroso, ser sempre alvo de pessoas com mentes perturbadas. – Mas, a Gaia não é um boneco manipulável, ela puxou a mãe, muito dedicada e que ama fazer o que gosta. – falava com orgulho.