Um Príncipe em Apuros

Capítulo 9

Naquela manhã tudo parecia perfeito, sem notícias ruins por mais de uma semana. Não que fosse um bom sinal, pelo contrário, Mia estava desconfiada daquele sumiço e da forma que tudo ficava ainda mais complicado. Não estava mais a frente do caso, foi rejeitada e excluída de um trabalho moldado completamente por ela e sua equipe.

– Bom dia! – Matthew estava animado, os dias que Mia passou ali com ele estavam sendo os melhores. – Trago novidades! – estava empolgado.

– Bom dia! – sorriu e o seguiu até o estábulo. – Pois me conte agora! O que é? – agora era a vez de ela ficar ansiosa.

– Vamos ao encontro do River e eu te conto. – segurou-a pelo ombro e os dois foram conversando até lá.

– Eu estou sentindo falta da Charlotte! – sua motocicleta era preciosa, um presente de seu tio Marcus quando ela se formou no colegial. – Assim que eu voltar para Londres, vou incluir ela novamente em minha rotina para trabalhar, bem mais prático e rápido. – sentiu uma breve pontada, em dois dias estaria de volta a Scotland.

Sentaram-se ao lado do estábulo para sentir um pouco daquele ar fresco. As folhas cantavam enquanto dançavam em um ritmo próprio delas, acalmando e trazendo esperança. Os pássaros estavam felizes, pareciam está preparando uma grande festa, voavam de um lado para o outro vez ou outra em duplas, trios ou até mesmo sozinhos e Mia estava encantada, era a primeira vez que se sentava em um lugar para observar a natureza e não investigar um crime horrendo. Sorria abobalhada com a riqueza de cores que a natureza mostrava cada qual com sua beleza. O céu parecia mais azul, a cor estava mais intensa que nos outros dias. Matthew a olhava estudando cada emoção, era difícil ver aquela mulher apaixonada pelo serviço sorrir, na maioria das vezes estava sempre com uma expressão fechada e dura, com sua postura sempre rígida e em alerta, como se esperasse a qualquer momento um ataque.

– Você fica tão bem sorrindo, deveria fazer isso sempre. – nem mesmo ele notou o que havia acabado de falar. Apenas quando ela olhou envergonhada acabou percebendo e tentou disfarçar. – Como você está em relação ao caso que lhe tiraram? – viu o rosto dela se entristecer e se arrependeu novamente de ter perguntado.

– Acho que o problema vai ser solucionado agora. – deu um meio sorriso. – Espero que eles aceitem o Richard e o Alan para completar a investigação, eles são os melhores no ramo. – engoliu em seco.

– Você também é a melhor, por isso eu fui até Londres. – franziu o cenho e Mia colou o indicador entre as sobrancelhas dele onde se formavam as rugas e sorriu, ele ficava engraçado quando estava nervoso.

– Não se preocupe, não tenho muito que fazer, quem manda em tudo é o nosso superior, se ele decidiu está decidido. – ela queria se conformar.

– Eu posso falar com ele, não quero outras pessoas tomando conta da segurança do reino. – Matthew sentia que a cada momento ela precisava disfarçar mais suas emoções. – É o que você ama! Você é a melhor Sherlock. – ele havia dado um apelido para ela e não conseguia mais chama-la pelo nome e a obrigou a chama-lo de Matt.

– Que segurança? – se levantou nervosa. – Olha o seu braço, você quase o perdeu. Pior ainda, você quase morreu! Para de tentar me consolar, não tem como eu continuar aqui, falhei e o Patrick já conseguiu tomar tudo das minhas mãos. Apenas deixe tudo como está e eu tenho certeza de que eles vão conseguir capturar os malditos que estão fazendo tudo isso com o reino. – respirou fundo e foi surpreendida por um abraço de Matthew. – O que isso Vossa alteza? – se assustou e tentou sair daquele abraço inesperado.

– Primeiramente, já somos amigos, então é Matt. Segundo, você também se feriu, muitas vezes. Não estou sendo legal, não consigo mentir, apenas acho que você realmente é a melhor detetive para resolver esse problema. – mais uma vez ele estava sendo muito bom, não podia ser tão legal daquela forma, ela não conseguia achar motivos para não aceitar aquele abraço, mas precisava sair dele naquele instante. – Não adianta tentar sair do meu abraço, você precisa de aconchego agora. Apenas se quebrar novamente meu braço e o outro.