Demônio

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   — Então, fêmea revoltada, vai subir sozinha ou vai querer uma ajuda?
   Cerrei os dentes, pensando seriamente em bater a loção pós-barba na cabeça dele e correr. Draco seguiu meus olhos até o objeto que eu usaria para agredí-lo, e então sorriu ainda mais.

   — Eu vou embora. — Repeti, frustrada com meu corpo que claramente só tentava fazê-lo agir como um troglodita.

   — Você não vai, isso é uma certeza.

   — Eu vou gritar pelo Theo.

   — Acha que ele vai conseguir tirá-la de mim?

   — Mas ele pode ligar para a polícia.

   — Eu arrisco. — Provocou ele, e percebi que não era uma  brincadeira. — Suba as escadas por conta própria, ou eu te levo.

    Eu não ganharia aquela tão facilmente. Mas mamãe sempre dizia que eu era uma garota teimosa...

   — Tudo bem. — Minha voz macia e calma o fez erguer a sobrancelha. — O quê? Você quer que eu suba, eu vou fazer.

   — Tudo bem, então.

   Draco me soltou, e abri a porta para sair do banheiro. Respirei fundo, me preparando para o que estava por vir, e caminhei na frente de Draco até chegarmos na base da escada. E então gritei:

   — Theo, ele está me sequestrando!

   — Cretina miserável. — Draco rosnou, e em um segundo ele tinha me virado de frente para ele, segurando minhas coxas e me jogando sobre seus ombros como um saco de batatas. Gritei, batendo na sua bunda para que ele me colocasse no chão. Não era como se eu quisesse ter contato com aquela parte do seu corpo, mas era apenas até onde eu podia alcançar.

   — Theo, liga para a polícia!

   — Demon! — Draco gritou, e por um segundo achei que ele estivesse me ofendendo e eu estava pronta para ofendê-lo de volta quando eu ouvi... O barulho de pegadas soaram vindo do andar superior. Meus olhos arregalaram quando escutei um rosnado monstruoso. — Se alguém passar pela escada, pegue.

  — Quem na porra do mundo é Demon? — Minha voz saiu com todo o desespero que eu realmente sentia. E então Theo apareceu na base da escada, e seus olhos também arregalaram-se.

   — Puta que me pariu, que monstro é esse? — Perguntou, agarrando a camisa de Dame e colocando-o na sua frente. — Hermione, querida, eu tenho que ir para casa, ok?

   — Eu não acredito que você vai me deixar aqui, Theodore! — Berrei, exatamente quando um cachorro monstruoso passava ao meu lado. Toda a minha coragem me abandonou quando vi - mesmo que de cabeça para baixo - o pelo preto brilhante. Um guincho escapou da minha garganta, um som que era o oposto de coragem. — Santo Jesus, vamos morrer.

   — Demon, não ataca as visitas! — Dame falava com o monstro como se ele pudesse entender, e então sorriu amplamente ao se aproximar do cachorro. — Isso, agora venha aqui me dar um beijo.

   — Dame, caralho, ele está protegendo a família, não o amoleça! — Draco reclamou, e Theo lamentou baixinho quando o rottweiler imenso e claramente bem alimentado correu até Dame e pulou, colocando as patas no peito dele. Damien cambaleou para trás, mas ainda ria como se não estivesse sendo atacado por um monstro. Draco bufou, exasperado.

   — Hermione, eu realmente tenho que ir. — Theo voltou a dizer, rindo com nervosismo enquanto segurava o trinco da porta. — Draco vai te levar para casa, não vai?

   — Boa viagem de volta, cara. — Draco murmurou, dando um tapa na minha bunda que me fez gritar de frustração. — Eu te devolvo a irritadinha amanhã.

Meu Cretino - Dramione Onde histórias criam vida. Descubra agora