A Virgem

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— Um balanço erótico. — Repeti o que tinha acabado de escutar, a caneta entre meus dedos pairando sobre o papel rabiscado com as outras exigências que meu cliente recitava pelo telefone. — O senhor quer um balanço erótico no quarto?

— Sim, isso mesmo! — Ele respondeu com grande entusiasmo, e quase pude imaginá-lo com perfeição sorrindo enquanto concordava com um aceno frenético. O Sr. Longford era um bom homem. Talvez velho demais para ter um balanço erótico no quarto, mas quem era eu para julgar alguém? Se mesmo com setenta e cinco anos ele estava desfrutando de seus gostos sexuais, eu só podia aplaudi-lo pela perseverança. — Você pode fazer isso, certo, anjinha?

Apertei os lábios para não rir do apelido tosco. Longford tinha sido um dos meus primeiros clientes, e tínhamos uma boa relação tranquila e relaxada entre nós. Ele dizia que eu sorria como um anjinho, então começou a me chamar daquela forma. E eu? Só conseguia imaginá-lo como um avô simpático... Pelo menos antes daquela conversa. Agora eu tentava não imaginar um avô simpático transando na porra de um balanço erótico.

— Claro que posso, sr. Longford. — Respondi, anotando seu pedido no papel. — Preciso apenas de um dia para conversar com meu assistente. Ele irá fazer o esboço e mandamos para o senhor esta noite. Combinado?

— Eu sabia que podia contar com a minha anjinha! — Ele riu, o que me fez rir junto. Deus, eu adorava aquele senhorzinho! Mesmo que, agora, ele me parecesse menos inocente do que antes. — Até mais, anjinha.

— Até mais tarde, sr. Longford.

Encerrei a ligação, terminando as anotações e balançando a cabeça ao olhá-la. Além de um balanço erótico, o sr. Longford também exigiu uma nova decoração para o quarto em cores vivas, além de armários embutidos maiores. Tudo bem, eu podia fazer isso.

Olhei para trás de mim, deitada na cama. Draco ainda dormia profundamente, seu braço pousado sobre a minha cintura, o nariz mergulhado em meu cabelo. O que ele chamava de sua "meia-ereção matinal" estava seguramente apertada contra a minha bunda e eu balancei a cabeça, me divertindo com isso. Segurei sua mão, tirando-a do meu peito e rolando os olhos. Draco tinha o hábito de dormir apalpando meu peito como um tarado. Quando o contato se desfez, ele resmungou e voltou a me apalpar, esfregando o quadril na minha bunda.

— Não... — Ronronou, sua voz cheia de sono. — Ainda não quero acordar.

— Tenho que trabalhar um pouco, preguicinha. — Sussurrei, tentando novamente sair da cama. Mas Draco me puxou para seu peito e voltou a resmungar.

— Nããão... — Disse, manhoso. — Quero seu peito e sua bunda, fique aqui.

— Não posso. Preciso mesmo...

— Então ao menos me dê um beijinho para sarar meu coração solitário. — De olhos fechados, Draco fez um bico que me arrancou uma risada. O beijei rapidamente, saindo da cama em seguida antes que ele conseguisse me segurar por mais tempo. Por experiência própria, eu sabia que ele não precisava de muito para isso. Vesti uma camiseta sem mangas e um jeans skinny depois de escovar os dentes, e então saí do quarto.

Primeira parada: quarto de Clary. Mas ela ainda estava dormindo, então apenas acariciei sua cabeça macia e voltei a sair. Caminhei pelo corredor até o quarto de Damien, bocejando depois de apenas 5 horas de sono. Draco tinha me dado trabalho àquela noite. Um belo trabalho... Segurei a maçaneta do quarto de Dame, girando-a e estranhando ao encontrá-la aberta. Damien tinha adquirido o hábito de abrir a porta do meu quarto sem bater primeiro, e para me vingar, comecei a fazer o mesmo com ele.

Meu Cretino - Dramione Onde histórias criam vida. Descubra agora