Sem Coração

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Eu já tinha me decidido que odiava aquele cara, mas isso não queria dizer que eu o mataria de fome. Já estava na cozinha fazia alguns minutos, e tentava preparar algo fácil e rápido. Me surpreendi quando o puto me seguiu até lá e sentou sobre o meu balcão, observando, distraído, enquanto eu cortava rodelas de tomate para o sanduíche de queijo.

   — Você tem mãos muito pequenas. — Observou ele, parecendo achar aquilo digno de um estudo. — Na verdade você é toda pequena. Mas seu pé é enorme, como isso é possível?

   — Eu vou enfiar meu pé na sua cara se não me deixar em paz. — Resmunguei, rolando os olhos.

   — E também é agressiva demais para alguém do seu tamanho. Parece um pinscher possuído.

   — Está me chamando de cadela?

   — Só se você gostar de xingamentos. Tenho dois pacotes, com palavrões e sem palavrões.

   — E o que Theo comprou?

   — Com palavrões e alguns tapas incluídos.

   — Tapas?! — Berrei, incrédula. Meu amigo desconhecia a  palavra limites. — O que Theo acha que eu sou?

   — Uma mulher que precisa de uma foda. — Ele deu de ombros. — Pense comigo, seu amigo te comprou uma noite cara com um acompanhante. Ele está tentando te dizer que você está precisando transar para relaxar. Eu não queria falar isso, mas você parece meio desesperada.

   — Vai se foder, babaca.

   — Não posso, você não quer. — O idiota sorriu como se fosse uma poça de inocência. Draco inclinou-se para ver o que  eu estava fazendo, e sua expressão de nojo me fez parar e olhá-lo.

   — Se disser que não come sanduíche de queijo eu não me responsabilizo pelos meus atos. Estou portando uma faca!

   — Caralho, eu só estava olhando… — Disse, rindo. — O que vamos fazer essa noite?

   — Eu não sei você, puto, mas eu quero ler e dormir em seguida.

   — Cadela infeliz… — Resmungou, pulando do balcão com uma risada quando avancei para batê-lo. — Eu não durmo antes das três. Precisamos achar algo melhor para fazer.

   — Como eu faço para você entender que eu não vou transar com você?

   — E quem disse que eu quero te comer? Não vem para cima de mim com essa faca, maníaca! — Gritou, rindo como um imbecil e erguendo as mãos para mim. — Eu só quis dizer que é a sua casa, eu não vou ficar acordado sozinho e depois ir para a cama.

   — Cama? — Dei uma risada histérica. — Amigo, acho que temos um problema. Só existe uma cama nessa casa, e ela é minha.

   — Eu durmo com você, não me incomodo…

   — Você não vai dormir comigo. — Draco me olhou por um momento, como se não entendesse as minhas palavras. — Durma no sofá, ele é bastante confortável.

   — Eu vou dobrar meu preço se tiver que dormir naquela porra, eu estou avisando.

   — Não me importo nem um pouco. — Sorri, voltando a cortar os tomates. O silêncio durou apenas alguns segundos até eu ouvir o sussurro dele.

   — Você tem uma bela bunda…

   Me virei lentamente, deixando a faca sobre o balcão para afastar a tentação de jogá-la na cabeça de Draco. Coloquei as mãos na cintura, olhando-o com ameaça.

Meu Cretino - Dramione Onde histórias criam vida. Descubra agora