Quem Está Mentindo?

Cena 2: "Medo da água".

•Você está deslocada, não seja assim
E você sorri quando mergulha, como se você nunca fosse voltar.
Vejo seu rosto quando eu apagar, eu nunca vou voltar

Era oficial. Em apenas alguns carrapatos, não havia outra notícia nas bocas dos habitantes de Hidden City se não a Morte de Aylah Viller.
Eloise estava com problemas de ansiedade o que não era de admirar, afinal, de que jeito alguém pode reagir quando toda a sua vida se desfaz em um ato tão simples que dura não menos do que alguns segundos? Bom, foram os segundos mais longos da sua vida mas nada do que fizesse agora iria mudar o ato penoso que Aylah havia cometido ontem. Olhou-se ao espelho outra vez desistindo de tentar esconder as bolsas por baixo dos olhos adquiridas pela noite em branco que passara. Decidiu descer para tomar o café da manhã para não se atrasar para a escola. Ao descer as escadas, segurou a barra de madeira por longos segundos se perguntando se seria mais difícil ir para escola e encontrar uma Aylah destruída ou simplesmente ver que ela não foi a escola hoje, e nunca mais irá, que ela simplesmente deixou de fazer parte da sua vida, inesperadamente.

- Eloíse?

Eloíse se assustou com a voz de sua mãe quando ela o tirou de seus devaneios. Respirou pesado antes de dar-lhe um meio sorriso e cumprimenta-lá.

- Bom dia mãe.

- O Café está pronto, vá comer rápido se não você vai se atrasar, seu pai está esperando.

Samantha olhou para o filho amavelmente enquanto ele tentava impedir que ela continuasse a arruinar seus cabelos já bagunçados. Ela sabia que ele já não tinha 7 anos e que não gostava que o tratassem como um menino mas vê - lo assim, com o coração desfiado, quebrava o seu, profundamente.
Eloíse apenas assentiu e caminhou em direção a cozinha, chegando lá cumprimentou seu pai, que lhe devolveu o mesmo com um sorriso, Eloíse entretanto apenas pegou uma maça e bebeu um copo de água, perguntando ao pai se podiam ir.

- Sua mãe fez panquecas de mirtilo...
- Obrigado mas não estou com fome.

Antes que Mike terminasse sua frase Eloise o respondeu o mais amigável que pode atendendo a sua situação actual. Mike apenas assentiu e deu um beijo em sua esposa, alegando que estava de saída. Eloise o seguiu acenando para a mãe que fazia o mesmo.

Delegacia n° 97

- Hai, eu preciso do relatório sobre o local do crime. Maiteé me avise quando as testemunhas chegarem para prestarem depoimento, não se esqueça de notificar os amigos da vítima, e... Douglas... para minha sala.

O dia nunca esteve tão agitado na delegacia nº 97 do estado de Manhattan. Na verdade fazia um bom tempo que casos como esses, não eram vivenciados na cidade pacata de Hidden City, e é claro, o delegado Vazquez não poderia estar mais entusiasmado.
E Michael Douglas percebeu isso quando adentrou a sala do detetive.

- Se eu não conhecece você como eu conheço eu diria que você é um homem cruel por estar tão feliz com a morte de uma adolescente detetive Vazquez.

- Felizmente você o faz, e sabe que eu adoro esse tipo de caso, e para ser honesto faz tempo que não sinto essa adrenalina.

- Cara perigoso hein...

- Eu adoro mistério e perigo Michael, e cá p'ra mim, esse caso vai ser bem longo. Estou entusiasmado por interrogar as testemunhas.