O incidente

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Não podemos nos esquecer do nosso bom e velho "Draaaaamaaaaaaa"
Boa leitura!

Bjus. L


Diana


Me apoio sobre os cotovelos com um irritante zumbido ecoando em meus tímpanos, sinto algo escorrendo por minha testa, nem preciso passar a mão pela mesma pra saber que me cortei. Me levanto e observo o carro de Layla em chamas, meio cambaleante vou até o mesmo, nenhum sinal de minha colega, olho para o canto escuro mais adiante e vejo uma "massa escura" disposta em uma posição nada comum e nenhum pouco confortável. 

Corro em sua direção, me abaixo e sinto um grande aperto em meu coração. Layla, ou o que restava dela, tinha tido o corpo quase que completamente carbonizado, eu realmente não sabia o que fazer, minhas mãos tremiam e eu estava por um triz de entrar em choque. 

Escuto um chiado, que logo noto ser uma respiração. "Por Hera!"-penso.

Layla ainda estava viva, não consigo acreditar, agradeço silenciosamente aos Deuses por esse milagre.

Mesmo sem saber o real grau de seus ferimentos, levanto sua cabeça delicadamente e a coloco sobre meu colo. Escuto os sons de dor e desespero de Layla e me recuso a chorar.

- Ahn... D-Di-Diana.-gagueja Layla num fio de voz.- E-eu vou...

- Shhh, você vai ficar bem, a ajuda já está a caminho.-digo tentando soar o mais calma possível.

- M-mi-minhas f-fi-lhas...

- Poupe sua energia, vai ficar tudo bem, tenha fé.-digo tentando acalma-la.

Não demora para que pessoas apareçam e nos cerquem, todos estão chocados, a maioria acredita que foi um atentado, mas se soubessem qual era a real causa de tudo isso... Escuto o som das sirenes, sem dúvida eu estaria nos noticiários dessa semana. 

"Droga".-penso.

A ajuda médica, a polícia, esquadrão anti-bombas, e a indesejada imprensa chegam num estardalhaço que só eles sabem fazer. E logo Layla já está dentro de uma ambulância a caminho do hospital. 

Todos ali sabem quem eu sou, então em segundos estou rodeada por jornalistas fervorosos.

- O que aconteceu embaixadora?-pergunta um.

- Foi um atentado?-diz outra.

- Esse evento tem alguma relação com o atentado da festa da ONU?-diz outro.

- Sem mais perguntas pessoal.-diz uma policial transpondo o grupo de jornalistas que me cercavam.- A embaixadora precisa de um tempo para se recuperar.-diz ela me puxando pelo braço e me tirando dali rapidamente.

A policial me leva para uma área montada para atender as pessoas que haviam se ferido levemente. Fico sentada na parte traseira de uma ambulância esperando, fiz questão de que atendessem todas as pessoas mais feridas primeiro, eu não tinha me machucado seriamente, então não tinha necessidade de eu ser atendida como prioridade. 

Meu celular vibra no bolso da calça, o pego e vejo a foto de Helena brilhando na tela.
- Oi.-digo num suspiro.

- Diana?! Graças a Deus.-diz Helena aparentemente aliviada.- Vi o noticiário, o que aconteceu?

- Nem eu sei.-minto.- Foi tudo muito rápido.

- Entendi, mas o importante é que você está bem.

- Obrigada.-digo.

Nos falamos mais um pouco, para em seguida nos despedimos e finalizamos a ligação. 

Sentimentos ReveladosOnde histórias criam vida. Descubra agora