Capítulo III

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Não sei o que está acontecendo aqui, a única certeza que tenho é que nunca vi esse cara na minha vida, bem, não pessoalmente. Sonhei com ele, uma coisa maluca que se contasse para alguém, me internariam na hora.

Nem tenho a fama de louca, imagina que pensariam isso de mim...

Devo estar com cara de pateta nesse momento, mas por algum motivo não consigo desviar os olhos dele.

Com certeza é o mesmo cara, só o cabelo está um pouco menor, suas feições fortes me deixam hipnotizada. É anormal o que estou sentindo, tenho certeza que se tivesse visto ele em algum lugar eu me lembraria, não tem como esquecer um rosto assim, mas como é impossível algo desse tipo acontecer então acho que ele já frequentou aqui antes mas nunca prestei atenção, até o momento que sonhei com ele.

— Quando terminar de me encarar pode trazer a carta de vinhos?

Saio do transe com ele falando comigo, mas acabei não ouvindo nada do que ele disse.

— Perdão, pode repetir por favor? não escutei direito — Sorrio amigavelmente, nem estou me reconhecendo.

— Percebi, você sempre é tão cabeça nas nuvens? — diz sarcasticamente com um pequeno sorriso de canto.

Fico com vergonha e sinto minhas bochechas esquentarem. Com certeza não me reconheço, nunca na vida que eu deixaria alguém falar assim comigo. Então porque ainda estou parada, olhando para ele como uma boba?

— Sempre fico assim quando vejo alguém ridículo na minha frente, fico pensando como a pessoa se aguenta. — Falo, dando um sorriso cínico.

— Não é o que me pareceu segundos atrás — coloca a mão em seu queixo, que por sinal é muito bonito.

Que diabos estou pensando? Até o queixo Aly? Tô ficando pirada, isso que dá ser virgem ainda, hormônios a flor da pele e achando partes do corpo anormalmente atraentes. Respiro fundo e dou um sorriso falso.

— Quer fazer o pedido agora?

— Me traga o seu melhor vinho por favor. — Diz, me olhando maliciosamente — Vinho é uma das duas coisas que mais gosto.

Sem pensar muito acabo perguntando sem me importar de ser intrometida, minha curiosidade as vezes é extrema.

— Qual é o segundo? — coro com a ousadia que tomei.

— Não é o segundo, é o primeiro. Ter uma mulher bonita debaixo de mim, foder com força e ouvir seus gritos de prazer. Não tem coisa melhor — morde seus lábios me olhando de cima a baixo.

Um tremor passa pelo meu corpo, coisas que jamais notei existir em meu íntimo começam a aflorar, meus lábios ficam levemente secos e passo a língua neles. Começo a transpirar. Muito nervosa é o meu estado atual, sorrio sem graça.

— Informações demais...

Saio de lá antes de cometer alguma besteira, como me jogar em cima do garanhão gostoso que mete com força ou o mais provável, dar um tapa na cara para parar de ser abusado.

Peguei um vinho de uma safra especial que custa o olho da cara, só vendia se fosse a garrafa inteira, ele pediu o melhor e ele tem cara de rico, bom, pelo menos é o que seu modo de vestir aparenta. Aquelas roupas e o relógio de ouro deve valer mais do que uns cinco meses de salário meu.

Coloco dentro de um balde com gelo e pego uma taça. Antes de ir até sua mesa vou até o banheiro e passo uma água no rosto. O ar-condicionado está ligado em 23° graus, mas parece que está fazendo cinquenta graus dentro do bar. Me ajeito e vou até sua mesa, coloco o vinho em cima e estou saindo quando sinto sua mão tocar em meu antebraço.

Um amor para Levi RossOnde histórias criam vida. Descubra agora