Capítulo XIII

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Será que é assim como Alícia se sente? Impotente? vendo seu amor sendo beijado por outra? Eles estão se abraçando, mas de repente Levi se afasta e olha em meus olhos. Será que ele sabe que estou aqui dentro? Que está beijando meu corpo, mas não minha alma?

— Alícia? Como...

Ele não chama meu nome. A dor em meu peito é inimaginável, mas sei que no fundo, no íntimo não posso culpá-lo por ficar feliz em vê-la novamente. Ele esperou 300 anos por ela, então eu apareci e interferi no destino. Interferi em sua vida, em sua espera.

— Eu consegui amor, estava tão escuro lá dentro — ela o abraça e chora em seus braços — Eu conseguia ver tudo que estava acontecendo, mas não podia fazer nada, tudo era tão confuso Levi.

Levi não estava sorrindo agora, nem chorando junto com ela. Vampiros choram? Percebo que não sei nada sobre ele. Nosso romance foi tão rápido que as poucas coisas que sei a seu respeito são irrelevantes. Com certeza Alícia sabe mais dele do que eu.

Se já me sentia totalmente em desvantagem, agora estava pior. O que eu poderia fazer para mudar essa situação? Não tinha mais controle do meu corpo então de nada serviria ficar aqui olhando o romance dos dois. Queria poder apagar essa cena que presenciei, mas sei que devo guardar e usar quando puder.

— E o que aconteceu com Aly? — se afasta um pouco dela e a encara profundamente.

Alícia fica surpresa com a pergunta e se afasta ultrajada. Sai da cama e fica andando de um lado para o outro.

— Não estou acreditando que você está me perguntando sobre ela. Acabei de dizer que passei por um inferno dentro da cabeça dessa tal de Aly. Eu vi tudo Levi! Vi você dizendo que queria seguir sua vida sem mim! Que queria conhecer mais a Aly! Mas para sua informação ela e eu somos a mesma pessoa! Amando a mim você estará amando ela e amando ela estará amando a mim...

— Não é para você pensar assim Alícia, estou confuso. Fiquei surpreso porque dormi ao lado de uma pessoa e acordei ao lado de outra — Levi suspira e passa as mãos pelos cabelos em um gesto nervoso — Só queria saber o que aconteceu com ela.

— Você está estranho, não me chama mais de amor... parece que não me quer aqui, você preferia que eu estivesse morta? Sem me ver para sempre? — Alícia vira as costas para ele e sorri de uma forma maléfica. Coloca a mão na cabeça e geme, fingindo que está com dor — minha cabeça está doendo tanto... minha alma está sangrando pelo seu desprezo... aiii... acho que vou...

Uma raiva homicida se apodera de mim.

"Para com isso sua louca! Você está fingindo desmaio, como pode ir tão baixo?"

Sinto sua risada interna.

"O mundo é dos espertos, ele vai te esquecer quando pensar que estou ficando mal. Imagina como reagirá ao saber que tem que ter cuidado se não eu posso ficar ruim, passar mal e até morrer? Ele me ama demais para arriscar me perder. "

"Isso é mentira!"

"Claro que é, bobinha. Mas ele não precisa saber."

O que adianta minha raiva? Não poderia fazer nada com ela. Se ao menos eu soubesse como tomar posse do meu corpo novamente. Ao invés disso eu fiquei olhando Levi se Levantar com sua velocidade sobre-humana e correr para impedir que Alícia batesse nossa cabeça no chão.

Ele pega meu corpo e carrega para a cama, ela ainda estava fingindo o desmaio, não estava mais rindo da minha cara, nem falando o quanto seu plano é perfeito, mas eu sei que ela está acordada.

— Alícia, Alícia acorda... — ele dá leves batidinhas em seu rosto, tentando fazê-la acordar.

Nada dela abrir os olhos e acabar com a farsa. Não sei porque ela falou que eu era a parte boazinha, minha vontade nesse momento, se eu pudesse pegar em seu pescoço é quebrá-lo. Vadia astuta do caralho, minha raiva cresce a cada minuto que ela passa fingindo esse maldito desmaio.

Um amor para Levi RossOnde histórias criam vida. Descubra agora