Capítulo VI

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Minha mente está me deixando louca, parece estranho. Claro que é, mas não consigo parar de pensar na loucura que estou fazendo nessa última semana. Nesse meio tempo já voltei ao lugar onde fui atacada, duas vezes. Loli me pergunta o que aconteceu naquela noite e mudo de assunto toda vez, tentei rastrear o número dele com um conhecido que é hacker, ele disse que estava bem criptografado. Toda noite, na saída do serviço me pego a imaginar como ele é.  Em minhas lembranças ele parece forte, uma voz rouca e hipnotizante. As vezes chego em casa e me toco pensando nos seus braços em volta do meu corpo, como ele me segurou sem nenhum esforço.

Olho para o relógio que tem na parede do bar, falta quarenta minutos para acabar o expediente, estou ansiosa para chegar logo a hora de ir embora, quem sabe hoje não consigo vê-lo.

Atendo outro cliente, o bar hoje está calmo, tem somente três mesas restantes, sorrio para o casal que acabei de atender. Eles sempre vem aqui, coloquei eles na categoria de  romances perfeitos. Ele perguntava para ela o que a mesma queria, ela sorria meiga e pedia para ele escolher, seus olhos mostravam o mais profundo amor, misturado com desejo, ele afastava a cadeira para ela sentar e levantar e nunca vi uma briga dos dois. Ultimamente ando pensando muito em romance, logo eu que nunca fui chegada a isso, sempre afastei quem quer algo a mais comigo.

Pensando nisso lembro do cara do outro dia, ele é muito bonito, atraente ao extremo, tento me lembrar do seu nome, mas com tantas coisas que me aconteceram eu acabei me esquecendo. Nunca mais apareceu aqui, me arrependi de ter te ligado, pelo simples motivo de ter uma pulga atrás da orelha. Fico me perguntando se é ele, mas não pode ser. Até onde sei, vampiros não bebem vinho, nem comem ou tem pulsação. Olhei o seu pescoço e vi as veias lá. É, sou maluca mesmo, fico reparando essas coisas. Ele é másculo, com certeza é um homem perfeito de se olhar, até o seu bendito pescoço.

Fico me perguntando como uma pessoa que não sentia atração por ninguém, de repente se interessa por duas pessoas ao mesmo tempo.

Começo a limpar o balcão e vejo o último cliente sair, suspiro aliviada.  Termino de limpar e vou lavar as taças. Pelo canto do olho vejo Loli entrar no escritório de Nick. Não acredito que ela está fazendo isso de novo. Se eu sou uma tremenda confusão para o lado das brigas, minha amiga é para homens.

Ela ama a sensação de poder, já ficou com um mafioso, um Juiz e um General. Também já praticou várias formas de fazer sexo. Entre elas teve ménage, BDSM e Swing. Não acho que ela corre perigo com Nick, ele pode ser um chefe esnobe e safado, mas nunca tentou ultrapassar os limites comigo, as vezes faz brincadeiras de duplo sentido. Que nem no dia que me perguntou qual era a cor da minha borsetta, eu quase lhe dei um tapa na cara, mas ele apontou para minha bolsa e entendi que é bolsa em italiano. Depois disso ele nunca tentou ir mais que isso. Já com a Loli ele sempre deu uma segunda olhada, não sei da onde eles se conhecem. Até porque como sempre, Loli entrou aqui primeiro para depois me colocar. Nunca tinha percebido o clima deles, até agora. Mas não é problema meu, tenho muita coisa para me preocupar, ela já é grandinha e pode se virar sozinha.

Termino de lavar e penso se devo ou não chamá-la. Vou em direção do escritório mas paro ao ouvir gemidos e Loli falando.

— Amo não precisar pedir para você puxar meus cabelos.... isso... mais forte...

Não sei se rio de nervoso ou constrangimento, só sei que meu rosto está quente, minhas mãos trêmulas. Saio de lá as pressas, nunca vi sequer um filme de sexo, que dirá assistir um pessoalmente.

Pego minha bolsa e saio correndo, acabo me esbarrando em alguém.

— Me Desculpe... — falo sem graça quando consigo me equilibrar para não cair.

Um amor para Levi RossOnde histórias criam vida. Descubra agora