five. come live with me

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n/a. esse capítulo foi difícil de escrever por motivos de: eu quero muito dar para chris evans


Demorou um bom tempo para que Margo conseguisse explicar à Morgan sobre toda a situação com Steve Rogers, e para convencê-la a nem mesmo comentar sobre com seus pais. Funcionou, ela só não sabia por quanto tempo duraria.

Ainda assim, os encontros com Rogers se tornaram cada vez mais frequentes. Quando Tony pedia à Alessio para cuidar da Stark mais nova, ela aproveitava para levá-la ao parque, onde encontrariam o "tio Steve", ou quando estava sozinha — e Kevin, trabalhando —, ia até o grupo de apoio organizado pelo homem que, um dia, fora o Capitão América.

Margo ficava ao longe, apenas observando e esperando o momento em que todos se abraçariam e se despediriam.

— Chegou cedo hoje. — Steve comentou, sendo o último a sair do local, cumprimentando a morena com um beijo no canto de sua boca. — Achei que ficaria com Morgan hoje.

— Tony resolveu que ficaria em casa. — Ela engoliu em seco. — Acha que ele sabe?

— Não sou eu que moro com ele, para poder dizer o que acho. — Rogers deu de ombros. — Mas ele falaria, se soubesse, certo? Além disso, talvez seja a hora de contar, de qualquer modo.

— Ele desconfiou quando eu contei que havia terminado com Kevin, mas não fez qualquer pergunta. — Margo deu de ombros, e ergueu uma sobrancelha. — Hora de contar? Eu não o vi com essa mesma opinião quando conversamos sobre os outros.

— Mal falo com eles, e você sabe disso.

Houve um silêncio. Steve vestiu seu casaco e a acompanhou até o lado de fora. O apartamento onde Steve morava não ficava muito longe — apenas quinze minutos de caminhada —, e sempre costumavam voltar andando após o grupo de apoio.

— Como deixamos as coisas chegarem à esse nivel, Steve? — Margo perguntou, durante o percurso. — Já fazem quase cinco anos, e parece que mal nos conhecemos. Os Vingadores, quero dizer.

Steve parou de andar e a encarou.

— Talvez precisasse ser assim. Talvez, você sabe, precisássemos perder tudo, para seguir em frente e recomeçar.

— Então por que eu sinto que estamos fazendo de tudo, menos seguir em frente?

— Eu não quero ter essa discussão com você mais uma vez, Margo. Por favor. — Ele balançou a cabeça, frustrado, suspirando ao ver que finalmente haviam chego ao seu prédio. — Vai entrar?

Era o tipo de pergunta que só se fazia quando discutiam. Não era algo raro mas, quando acontecia, fazia com que ambos se sentissem como duas crianças solitárias. Confusas, perdidas, sem a menor ideia do que deveriam fazer. Talvez, a demora de anos para que finalmente pudessem transformar o que sempre existiu entre eles criara toda aquela tensão, medo de que algo errado pudesse separá-los novamente. Não havia mais Vingadores ou titãs loucos para que aquilo acontecesse, mas não significava que tanto Steve quanto a própria Margo se sentissem sempre tão inseguros. Era como uma barreira que sempre impedia seu relacionamento de ir mais longe do que realmente poderia ir.

Já fazia quase um ano desde que se reencontraram no píer e passaram a ver-se, sem contar à Tony, e não parecia ter passado muito mais do que um mês. Inúmeros encontros, jantares e passeios no parque com Morgan, e tudo o que haviam feito era conversar, beijar-se antes de despedir-se e esperar ansiosamente para que alguém desse um passo a mais no dia seguinte.

Não que Margo não estivesse feliz. Céus, não. Ela não lembrava-se de se sentir tão feliz há muito tempo. Apenas a presença de Steve a fazia vibrar de felicidade, e aquilo era o bastante.

— Vou. — Ela anunciou, com um sorriso que indicava a falta de uma chateação ou o que quer que ele pensasse que ela sentia, acompanhando-o escadas acima, até chegarem ao apartamento.

Não era grande coisa. E não podia esperar-se menos de Steve Rogers. O apartamento simples tinha apenas uma pequena cozinha improvisada, dois quartos — um usado por Rogers para guardar seus livros — e um banheiro que mal poderia caber uma pessoa confortávelmente. Mas a sala era espaçosa o suficiente para caber o necessário: um sofá, uma TV e uma cômoda onde, carinhosamente, Steve posicionou algumas fotos.

Havia uma dele com ela, outra onde os dois sorriam ao lado de Morgan, e algumas outras tiradas quanfo os Vingadores ainda eram uma equipe. Margo perguntava-se se aquelas fotos não o deprimiam, ao invés de recordá-lo de forma positiva. Mas nunca ousou perguntar aquilo em voz alta.

— Quer café? — Ouviu Steve perguntar da cozinha, já ligando a cafeteira.

— Quero, sim. — Ela respondeu. Gostava do modo como aquele cubículo que chamavam de apartamento era aconchegante, e poderia passar horas ali sem se importar com o tempo.

— Eu estava pensando. — Steve anunciou, voltando à sala. Lentamente, ele se aproximou de Margo e colocou as mãos sobre seus ombros, massageando a região mais tensa. — Você poderia vir morar comigo.

Ela o encarou, quase como se quisesse ter certeza de que ele falava realmente sério. E não havia qualquer vestígio de brincadeira em seu rosto.

Margo não respondeu com palavras, porém. Limitou-se a beijá-lo, torcendo para que aquilo bastasse. Naquele momento, não importou se Tony ainda não sabia de nada — e se provavelmente a mataria, se soubesse —, ou se o mundo ao seu redor estivesse em um caos silencioso há quase cinco anos. Margo nunca precisou de palavras para dizer à Steve o quanto o amava, e como ele era a única pessoa que conseguia a fazer esquecer de tudo o que havia acontecido de ruim durante toda a sua vida. E também sabia que o mesmo valia para ele.

Por isso, nenhum dos dois pareceu se importar quando a cafeteira soltou um ruído, indicando que o café já estava pronto, ou em como o sofá parecia pequeno demais para comportar duas pessoas naquelas condições. Importavam-se apenas com suas peles nuas coladas uma à outra e com o espaço quase inexistente entre seus corpos, e em como o único som audível naquele momento parecia ser os gemidos e as respirações ofegantes. O toque de Steve na cintura nua de Margo era delicado, porém firme. Protetor.

Por vezes, o tempo em que Alessio passara vivendo uma mentira após o estalo de Thanos voltava à sua mente, recordando-a de como as coisas poderiam ser completamente diferentes em sua vida. E, daquela vez, por mais que seus pensamentos estivessem ocupados demais com todos os efeitos colaterais que os lábios de Steve causavam ao entrar em contato com sua nuca, não foi diferente. Mas, talvez, pela primeira vez desde que retornara à Terra, não via aquela experiência como algo que poderia sentir falta.

Naquele momento, Margo Alessio finalmente percebeu que aquela era a vida que ela precisava ter. Era a sua vida real, que ela não trocaria por nada, desde que Steve Rogers estivesse ao seu lado.

alessio ── endgameOnde histórias criam vida. Descubra agora