three. i promise you

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Steve retornou ao quarto de Margo apenas no fim dia seguinte. E, quando entrou, soube imediatamente que ela não parecia nem um pouco feliz. Bruce dissera que, para o quão afetada ela voltou, demoraria semanas, talvez até meses, até que se recuperasse completamente. Mas, apenas naquele curto espaço de tempo, ela já parecia exatamente com a Margo que Steve vira pela última vez, anos antes. Cheia de energia, saudável. Ainda assim, a expressão dela não demonstrava qualquer resquício de tranquilidade.

Não que fizesse qualquer diferença, na verdade. Ele também não estava feliz naquele momento. Não tinha como estar.

— Vocês foram atrás de Thanos. — Ela murmurou, observando-o sentar-se na maca, como o usual. Daquela vez, porém, seu corpo parecia não conseguir manter a si mesmo com segurança. O olhar de Steve nunca estivera tão perdido. Margo não precisava de muita observação para saber que, naquele momento, eles não tinham qualquer ponto de esperança. — E não conseguiram.

Quando Steve não esboçou qualquer reação às suas palavras, Margo apressou-se em envolvê-lo em seus braços. Diferentemente dela, o loiro era muito maior do que um abraço, mas não pareceu importar naquele momento. Steve deitou a cabeça no peito da morena e fechou os olhos, tentando desesperadamente fazer com que, por um minuto sequer, sua mente parasse de trabalhar. Mas, por mais que estar com Margo naquele momento lhe tirasse um enorme peso das costas, o sentimento de fracasso completo ainda era, no mínimo, destruídor.

Mas ele estava exausto, após tanto tempo sem um sono digno, e Margo sabia disso. Não demorou mais do que alguns minutos para que ele adormecesse, por mais que tenha tentado resistir.

— Se dê um tempo, Steve. — A morena dissera, em dado momento, quando ele ameaçou se levantar.

Então ele permaneceu. E, quando Margo deu-se por si, estava acariciando o rosto do mesmo, passando a mão por seus cabelos, observando-o enquanto dormia como um anjo, como se nada fosse capaz de preocupá-lo.

— Esse é o tipo de cena que eu não esperava ver. — Bruce Banner apareceu no cômodo, com alguns medicamentos em mãos e um sorriso desajeitado no rosto. — Desculpe. Eu preciso trocar o seu remédio.

— Tudo bem. — Margo murmurou, sentando-se para ter a medicação injetada em seu braço. — Eu sinto muito que a viagem até Thanos não tenha resolvido as coisas.

— Todos nós sentimos. — O cientista assentiu. — Mas ter você e Tony de volta foi algo bom, entre tanta coisa. Estamos felizes em ter vocês de volta.

— Só não somos a metade do universo, mas tudo bem.

— Não pense assim. Agora, cada vida possui um valor que ninguém conseguia ver antes. Tenho certeza de que Steve concordaria comigo.

Margo virou a cabeça para olhar Steve, que ainda dormia tranquilamente. Uma parte dela não conseguia deixar de se perguntar como seriam as coisas dali para frente. Talvez fosse, afinal, a hora de seguir em frente. Thanos havia vencido, e não havia mais nada que pudessem fazer. Nada, além de seguir com suas vidas.

Parecia fácil, mas ela sabia que, para Steve, era algo quase impossível. Desde que saíra do gelo, sua vida era como um Vingador, e apenas isso. Os Vingadores eram sua única família desde muito tempo, e ver aquilo se desintegrando — literalmente — era algo desesperador.

— Terá um momento em que ele achará que seguir em frente é algo egoísta. — Bruce continuou, chamando a atenção da morena para si novamente. — Acho que caberá apenas à você mostrar à ele que egoísmo seria o contrário.

— Não só à mim. — Margo balançou a cabeça. — Ele terá vocês. Estaremos juntos.

— Eu não acho que os Vingadores continuarão de pé, mesmo quando a poeira baixar. — Banner suspirou. — Você também acha isso, por mais que não queira admitir.

alessio ── endgameOnde histórias criam vida. Descubra agora