Parado no meio da rua movimentada, Adrien não conseguia se mover ou deixar de encarar a cena mais adiante com expressão de surpresa levemente assombrada, por uma decepção que ele mesmo não conseguia entender.
Sentiu suas mãos tremerem e a garganta secar. Duas pessoas passaram esbarrando no seu corpo mas não se deu conta, apenas ficou ali, vendo a mulher de costas abraçadas a um homem alto a sua frente. Ele segurava sua cintura firme enquanto ela ficava na ponta dos pés e suas mãos o envolviam pela nuca. Beijavam-se apaixonadamente.
Adrien ainda se mantinha estático mas de repente, como um balde de água fria molhado todo o seu corpo, a consciência voltou a tona o fazendo piscar duas vezes e ver com clareza ao redor. Olhou em volta franzindo a testa por um momento.
Mas que papelão. Que idiota! O que estava fazendo ali parado feito um estúpido?
Passou a mão nervosamente no rosto em extrema frustração, e não quis olhar mais a cena, só que sua cabeça e seus olhos ainda precisavam se certificar que se tratava de Marinette. E mesmo que seu corpo começasse se virar, continuou olhando em direção ao casal que agora conversava sorridente.
A felicidade deles o incomodava. A troca de sorrisos o tirava do sério, era como se estivesse descoberto uma traição, por mais absurdo que isso soasse.
Virou-se definitivamente, caminhou dois passos e mais uma vez, virou o rosto para ver o casal foi quando teve que parar.
Aquele rosto, aquela pessoa... por mais que fossem parecidas, não, aquela não era Marinette!
Um pequeno sorriso se montou no canto dos seus lábios a medida que o casal caminhava para atravessar a rua de mãos dadas. Como se uma pedra saísse de seus ombros, sentiu-se estranhamente aliviado, mas logo um pensamento rompeu seus sentimentos.
Porque estava se sentindo assim? Afinal, se fosse Marinette ela poderia ter voltado para seu marido... mas porque dentro do seu coração, desejava quase desesperadamente que isso não tivesse acontecido?
Voltou a caminhar pela rua.
Era inacreditável. Se estivesse acontecendo com outra pessoa provavelmente julgaria esta como uma louca, mas não, o pior era que estava acontecendo ele mesmo e por mais que as cosias parecessem absurdas, bem dentro de si sabia que no fim aquilo tudo faria sentido... de alguma forma.
Teve que percorrer mais uns metros até achar ao ponto de ônibus onde pudesse retomar o seu caminho de volta para casa. Esgotado, chegou ao prédio onde já caminhava pelas escadas com a cabeça baixa quando ouviu o barulho de uma porta abrir bruscamente e passos agitados quebrar o silencio dos corredores.
Logo uma voz feminina veio em seguida chamando pela criança que corria afobada.
- Hideki volta aqui!!!!
- Não me pega mamãããe... tio Adrien!!!
O loiro teve que parar para segurar o menininho que se jogou praticamente voando em sua direção.
- Eita moleque, fugindo de novo da sua mãe é? – Adrien segurou o pequeno japonezinho no colo que o abraçava rindo.
- Só vive assim né, Adrien! – Uma moça apareceu descendo as escadas logo em seguida. Ela também tinha os mesmos traços da criança. – Vem cá com a mamãe Hideki, deixa o tio em paz!
- Nhauuum – o bebe fez birra ao que a mulher revirou os olhos colocando a mão na cintura.
- Não tem problema... deixa ele. – Adrien apenas sorriu, acariciando as costas do menino. – E aí Kagami, tudo bem?
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De volta para o seu amor
RomanceQuando existe uma força maior, algo que não sabemos compreender e que exerce poder sobre nossas vidas, basta que deixemos os nossos caminhos livres e o destino nos guiar, levando-nos para o verdadeiro propósito de estarmos aqui. "E no final dessa c...