Marinette saiu com Adrien da igreja onde pediu um Uber.
Mesmo que quisesse falar um monte de coisas, Adrien se manteve em silencio aguardando para ver onde ela o levaria. Mas isso também não importava, a única coisa que queria era estar com ela e vê-la ao seu lado, sabendo que não era mais um sonho.
Ele sabia que muitas coisas precisavam ser explicadas. Para qualquer pessoa no mundo, seria muito estranho uma mulher casada convidar outro homem para ir a sua casa estando os dois sozinhos e isso também incluía tudo o que passaram anteriormente, mas o ponto não era esse. As convenções sociais não se encaixavam ali, pois como Kagami havia lhe falado, estava acontecendo alguma coisa muito maior do que poderia compreender.
A ligação que sentiu com Marinette desde o primeiro momento que a viu não era algo normal e precisava urgentemente, descobrir o motivo pelo qual se sentia assim.
Já dentro do carro, o casal permaneceu em silêncio até chegar a uma casa grande com um jardim lindo na frente. Ao descer o carro, Adrien passou o olhar em sua volta, aquele era uma das regiões mais valorizadas de Paris e vendo a construção a sua frente, logo entendeu que Marinette era uma mulher com posses, ou seja, ela tinha dinheiro.
Deu a volta enquanto a mesma saía do carro ficando de frente a ela que apenas lhe lançou um olhar sério. - Me acompanhe.
Os dois seguiram para dentro do jardim e logo chegaram a uma porta branca que foi aberta por Marinette. Ela o deixou passar e em seguida entrou, trancando a porta depois.
- Por favor, sente-se. – Indicou um dos sofás que havia na sala e assim Adrien o fez.
Não podia deixar de reparar naquele local, pois era muito bonito e grande, mas ao mesmo tempo silencioso e frio. Novamente, sentiu uma sensação estranha dentro do seu peito, era um misto de felicidade e tristeza por estar ali.
Não sabia exatamente o porque, mas era como se sentisse falta de momentos que viveu naqueles cômodos... naquela mesma sala.
Por Deus, como isso era possível se nunca esteve ali na sua vida?
Respirou fundo tentando não pensar mais nessas coisas pois só complicaria o que já estava complicado para entender e relaxando o corpo, aguardou por Marinette que veio logo depois de uns minutos trazendo da cozinha uma jarra com chá gelado e dois copos.
Ela se sentou perto dele no sofá e lhe serviu um copo e depois colocou no seu. - Fique a vontade.
- Obrigado. – Adrien pegou um dos copos e bebeu o chá dando um meio sorriso em agradecimento. Não sabia bem como começar a conversa. Era tão estranho. Nunca se encontrou em uma situação tão atípica como aquela... Que merda. O que poderia fazer? O que poderia dizer?
-... acho que precisamos ter uma conversa muito séria Adrien.
-... acho que sim.
- Eu vou ser sincera com você... – ela falava pausadamente enquanto ele a ouvia com atenção-... tem acontecido coisas muito estranhas comigo... desde o dia que eu te conheci.
Então com ela estava acontecendo o mesmo. Porque aquilo não o surpreendia?
- Eu consigo imaginar... porque comigo, acontece o mesmo.
- Isso não faz sentido. Não... faz sentido! Eu nunca te vi na minha vida... não faço ideia de quem é você... e desde aquela noite na ponte, eu não consigo mais parar de sonhar com...
- Comigo...?
- Sim! Mas ao mesmo tempo não... eu não entendo!
Marinette encarava com uma expressão totalmente confusa e ele também estava, mas depois de tanto tempo tentando entender essas coisas, todas as palavras que ela lhe dizia... faziam o mais completo sentido.
- Como sabe que eu estou sonhando com você?
- Porque Marinette... é o mesmo que acontece comigo.
- Você sonha comigo também?
- Sonho...? – Ele riu sarcástico. – Eu não sonho. Eu te vejo, eu te sinto na minha casa... na minha cama... enquanto estou trabalhando...
Aproximando-se mais, ele observava atentamente seu rosto enquanto estendia uma das mãos para tocar sua pele. -... eu poderia te dizer que se isso não fosse realidade com certeza acharia que é mais um devaneio, onde eu posso te tocar exatamente assim.
E com a ponta dos dedos, começou a tocá-la pela testa descendo suavemente até contornar o rosto com a palma da mão. Marinette deixou um suspiro sair dos lábios, fechando os olhos enquanto o sentia acariciar a pele.
- Você consegue sentir o mesmo que eu não é?
- Sim... – Ela franziu a testa murmurando as palavras - ...o que é isso tudo... quem é você?
- Eu não sei... a única coisa que eu tenho certeza é que eu devo estar assim com você... de agora em diante. – dizendo isso, fechou seus próprios olhos e a beijou, encerrando assim a distancia dentre suas bocas.
Beijaram-se lentamente, sentindo por aquele breve momento o verdadeiro gosto que um tinha do outro. Era familiar. Queimava como fogo mas não machucava, pelo contrário, era uma sensação boa, que aquecia o coração.
Naquele beijo se reconheciam mesmo nunca terem trocado antes da mesma maneira, aquele afeto. E mesmo que fosse confuso de entender não havia dúvidas, era assim mesmo que as coisas deveriam estar.
Sentindo um leve gosto salgado no canto da boca, Adrien ainda investia a sua na dela e ouvia Marinette suspirando dentre o beijo, cada vez mais, ela chorava de emoção pois era tão lindo, tão bom que o seu coração não pôde se conter.
Porém quando se deu conta do que estava fazendo, levantou-se rapidamente colocando a mão sobre os lábios enquanto franzia a testa.
Ofegante, Adrien se ajeitou no sofá para olhar em sua direção – Meu Deus... o que estamos fazendo, você é uma mulher casada...
Marinette ficou parada de pé enquanto mantinha uma das mãos sobre a boca e engoliu seco. Ficou assim por um momento até voltar o olhar para ele.
- ... você quer conhecer o meu marido...?
Confuso Adrien a encarou, mas não deu tempo de questionar nada pois no mesmo instante Marinette seguiu rapidamente para dentro da casa. Ele não conseguiu pensar do que dizer pois ela voltou com a mesma pressa e lhe estendeu um jornal.
Olhando fixamente para o jornal, Adrien o pegou com cuidado logo vendo uma notícia que anunciava uma tragédia envolvendo dois carros em uma das estradas que dava à cidade de Paris. Nela estava descrito que uma das vitimas havia sido o empresário Luka Couffaine. Ele tinha morrido no local.
Ao ler aquele nome, sentiu seu coração parar por um momento e voltando o olhar para o rosto de Marinette, ela já estava em prantos.
- O meu marido... está morto.
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De volta para o seu amor
RomanceQuando existe uma força maior, algo que não sabemos compreender e que exerce poder sobre nossas vidas, basta que deixemos os nossos caminhos livres e o destino nos guiar, levando-nos para o verdadeiro propósito de estarmos aqui. "E no final dessa c...