26-Final

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Pov's Elsa
 
 
 
A campainha tocou, o que fez meu coração dar um pulo.
 
 
 
Mamãe já havia saído com Anna, para deixar eu e Jack conversarmos à sós.
 
 
 
Me levantei do sofá e caminhei até a porta, abrindo-a em seguida e dando de cara com Jack.
 
 
 
Ele engoliu o seco.
 
 
 
- Você... me viu na TV? - indagou temeroso.
 
 
 
Sorri minimamente.
 
 
 
- Vi sim - respondi. - Eu vi tudo.
 
 
 
Ele arfou aliviado.
 
 
 
- Que bom - sorriu. - Se você não tivesse visto, eu pagaria o maior mico agora.
 
 
 
Soltei uma risada.
 
 
 
- Verdade - concordei.
 
 
 
Ele pegou uma das minhas mãos e ficou em um joelho só no chão.
 
 
 
Meus olhos se encheram de lágrimas.
 
 
 
- Elsa... quando eu vi você pela primeira vez, eu estava com medo te conhecer - confessou. - E quando eu te conheci, eu estava com medo de beijar você. E quando eu beijei você, eu estava com medo de amar você. E agora... que eu amo você, eu tenho medo de te perder. Não posso mais viver sem você.
 
 
 
Lágrimas escorreram pelo meu rosto.
 
 
 
- Elsa Marie Black... você aceita casar comigo? - perguntou me encarando profundamente.
 
 
 
Um sorriso bobo cresceu em meu rosto.
 
 
 
- Sim! - confirmei de imediato.
 
 
 
Jack sorriu e pôs o anel em meu dedo.
 
 
 
Quando ele se levantou, o agarrei pelo colarinho e o beijei com tudo. Ele retribuiu, agarrando minha cintura.
 
 
 
(...)
 
 
 
Nove meses depois...
 
 
 
Durante todo esse tempo que passou, eu e Jack ficamos muitos felizes, mas hoje, era o dia mais importante das nossas vidas. Era o dia do nosso casamento.
 
 
 
Nossos amigos seriam os padrinhos e nossas mães fizeram de tudo para sair bonito e bem feito. Nós casaríamos no jardim da mansão Black. A cidade inteira falava de nós.
 
 
 
Quanto a Tooth, depois que Jack me pediu em casamento, ela saiu do país - o que me deixou bem aliviada.
 
 
 
Eu estava no meu apartamento e depois de ser arrumada por muitos profissionais, fiquei sentada no sofá, esperando virem me buscar.
 
 
 
Meu telefone tocou e peguei, vendo na tela que era meu pai.
 
 
 
Atendi, colocando o aparelho na orelha.
 
 
 
- Oi, pai. Já está vindo? - indaguei.
 
 
 
- "Oi, querida. O motorista está indo lhe pegar, porém, não estarei com ele - relatou. - Parece que o pneu da limusine em que sua mãe estava vindo com Anna e Kristoff furou. Se eles esperarem um táxi, vão chegar atrasados na mansão".
 
 
 
- Caramba... - lamentei. - Tá tudo bem. Eu te encontro na mansão.
 
 
 
- "Sim. Tchau filha" - se despediu.
 
 
 
- Tchau - respondi antes de desligar o telefone.
 
 
 
(...)
 
 
 
Depois que fui avisada da chegada da limusine, desci pelo elevador e saí do prédio, avistando o belo carro já estacionado.
 
 
 
O motorista abriu a porta pra mim.
 
 
 
- Senhorita - cumprimentou e eu acenei com a cabeça.
 
 
 
Me sentei no banco e suspirei, passando as mãos no vestido. Eu estava tão nervosa.
 
 
 
- Até que você está bonita, Black.
 
 
 
Arregalei os olhos assustada, virando a cabeça e dando de cara com Tooth, sentada próxima a mim, com uma pistola na mão.
 
 
 
- Passa o telefone pra cá - ordenou.
 
 
 
Meu coração acelerou de maneira absurda.
 
 
 
Com as mãos trêmulas, entreguei o celular para Tooth, que o pegou.
 
 
 
- Leve-nos para a igreja que falei. - disse ela para o motorista.
 
 
 
- Sim, senhorita - confirmou o motorista ligando o carro.
 
 
 
Meu lábio inferior começou a tremer e meus olhos se encheram de lágrimas.
 
 
 
- Espero que esse choro seja alegria. - comentou Tooth sorrindo. - É claro que é! É o dia do seu casamento, Elsa! Curta o momento!
 
 
 
As lágrimas desceram pelo meu rosto.
 
 
 
(...)
 
 
 
Na mansão Black...
 
 
 
Pov's Jack
 
 
 
Suspirei mais uma vez.
 
 
 
- Elsa tá demorando muito - reclamei. - Será que aconteceu alguma coisa?
 
 
 
- Fique calmo, querido. Não é como da última vez. - alertou mamãe.
 
 
 
Breu bufou, desligando o telefone.
 
 
 
- Caixa postal - lamentou. - Acho que vou atrás dela.
 
 
 
Meu telefone começou a tocar e peguei, me aliviando ao ver na tela que era Elsa.
 
 
 
- É ela - avisei sorrindo fazendo todos suspirarem aliviados.
 
 
 
Atendi, colocando o aparelho na orelha.
 
 
 
- Oi, amor. Onde você está? - perguntei.
 
 
 
- "Amor? Hum... já faz um bom tempo em que você não me chamava assim".
 
 
 
Desfiz meu sorriso na hora.
 
 
 
Toothiana.
 
 
 
- O que você tá fazendo com o celular da Elsa? - questionei sério.
 
 
 
- "Ela está comigo, na igreja em que quase nos casamos. Deu até uma nostalgia agora. - comentou. - Ela está tão linda..."
 
 
 
- Fica longe dela! - ordenei alterado.
 
 
 
- "Se quiser que ela fique viva, venha até aqui. Agora" - exigiu.
 
 
 
E então, ela desligou.
 
 
 
(...)
 
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Pov's Elsa
 
 
 
Já havia se passado uns vinte minutos desde que Tooth ligou para Jack. Eu estava sentada em um dos bancos da frente e a Collins estava encostada em uma das colunas da igreja.
 
 
 
Decidi fazer alguma coisa e me pus de pé.
 
 
 
- Ei, ei, ei! - alertou Tooth aborrecida erguendo a arma na minha direção. - Eu não te dei permissão pra levantar.
 
 
 
- Tooth, por favor, vamos conversar civilizadamente... - pedi serena.
 
 
 
- CALA A BOCA! - berrou furiosa. - EU ODEIO SUA VOZ! EU ODEIO VOCÊ!
 
 
 
Ela deu alguns passos pra frente, ainda mantendo uma distância considerada de mim.
 
 
 
- O Jack... - sussurrou com lágrimas descendo pelo rosto. - Ele me amava. Eu sei que sim. E ele iria voltar pra mim até que... você apareceu.
 
 
 
Engoli o seco, nervosa.
 
 
 
- Você chegou na vida dele, com essa carinha de anjo e esse corpo perfeito e TIROU ELE DE MIM! - enfatizou alterada. - O JACK É MEU! ENTENDEU? MEU!
 
 
 
Ela começou a ofegar e então, se acalmou e respirou fundo.
 
 
 
- Que se dane! - declarou. - Eu vou matar você.
 
 
 
Arregalei os olhos em pânico.
 
 
 
Quando ela disparou, Jack surgiu do nada e se meteu na minha frente, levando o tiro no meu lugar.
 
 
 
Soltei um grito horrorizada, vendo meu noivo cair com tudo no chão, com a blusa na parte da barriga, toda suja de sangue.
 
 
 
- AÍ MEU DEUS, JACK! - berrei me ajoelhando ao seu lado.
 
 
 
- FICA LONGE DELE! - ergui meu olhar, vendo Tooth apontar a arma pra mim outra vez.
 
 
 
Foi então que Soluço surgiu atrás da Collins, com uma arma nas mãos e atirou bem na cabeça dela, fazendo-a cair morta no chão na hora.
 
 
 
Abri a blusa de Jack e rasguei um pedaço do vestido, botando na ferida e tentando estancar o sangue.
 
 
 
- Eu... - encarei Jack, que respirava com dificuldade. - Eu te amo...
 
 
 
- Para de falar como se fosse uma despedida! Você não vai morrer! - afirmei alterada. - Soluço!
 
 
 
O Strondus se aproximou e se ajoelhou do meu lado.
 
 
 
- Já liguei pedindo ajuda. Em que posso ajudar? - perguntou aflito.
 
 
 
- Pressiona aqui pra mim - pedi indicando o tecido em cima do ferimento de Jack e retirei as mãos, permitindo que o Strondus assumisse meu lugar.
 
 
 
Arranquei o véu do meu cabelo e o amarrei num choque. Em seguida, enxuguei minhas lágrimas, sujando meu rosto com o sangue em minhas mãos.
 
 
 
Coloquei meu ouvido no peito de Jack.
 
 
 
- Elsa? - chamou Soluço preocupado.
 
 
 
Analisei a boca de Jack, vendo-a muito vermelha.
 
 
 
- O ferimento não atingiu nenhum órgão, se não o estado dele seria mais grave. - expliquei. - Mas ele não tá respirando direito. Tem sangue nos pulmões. Ele vai acabar se afogando no próprio sangue.
 
 
 
- Pode ajudar? - questionou.
 
 
 
- Eu não sei! Comecei a praticar em cadáveres agora, mas não é a mesma coisa! - respondi chorando. - Eu vi isso nos livros! Eu não sei o que fazer! Ele vai morrer, Soluço!
 
 
 
- Calma! Calma! Do que precisa? - indagou.
 
 
 
Funguei.
 
 
 
- De um tubo... do tamanho de um dedo mais ou menos, pra furar o peito dele e liberar o sangue dos pulmões - relatei.
 
 
 
Soluço usou uma das mãos para meter dentro do paletó e retirar uma caneta.
 
 
 
- Isso serve? - perguntou me encarando.
 
 
 
Assenti, pegando a caneta da sua mão e retirando a tampa e o tubo de tinta.
 
 
 
- Amarra o ferimento e segura ele. - alertei.
 
 
 
Ele pressionou firmemente o pano no ferimento de Jack e levantou, dando a volta e segurando o amigo.
 
 
 
Rasguei outro pedaço do meu vestido e botei na boca de Jack.
 
 
 
Respirei fundo. Vamos lá, Elsa.
 
 
 
Comecei a perfurar o peito de Jack com o tubo e o grito abafado dele me fez chorar mais ainda.
 
 
 
- Desculpa, já vai acabar! Eu prometo! - garanti aos prantos.
 
 
 
Quando vi sangue sair do peito de Jack, rasguei outro pedaço do vestido e usei para estancar o ferimento.
 
 
 
Ouvi meu namorado suspirar. Ele estava respirando melhor.
 
 
 
- Ei - chamou Soluço me fazendo encará-lo. - Você conseguiu. Salvou a vida dele.
 
 
 
(...)
 
 
 
Horas depois...
 
 
 
Já fazia tempo que Jack havia entrado na cirurgia. Os demais que estavam comigo na sala de espera, tentaram me convencer a ir pra casa tomar um banho, mas eu recusei imediatamente.
 
 
 
Me levantei quando o médico se aproximou.
 
 
 
- Sou o Dr. Nelson. Você é a senhorita que fez o procedimento com a tampa de caneta? - indagou apontando pra mim.
 
 
 
Corei.
 
 
 
- Sim... - respondi.
 
 
 
- Será uma excelente médica. Isso salvou a vida do seu noivo - afirmou. - Ele está bem.
 
 
 
Suspiramos aliviados.
 
 
 
- Graças à Deus... - murmurou Punzi enxugando as lágrimas.
 
 
 
- Podemos vê-lo? - perguntou Emma ansiosa.
 
 
 
- Claro, por aqui.
 
 
 
(...)
 
 
 
O Dr. Nelson abriu o quarto e avistei Jack, sentado na cama, encostado no travesseiro.
 
 
 
- Oi, minha heroína... - murmurou sorrindo.
 
 
 
Sorri, me aproximando e me sentei na beira da cama, perto dele.
 
 
 
Segurei seu rosto e lhe dei um beijo leve nos lábios.
 
 
 
- Como está amigão? - indagou Flynn.
 
 
 
- Bem. Vaso ruim não quebra. - brincou Jack.
 
 
 
- Para com palhaçada, seu idiota. Quase perdemos você - rebateu Seeylfe em resmungo, com os olhos vermelhos.
 
 
 
- Também te amo, Strondus - ironizou meu noivo. - Soluço, será que pode chamar o padre aqui?
 
 
 
Nos entreolhamos surpresos.
 
 
 
- Mas... Jack... - protestei.
 
 
 
- Nosso casamento foi marcado pra hoje. - alertou. - E nós vamos casar hoje.
 
 
 
Arregalei os olhos.
 
 
 
- Aqui? - indaguei surpresa.
 
 
 
- É. Sei que não é uma grande festa, mas você me ama e eu amo você. Nossas famílias e amigos estão aqui então... o que temos a perder? - comentou maroto.
 
 
 
Ri boba.
 
 
 
(...)
 
 
 
Minutos depois...
 
 
 
- Você, Jackson Overland Frost, aceita Elsa Marie Black, como sua legítima esposa? Para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
 
 
 
- Aceito. - respondeu Jack apertando minha mão.
 
 
 
- E você, Elsa Marie Black, aceita Jackson Overland Frost, como seu legítimo esposo? Para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?
 
 
 
Sorri.
 
 
 
- Aceito - confirmei.
 
 
 
- Então, pelo poder investido a mim, eu vos declaro, marido e mulher - declarou o padre. - Pode beijar a noiva.
 
 
 
Aproximei meu rosto do de Jack e o beijei.
 
 
 
Quem diria que eu iria acabar me casando num quarto de hospital, com aquele homem cruel, sem coração e dos olhos frios?

O homem dos olhos friosOnde histórias criam vida. Descubra agora