19-Eu amo você

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Pov’s Elsa
 
 
 
Abri meus olhos lentamente, vendo um teto branco e estranho aos meus olhos.
 
 
 
Onde estou?
 
 
 
Me sentei devagar e retirei a máscara de respiração da minha cara e analisei o quarto. Estava num hospital.
 
 
 
Lembrei das pílulas que eu tomei. Quem foi que me achou há tempo?
 
 
 
A porta se abriu e mamãe entrou com Anna no quarto. As duas arregalaram os olhos ao me ver.
 
 
 
— Filha! - sorriu mamãe vindo até mim e me abraçando com força. - Graças a Deus você acordou.
 
 
 
Ela se afastou em seguida.
 
 
 
— Que bom que você está melhor. - comentou Anna aliviada.
 
 
 
Engoli o seco.
 
 
 
— Cadê o papai? - questionei temerosa.
 
 
 
Ela suspirou.
 
 
 
— Ele não tá aqui, mana - lamentou. - E não precisa explicar, a mamãe contou tudo.
 
 
 
— Quem foi que me achou? - perguntei com a voz arrastada.
 
 
 
— Foi o Jack. - respondeu mamãe sorrindo. - Ele não veio porque foi tomar café na lanchonete do hospital. Ele está aqui desde que foi internada. Foi ele quem pagou a conta no hospital.
 
 
 
— E vai pagar pelo seu psicólogo - acrescentou Anna. - Não vai ficar sozinha em seu apartamento por um bom tempo.
 
 
 
— Mas...
 
 
 
— Sem “mas” - me cortou aborrecida, mas com os olhos cheios de lágrimas. - Quase perdemos você e isso não vai acontecer de novo.
 
 
 
(...)
 
 
 
No dia seguinte...
 
 
 
Pov’s Jack
 
 
 
Abri a porta do apartamento e Elsa entrou, olhando ao redor com indiferença.
 
 
 
Suspirei, entrando e fechando a porta.
 
 
 
— Porque você não toma um banho pra tirar esse cheiro de hospital? - sugeri.
 
 
 
Ela torceu os lábios pensativa.
 
 
 
— Boa ideia. - comentou largando a bolsa no sofá e indo para o quarto.
 
 
 
Retirei meu terno e o coloquei no sofá.
 
 
 
Em seguida, caminhei até o quarto para dar uma olhada em Elsa.
 
 
 
Avistei a porta do banheiro aberta – combinei isso com Elsa antes de sair do hospital - e ouvi o barulho do chuveiro, o que me aliviou na hora.
 
 
 
Sentei-me na beira da cama e franzi a testa ao ouvir som familiar. Um som de choro.
 
 
 
Ergui meu olhar na direção do som, vendo que vinha do banheiro. Era Elsa quem estava chorando. Aquilo partiu meu coração.
 
 
 
(...)
 
 
 
Dias depois...
 
 
 
Elsa conseguiu voltar ao ritmo do trabalho e da faculdade, mas fazia tudo como se fosse apenas a sua obrigação.
 
 
 
Seu jeito estava semelhante à de um robô.
 
 
 
Percebi que eu agi assim quando ainda estava amargurado pelo abandono de Toothiana e Elsa me ajudou a sair daquela situação. Agora, eu tinha que ajudá-la.
 
 
 
Eu e Anna tentávamos animar Elsa a qualquer custo, mas de nada adiantava. Eu estava de mãos atadas.
 
 
 
Naquele momento, eu estava no escritório, tentando me concentrar nos papéis de divórcio entre um casal milionário aqui de Nova York, mas não conseguia parar de pensar em como eu poderia ajudar a minha namorada.
 
 
 
— Jack, essa sua aura negativa tá me incomodando - protestou Soluço me fazendo encará-lo. -  Qual é o problema?
 
 
 
Suspirei.
 
 
 
— Elsa foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida - afirmei. - E me destrói ao vê-la sofrendo desse jeito.
 
 
 
Me pus de pé.
 
 
 
— Me ajuda, Soluço - pedi. - O que você faz quando Astrid está muito triste?
 
 
 
Ele torceu os lábios pensativo.
 
 
 
— Eu a deixo chorar quando precisa, chorar faz bem, pois bota a dor pra fora. - respondeu. - Quando ela começa a querer se afundar na mágoa profunda ou na depressão, eu mostro pra ela que ela não deve se sentir assim, porque eu estou lá, para amá-la e apoiá-la em qualquer situação. É isso que você tem que fazer meu amigo.
 
 
 
Franzi a testa determinado.
 
 
 
(...)
 
 
 
De noite...
 
 
 
Pov’s Elsa
 
 
 
Jack disse que estava cheio de trabalho e então, tive que ir e voltar da faculdade de táxi.
 
 
 
Destranquei a porta do apartamento e a abri, me surpreendendo ao ver as luzes apagadas e duas fileiras de velas acesas, formando um caminho – que estava cheio de pétalas de rosas vermelhas.
 
 
 
Adentrei o apartamento e fechei a porta atrás de mim.
 
 
 
— Jack! - chamei botando a bolsa em cima do sofá e as chaves na mesinha de centro.
 
 
 
Não obtive resposta. Que estranho.
 
 
 
Decidi seguir o caminho de velas e pétalas, que continuava até o quarto.
 
 
 
Adentrei o cômodo e soltei um som de espanto ao ver um belo vestido azul em cima da cama, junto com um bilhete.
 
 
 
Peguei o bilhete e o li:
 
 
 
“Minha querida Elsa, faz dias que venho tentando achar um jeito de trazer a alegria que você tinha antes. Agora que achei, aconselho você a preparar seu coração, pois eu vou lhe surpreender muito esta noite.
 
Ponha o vestido e fique bem bonita, pois daqui a uma hora, o meu motorista vai lhe buscar e trazer você até mim.
 
Ass: Jack Frost”.
 
 
 
Comecei a rir feito boba. Era impossível descrever o tamanho da surpresa e felicidade que eu estava sentindo.
 
 
 
(...)
 
 
 
Uma hora depois...
 
 
 
A bela limusine parou na minha frente e o motorista saiu, dando volta e abrindo a porta pra mim.
 
 
 
— Senhorita. - pediu e eu acenei com a cabeça, antes de entrar no carro.
 
 
 
Uns 20 minutos depois, a limusine estacionou em frente à uma bela casa simples, porém, encantadora.
 
 
 
O motorista abriu a porta pra mim e saí do carro, abrindo minha boca surpresa ao avistar Jack em pé na varanda, trajando um belíssimo smoking.
 
 
 
Confesso: Ele estava muito gato!
 
 
 
Jack fez sinal para eu me aproximar e comecei a caminhar em sua direção.
 
 
 
Subi as escadas da varanda e parei na frente de Jack, o encarando profundamente.
 
 
 
Ele sorriu lindamente e estendeu a mão pra mim. Sorri boba e segurei sua mão, permitindo que ele me guiasse para dentro da casa.
 
 
 
Jack parou no meio da sala de estar e me puxou delicadamente pra si, enlaçando minha cintura.
 
 
 
Uma música calma começou a tocar.
 
 
 
A Thousand Years - Christina Perri (ft.Steve Kazee)
 
 
 
 — Jack, o que...
 
 
 
— Shhh... - sussurrou me dando um beijo na testa. - Não diga nada, apenas sinta.
 
 
 
Ele segurou minha mão com a sua livre e ergui meu olhar o encarando, enquanto eu botava minha outra mão em seu ombro.
 
 
 
Começamos a nos mexer no ritmo da música.
 
 
 
The day we met,
 
Frozen I held my breath
 
Right from the start
 
I knew that I found a home for my heart
 
Beats fast, colors and promises
 
How to be brave?
 
How can I love when
 
I am afraid to fall?
 
And watching you stand alone
 
All of my doubt suddenly goes away somehow
 
One step closer
 
I have died every day waiting for you
 
Darling don't be afraid
 
I have loved you for a thousand years
 
I'll love you for a thousand more
 
 
 
Jack me girou e me puxou de volta pra si, em seguida, pegou as minhas mãos e as botou em seu peitoral.
 
 
 
— Sente isso? - perguntou.
 
 
 
Me surpreendi com o seu coração acelerado.
 
 
 
— Sinto... - murmurei atordoada.
 
 
 
— É assim que meu coração fica em relação a você - confessou me fazendo arregalar os olhos. - Quando ouço seu nome, escuto a sua voz, sinto o cheiro, te toco, te beijo... Demorou Elsa, eu sei, mas finalmente, posso dizer agora, o quanto eu amo você.
 
 
 
Arregalei os olhos.
 
 
 
— O que você disse? - perguntei assustada.
 
 
 
Ele sorriu.
 
 
 
— Eu amo você, Elsa Snow - afirmou.
 
 
 
— Diga de novo, por favor - pedi rindo boba. - E alto viu Frost? Tão alto que dê para o mundo todo ouvir!
 
 
 
Ele aproximou mais seu rosto.
 
 
 
— Eu amo você - sussurrou.
 
 
 
Levantei as sobrancelhas.
 
 
 
— Porque você sussurrou? - perguntei.
 
 
 
— Porque você é o meu mundo - declarou.
 
 
 
Me derreti na hora. Morri.
 
 
 
— Eu amo você também - garanti.
 
 
 
Jack riu bobo e me ergueu, me girando no ar e depois me pôs no chão de novo.
 
 
 
Sorri boba e me aproximei, o beijando. Ele retribuiu, agarrando minha cintura.

O homem dos olhos friosOnde histórias criam vida. Descubra agora