11-Sentimentos transbordando

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No dia seguinte...
 
Pov's Jack
 
Ouvi a porta do meu escritório abrir e se fechar em seguida, o que me fez erguer o olhar na hora.
 
Franzi a testa confuso ao ver que era Elsa. Ela trajava um casaco preto enorme que lhe cobria até as coxas.
 
Ela sorriu.
 
— Oi, Jack... - cumprimentou se aproximando de devagar.
 
— O que quer, Snow? - questionei entediado.
 
— Você sabe o que eu quero. - respondeu provocativa e começou a retirar o casaco, revelando a lingerie que usou naquele mesmo dia. - Eu quero você e sei que me quer também.
 
Minhas pernas ficaram bambas.
 
— Elsa, se vista, por favor - pedi com a voz trêmula enquanto ela continuava a se aproximar.
 
— Shhhh! - sussurrou pondo o dedo na minha boca e subindo em meu colo, botando uma perna de cada lado do meu corpo. - Não resista mais Sr. Frost...
 
Que droga!
 
Puxei sua nuca e a beijei ferozmente, enquanto subia minhas mãos para a sua cintura.
 
— JACK! - gritou Soluço me fazendo saltar assustado. - Tá pensando na morte da bezerra é?
 
Olhei para os lados atento e percebi que Elsa nunca estivera ali, foi tudo coisa da minha cabeça.
 
Eu vou acabar ficando doido se pensar na Snow outra vez...
 
— O que está acontecendo com você, Jack? - perguntou meu amigo preocupado.
 
— Nada, Strondus - menti passando a mão pelos cabelos. - Só estou cansado.
 
Foi então que Elsa apareceu na porta e sorriu. E que sorriso!
 
— Eu já estou indo embora - declarou. - Até amanhã.
 
— Até. - Soluço acenou.
 
— Até... - murmurei perdendo-me na beleza da Snow.
 
Ela se afastou e não tirei os olhos dela, até ela sumir de vista.
 
— Hum... - comentou Soluço num tom malicioso, o que me fez encará-lo.
 
— O que? - perguntei mal humorado.
 
— Eu vi, Jack. - respondeu com um sorriso. - Você está apaixonado pela Elsa.
 
Arregalei os olhos.
 
— Não estou, não! - neguei alterado. - Perdeu o juízo, Strondus? Sabe que não acredito mais nessas coisas.
 
— Eu vi como você olha pra ela - provocou.
 
Franzi a testa irritado.
 
— Escuta, você não tem que se encontrar com a Astrid? - questionei aborrecido fazendo-o rir. - Para de encher meu saco!
 
(...)
 
Eu batia o pé impaciente enquanto aguardava numa mesa do restaurante. Onde ela está?
 
— Maninho!!! - chamou Emma se aproximando animada.
 
— Emma, sem escândalo, estamos em local público - pedi cerrando os dentes.
 
 
— Deixa de drama - rolou os olhos se sentando na minha frente. - E se reclamar de novo feito um velho chato, saio gritando para todo mundo que Jack Frost virou gay. Não quer isso, né?
 
Arregalei os olhos.
 
— Não ousaria - duvidei.
 
— Experimenta - sorriu provocadora.
 
Passei as mãos no rosto, frustrado.
 
— Não acredito que estou pedindo conselhos pra uma garota de 17 anos... - resmunguei.
 
— Você que me chamou, agora aguenta - rebateu com um sorrisinho. - Então? Qual é a bronca?
 
Suspirei.
 
— Tem uma garota, que eu contratei para ser minha nova assistente e ela é muito, muito bonita - afirmei passando a mão pelos cabelos. - Quando eu tentei seduzi-la, ela me bateu e pediu demissão.
 
— Uau! - confessou surpresa. - Uma mulher te rejeitou? Isso é inédito.
 
— Ela se chama Elsa Snow - declarei.
 
— Hum... filhinha de papai também. - comentou.
 
— Ela saiu das asas do pai por causa de uma briga e foi em busca de independência. - expliquei. - O motivo da briga foi a traição do ex-namorado e isso... me intrigou mais ainda em relação a ela.
 
Emma levantou as sobrancelhas surpresa.
 
— Você se identificou com ela porque ambos sofreram traição - deduziu. - Mas não é só isso, não é?
 
— Não - neguei. - Ela foi a única além de você e Soluço que conseguiu... atravessar os muros que construí ao meu redor.
 
— O que você sente pela a Elsa? - perguntou curiosa.
 
Respirei fundo.
 
— Eu não sei - confessei.
 
Ela sorriu.
 
— Então acho que deve descobrir - sugeriu.
 
(...)
 
No apartamento...
 
Pov's Elsa
 
Ouvi a campainha tocar e me levantei do sofá, indo atender.
 
Abri a porta e me surpreendi ao ver que era Jack, que entrou sem permissão.
 
— Sua mãe não te deu educação? - reclamei fechando a porta.
 
— Me diga o que você tem de tão especial! - pediu virando-se para me encarar.
 
Arregalei os olhos.
 
— Como? - indaguei confusa.
 
— Apenas responda! - insistiu.
 
Dei de ombros.
 
— Eu não tenho nada de especial, Jack - afirmei. - Eu sou apenas uma garota comum. Não estou entendendo a sua conversa.
 
— Não - negou balançando a cabeça. - Você tem que ter alguma coisa além desse rosto bonito e esse corpo espetacular.
 
Franzi a testa confusa.
 
— Como assim? - questionei.
 
Ele se aproximou, ficando na minha frente, o que fez meu coração acelerar.
 
— Você despertou algum sentimento em mim - confessou. - Um sentimento que nunca senti por Toothiana e nem por mais ninguém.
 
Engoli o seco.
 
— E... que sentimento é esse? - perguntei atordoada.
 
Ele deu um suspiro.
 
— Eu ainda pretendo descobrir - sussurrou antes de agarrar meu rosto e me beijar com tudo.

O homem dos olhos friosOnde histórias criam vida. Descubra agora