Ilusões Mortas - SwanQueen

Tudo o que é bom dura pouco

POV - Regina

Eu estava muito satisfeita, por agora... Eu precisava de Emma daquela forma, era isso o que me faltava. Eu estava realmente sentindo falta da sua pele, do seu calor, do seu sabor, dela. Seu cheiro me causava as melhores sensações do mundo e estar agora, no chão da minha sala, nua, entrelaçada com Emma era a melhor coisa da minha vida. Eu estava deitada sobre seu peito, com minhas pernas entre as dela, passando meus dedos levemente pelo seu corpo, contornando cada silhueta. Aquele era definitivamente o melhor lugar do mundo, o meu favorito. Ela era a melhor coisa do mundo. Meu mundo. Eu poderia ficar assim pra sempre, admirando cada linha do seu corpo, sobre ele, sobre seu calor e seu perfume. Meu amor por ela era tão grande, que a pequena idéia de perder aquilo era como facadas no meu coração. E a idéia de tudo aquilo ser de outra pessoa me rasgava a alma. Uma dor dilacerante. Ela fazia cafuné na minha cabeça, tão gostoso... Eu me sentia tão... Querida. Será que ela realmente me amava? Será que é assim o amor? Se for é muito bom, é muito bom amar e ser amado e eu a amo... Ah como eu amo. Amo tudo, cada qualidade e cada defeito. Amo seu sorriso e seu olhar, amo seu jeito de falar, seu jeito de andar. Amo ela aborrecida, amo ela empolgada. Amo como ela fala sozinha quando assiste televisão. Amo quando ela lê algo e comenta para si mesma ou ri sozinha. Amo até quando ela vem com desdém, pra me encher o saco. Amo quando ela faz birra e amo quando ela vem me dizer que estou de castigo, por que estrapolei. Amo principalmente os singelos cuidados que tem pra me agradar, como quando usa enxaguante bucal e corre me beijar com o hálito fresco ou quando tirava cinco minutos no meio da correria, pra me dar um pouquinho de atenção. Amo ela querendo repetir minha comida. Amo quando ela aperta minha mão, ao se assustar com o filme. Amo observar ela lendo, tão concentrada. Amo quando ela fala de si e de seus sonhos. Amo ela de cabelo preso, de cabelo solto. Amo o jeitinho que ela dorme, toda esparramada ou de barriga pra cima feito uma pedra. Amo quando ela fica toda derretida com bebês. Amo quando ela vem me mostrar algo que gostou. Eu amo fazer parte da sua vida. Eu amo ela. Eu amo mesmo, amo mesmo eu sendo imperfeita e eu nunca vou deixar de amar. Mas eu tenho medo de dizer sempre e você fugir. Por que você ainda não me disse... Você ainda não me disse, eu te amo... Será que você me ama?

- Precisamos ir pra casa, não acha? - ela disse com uma voz calma e serena.

- Eu não quero sair daqui. Quero viver pra sempre assim... - respondi ainda deitada sobre ela.

- Não podemos passar a noite assim, além disso, quero cama. Você me destruiu.

- Você é tudo o que eu quero. É tudo o que sempre vou querer. - levantei minha cabeça para olha-la.

- Quando você fala assim, me deixa sem palavras. Eu nunca sei o que dizer. - ela falou meio tímida.

- Não precisa dizer nada...

Talvez, só talvez... Essa deveria ser a hora em que ela diria as três palavras mágicas, mas ela não diz... Não vou negar que isso me era cortante, por que elas gritavam dentro de mim. Mas tudo bem, por que cada segundo com ela me enchia a alma de alegria. Me levantei e vesti a minha calcinha e minha saia e então Emma me pediu para buscar água para ela. A chuva estava um pouco mais fraca e os relâmpagos tinham diminuído junto. Até ambas estarmos quase completamente vestidas a chuva já estava quase se encerrando e finalmente a energia tinha voltado.

- Uau! - ela disse olhando em volta - Nós destruímos a sala.

Parei e observei ao redor e realmente, papéis e enfeites da minha mesa estavam todos pelo chão. Livros tinham caído da estante e havia ainda algumas peças de roupa largada pelos cantos.

- Não se preocupe. - falei enquanto abotoava os últimos botões da minha camisa, deixando os dois últimos abertos - Graham dará um jeito nisso amanhã pela manhã.