A correria na Runway começou cedo naquela manhã, mesmo que todos soubessem que Miranda apenas chegaria às dez, araras de roupas eram carregadas, fotos eram tiradas, papéis e mais papéis eram distribuídos, uma completa loucura.
Andrea analisou várias matérias durante a manhã, precisaria leva-las até Miranda, assim que a editora-chefe chegasse na revista.
Um misto de ansiedade e tensão corria por seu corpo, sua respiração pareceu parar por alguns minutos, ela realmente estava nervosa com o reencontro, nem mesmo em sua ida a Paris, sentiu-se como naquele momento, precisava se acalmar.
O telefone da sala tocou fazendo-a dar um pulo na cadeira por conta do susto, o pegou colocando-o junto ao seu rosto.
— Alô?
— Miranda quer você na sala dela, agora — A voz séria de Emily ecoou do outro lado da linha — Ela está uma fera, principalmente depois que você resolveu sumir sem mais nem menos daquele desfile.
— Eu estou indo — Disse e desligou mordendo os lábios tentando controlar o sorriso.
Queria parecer brava por ter sido deixada durmindo, mas não conseguia, Miranda era boa demais para ser verdade, ela ainda tentava acreditar que não estava sonhando.
Chegou em frente ao hall da sala de Miranda e olhou para Emily que estava falando ao telefone, seguiu para a sala de Miranda, vendo-a junto a nova assistente, a garota de cabelos ruivos estava completamente assustada enquanto escutava Miranda lhe encher de tarefas com seu suposto mau humor.
— Aqui estão os textos — Disse atraíndo a atenção de Miranda e da ruiva para si.
— Isso é tudo — Miranda disse séria, a assistente afirmou e passou por Andrea dando-lh um sorriso tenso, a morena sorriu tentando reconforta-la e colocou a pasta sobre a mesa.
— Estão todos corrigidos.
— Aonde vai? — Perguntou vendo a morena seguir em direção a porta, Andrea a fechou e passou a chave, virou-se para a mais velha cruzando os braços.
— Me deve explicações e acredite, não estou nada contente com sua atitude de mais cedo — Miranda sentiu o corpo tremer, tirou os óculos e passou o dedo sobre os lábios encarando-a, Andrea atiçava seu corpo sem ao menos tentar.
— Deixei um bilhete dizendo meus motivos.
— Deveria ter me acordado, fará isso sempre que dormir comigo? Me deixará enquanto durmo?
— Mas é claro que não, Andrea — Disse séria, Andrea caminhou em sua direção a passos lentos fazendo seu coração errar a batida.
— Quem me garante? — Perguntou apoiando as mãos e debruçando-se sobre a mesa.
— Eu jamais faria isso, Andrea, se fiz dessa vez foi por que precisei.
— Se você diz — Disse afastando-se e arrumando a postura — Eu preciso voltar a minha sala — Disse seguindo em direção a porta.
Não soube como Miranda chegou tão rápido e silenciosamente perto de si, apenas fechou os olhos ao sentir seus seios serem esmagados contra a madeira da porta e as mãos de Miranda em sua cintura.
— Não vai me dar bom dia?
— Por que eu daria se nem ao menos recebi? — Miranda a fez virar de frente para si e a beijou com fúria, como se fizessem semanas que não tinham aquele contato, como se estivessem em meio a uma reconciliação.
Andrea entregou-se facilmente ao beijo, aos toques que começavam a percorrer seu corpo.
Sentiu Miranda sugar seu lábio, dando uma breve pausa no beijo para tomarem um punhado de ar e voltou com um beijo ainda mais quente e intenso, com suas línguas brigando por poder, com seus corpos pedindo por mais e escutando os gemidos sôfregos uma da outra por saberem que não passariam daquiloMiranda a apertava com firmeza, quase fundindo-a contra a porta, mas Andrea não se importava, estava submersa ao desejo, apenas os toques de Miranda lhe importavam.
— Bom dia — Miranda disse em um sussurrou sorrindo, Andrea mordeu os lábios rindo.
— Bom dia — A mais velha voltou a beija-la e desceu os beijos para o pescoço da morena — Eu preciso ir trabalhar — Sussurrou.
— Eu sei.
— Mas pra isso você precisa me soltar.
— Eu também sei.
— Não vai soltar?
— Sim — Disse segurando-a mais firme, Andrea riu nasalado e revirou os olhos, abraçando-a pelo pescoço.
— Quando? — Perguntou aproximando-se mais do rosto de Miranda.
— Daqui a uns anos, chamado nunca mais, é uma boa escolha, não acha?
— Maravilhosa, mas eu preciso trabalhar, talvez mais tarde você precise dos meus serviços e tenha que isso ir até minha sala — Disse acariciando-a na nuca — Mas faça cara de brava, ninguém precisa saber que você está animada — Piscou e deu um casto beijo nos lábios da mais velha, soltou-se e saiu da sala.
.§.
O dia seguiu completamente tranquilo, Andrea seguiu até a sala de Nigel
— Vamos almoçar? — Nigel levantou a cabeça.
— Pensei que tivesse sido demitida por ter vindo embora sem avisar.
— Não seja maldoso, apenas fiz o que era melhor.
— Melhor? — Andrea afirmou — Depois de ter ido até Paris? Sei — Andrea revirou os olhos sorrindo.
— Vem almoçar comigo ou não?
— Claro que vou, principalmente porquê quero saber que surto foi esse o seu de voltar sem nem mesmo avisar.
— Eu avisei, a Irv e a Bright.
— Me refiro sobre avisar ao motivo de você ter passado horas dentro de um avião.
— Ela com certeza já superou.
— Se você ainda está aqui, com certeza ela está superando.
— Vamos logo, Nigel — Disse revirou os olhos e saindo da sala.
.§.
Nigel esperou o garçom afastar-se para encarar a morena que parecia distraída olhando em volta.
— Como ela te tratou? — Andrea o olhou.
— Da mesma forma que trata qualquer outra pessoa na Runway — Disse levanto a taça de vinho branco aos lábios.
— Ela não disse nada relacionado a Paris?
—Não, entreguei os textos, expliquei e saí.
— Muito estranho.
— O que?
— Essa situação, ela não te demitiu, não disse nada, não tentou te matar.
— Não acho que meu subto desinteresse seja algo para falarmos na Runway, Nig.
—Tem razão, ela deve te procurar essa noite, assim que ficar sozinha, se é que isso vá acontecer, me ligue e me conte tudo — Andrea negou com um maneio de cabeça enquanto ria e levou a atenção ao prato.
— E você com o Doug?
— Deixa eu te contar o que aconteceu ontem — Disse animado — Eu cheguei super cansado em casa ontem e quando abrir a porta ele estava... — Andrea apenas dava risada dos fatos narrados.
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Did Not Deserve It
FanfictionNão havia mais nada a ser feito, o relacionamento que por anos pareceu ser perfeito havia virado pó, finalmente a mentira que a cegava estava exposta. Acreditou e entregou-se a pessoa errada e nos braços de quem jamais imaginou estava podendo reergu...