Capítulo 5

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Após muito se questionar Janis finalmente decide cumprir com a promessa que fizera a Cris. Voltaria a se consultar com Dr. Camilo, para quem sabe, encontrar o problema que mais afligiam as pessoas a sua volta do que a si própria.

Marcara o primeiro horário e lá se encontra sentada: em frente ao consultório - no banco de espera - com um gibi de sua personagem preferida Magali, nas mãos, despreocupada com as pessoas que a encaravam enquanto passavam por ela de um lado para o outro assustadas com seus risos altos.

Dr. Camilo a encara por alguns segundos sorridente, encostado ao lado da porta de braços cruzados. Janis quase engasga-se com a própria saliva ao vê-lo.

- É que eu gosto muito dela . Ela é realmente engraçada - Explica-se sem jeito.

- Estou vendo.

Agora Janis pode perceber melhor que estava sendo alvo de olhares reprovadores.

- Eeee. Nunca viram não é? Seus mala sem alça.

- Vamos entrando Janis - Estende a mão ironicamente para que Janis passe.

Janis surpreende-se com um Sr. sentado na poltrona do Dr. Camilo. Pernas cruzadas analisando alguns papeis, com uma das mãos passando-lhe pela fina barba, que se estendia até a altura do nó frouxo da gravata nas cores azuis e vermelhos, presa por uma abotoadura um tanto quanto chamativa.

Mais chamativo é sua aparência. Cabelos sem um corte definido, brancos, assemelhando-se a um cientista maluco. Olhos que mais pareciam dois botões, azuis. Suas calças mal cobriam a canela. Janis volta-se para Dr. Camilo com uma feição interrogativa.

- Quem é?

- Dr. Sigmund.

- Freud?

- Não, Levis. É de origem Judaica e especialista em regressão. Lembra-se? Já conversamos sobre isso.

O sr. Sigmund levanta-se, desajeitadamente, vindo a apertar a mão de Janis com suas duas mãos com tanta veemência, que seus óculos até escorregam de sua face.

- E pra onde ele vai me levar? Pro laboratório de Newton? Ou vamos tomar um chazinho com Einstein?

- Não engraçadinha, pra onde reside o seu trauma.

A pedido de Sigmund Levis, Janis deita-se no divã e fecha os olhos. De vez em quando dá uma espiadinha no que está acontecendo, deixando Dr. Camilo irritado.

- Janis, ou fecha de vez esses olhos, ou nunca mais os abre.

Em poucos segundos a garota não se encontra mais ali. Está distante, hipnotizada. Para surpresa de Dr. Camilo e o Sr. Levis ao ser questionada sobre o que vira em seu estado mais profundo de inconsciência, Janis falou de partidas de futebol, a promoção anual do ursim Pimpão, alguns fatos vividos recentemente.

Tinham certeza que tudo havia saído bem, mas não conseguiram atravessar o subconsciente de Janis. Sigmund Levis havia pela primeira vez falhado.

- Eu não entendo. Eu não posso acreditar! É como se houvesse uma barreira intransponível na mente de Janis. Assim vai ser difícil voltarmos ao dia que Janis subira para o quarto do irmão.

- Pelo o que entendi Janis está presa ao presente, ou seja, só se apega a fatos recentes.

- É como se seu subconsciente tivesse sido tomado por algo que não consigo explicar.

- O que fazer?

Sigmund olha assustado para Dr. Camilo. Finalmente dera -se conta da realidade: Não havia mais nada a se fazer, ou pelo menos, nada que chegasse ao seu conhecimento.

Cris & Janis em Rock na VeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora