"Briga"

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Kara Danvers 

Suspiro acariciando os cabelos de Lena, que estava deitada em meu sofá, enquanto assistia seu filme preferido e comia pipoca. Aquele momento estava sendo embaraçoso, pelo menos pra mim sim. Estávamos parecendo um casal, e não duas amigas – mesmo que nós iremos ter um filho, que isso não é comum. Suspiro a olhando e olho sua barriga. Mordo meu lábio inferior e olho Lena novamente, que estava com toda a sua atenção no filme. Sorrio. Aquele era meu momento e do bebê. 

Fecho meus olhos e concentro minha super-audição em Lena. Escuto o seu coração, que estava totalmente calmo, e logo em seguida, escuto a do bebê. Batia tão forte, estava quase no mesmo ritmo do que o da Lena. Sorrio boba, logo ao me lembrar que em breve seria mãe. Estava ainda sorrindo, quando sentir um tapa – que com certeza iria doer em um humano – em meu braço. Abro meus olhos e olho para Lena, que estava muito séria e se senta me encarando. 

— Que foi, Lena? – falo totalmente preocupada e confusa ao mesmo tempo.

— O que foi? Você estava fazendo aquilo novamente, não era? – fala com os braços cruzados e com a voz embargada.

— “Aquilo”, o quê? 

— Não se faça desentendida, Kara Zor-El. Sei que estava escutando o coração do bebê, sua cara não negava. – fala se levantando e vejo algumas lágrimas deslizarem pelo o rosto de Lena.

Suspiro mais aliviada ao saber que era apenas isso, mas ainda estava preocupada com a mesma. 

— Ei, desculpa?! – falo me levantando. — Pensei que estava tudo bem em escutar o nosso bebê e...

— Mas não está, Kara. – fala me interrompendo. — Nem todos tem super-audição para escutar o próprio bebê. Você pelo menos deveria se comportar normalmente, sem usar seus poderes, e esperar, como qualquer outra pessoa, a próxima consulta para pôder escutar o coração do nosso bebê. – ela me olhava com decepção, aquelas palavras me magoaram, mas também entendi sua frustração. 

Vejo a mesma indo direto para o meu quarto e se trancar no mesmo. Mordo meu lábio inferior e suspiro. Logo me lembro o que a médica disse sobre os hormônios. Que do terceiro ao quarto mês, ela iria ter bastante mudança de humor. Mas eu sabia que aquelas palavras não eram apenas de mudanças de humor, e sim que ela não queria uma pessoa como eu perto dela. Suspiro e vou para a cozinha, vou até a geladeira e pego uma cerveja, eu não iria ficar bêbada, isso é fato, mas só o sabor iria me satisfazer.

— Isso é para você aprender a não ficar se iludindo, e alimentando sentimentos por ninguém, Kara. Ela nem gosta de você. Isso só foi a prova que ela escolheria qualquer outra pessoa para ter um filho, ao invés de você – sussurro para mim mesma e suspiro.

Olho para meus pés e me lembro que ainda estava com o meu uniforme. Escuto a sirene da polícia de longe e me levanto, passo por frente de meu quarto e suspiro, queria avisá-la que iria sair e perguntar se estava tudo bem. Bato na porta, mas não ouvir nada em resposta. Penso em usar minha visão de Raio-x, e quanto estava presta a usar, me recordo do que aconteceu a menos de cinco minutos.

— Não faça outra burrada, Kara. – sussurro me afastando da porta e saio voando de meu apartamento.

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Ao escutar apenas uma sirene da polícia, pensei que seria rápido. E realmente foi, mas logo sugiram, não sei de que profundezas, mais problemas. Aliens sempre tomavam mais o meu tempo e minha paciência. As horas se passaram rapidamente, até que pouso no DOE, vendo Alex vindo em minha direção, bem preocupada por sinal.

— Você está bem? – fala me analisando com seu olhar por todo meu corpo, procurando algum vestígio  de anormalidade sobr mim.

— Sim! Ele era maior do que eu, mas não era dois. Já estou acostumada com isso. Fiquei apenas cansada. Tem mais algum problema por aqui? 

— Não. É mesmo que tivesse,nós iríamos para casa, porque já é 4h30 da madrugada. 

Arregalo os olhos ao ouvir as horas, realmente não tinha visto a hora se passarem tão rápido, quando eu sair de meu apartamento não era nem 21h ainda.

— Droga! Não sabia que era tão tarde assim. – bufo. Estava preocupada com Lena. 

— Isso é o que dá trabalhar com uma organização secreta da governo, a procura de aliens. Mas... – ela se aproxima de mim, analisando meu rosto — Você não está assim só por que já está tarde, amanhã é sábado e você pode dormir até tarde. 

Suspiro enquanto desvio meu olhar de Alex. Pensei por um instante em mentir, mas aquela ruiva me conhecia muito bem. 

— Vamos sair daqui? Eu te levo em casa, no caminho eu conto. – falo próximo a mesma. Ela afirma e me abraça. 

Alex se afasta, dando ordens em alguns agentes, provavelmente novatos, que não podia me vê, que nem pensava duas vezes em vim falar comigo e pedir um autógrafo. Aquilo era engraçado.

— Vamos? –escuto Alex, me tirando de meu devaneio. Apenas afirmo e a pego no colo. Em questão de segundos estávamos sobrevoando National City. — O que aconteceu? 

— Lena e eu brigamos. – falo totalmente desanimada. A olho e vejo que me olhava confusa, talvez por minha expressão. 

Contei a Alex tudo que havia acontecido no caminho, a mesma até deu risada, mas eu não tinha gostado nem um pouco das palavras de Lena. 

Assim que chegamos ao seu apartamento, ela me convida para entrar por um momento e aceito. Me sento em seu sofá e ela ao meu lado.

— Eu sei que foram os hormônios, mas aquilo me magoou Alex. Eu sentir que ela não gosta de mim perto dela usando meu poderes. Certeza que ela arrependida de está grávida. 

— Você está falando como se... – ela me olha e arregala os mesmos. — Não! Eu não acredito.

— O quê? – Pergunto totalmente confusa.

— Você está gostando da Luthor, Kara Danvers? – pergunta sorrindo e eu arregalo os olhos. 

— Q-que? Puff! Claro que não, Alex. – minto  sorrindo nervosa. Alex me encara e cruza os braços. Suspiro me dando por vencida. — Talvez um pouco... – sussurro e ela sorrir.

— Sabia! Por isso o jeito que ela falou te afetou tanto.

— Não quero falar mais sobre isso, Alex. Por favor. 

Não sei quanto tempo passamos conversando, mas quando olhei para a janela, o sol já tinha nascido. Sempre que vamos conversar, acontece isso, acabamos perdendo a noção do tempo. Me levanto em um pulo.

— Já amanheceu, Alex. Que horas são? – vejo ela pegar o celular e arregalar os olhos.

— Vai dá 6h da manhã, Kara. 

— Meu Deus! A Lena está sozinha. – falo indo para a varanda de sua casa, e ela vem atrás de mim.

— Espera! Quer dizer que depois da “briga” ela ficou em sua casa e desde ontem você sumiu sem avisar nada? – a olho e apenas afirmo. — Isso parece coisas que normalmente acontecem com casais, não com amigas – fala dando ênfase na última palavra. Reviro os olhos e a olho novamente.

— Depois eu te vejo, tchau. – a abraço e beijo sua bochecha. 

Logo saio de seu apartamento voando na velocidade da luz.

The owner of my world... The owner of my loveOnde histórias criam vida. Descubra agora