Chapter Two - Slip Away

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"Mas, nunca é certo

Nunca é bom o suficiente para você

Não posso falar minha opinião

Porque você não quer ouvir a verdade

Você só me diz

O que você quer me ouvir dizer

Você esclareceu seu ponto

Mas eu posso fazer isso sozinha

Como você pôde fazer isto comigo?

Está ficando mais difícil para respirar

Não pode me segurar, não pode afogar-me

Porque eu vou escapar lentamente

Quanto mais perto você me abraçar..."

(Gabrielle Aplin - Slip Away)

Nada nesse mundo pesava mais que seu corpo e alma naquele momento. Se possível, ele não queria ter levantado. Por Deus, deveriam haver atestados para quem teve uma briga horrível com o marido. Peter com certeza teria direito a um.

A água morna caía por seu corpo, quem dera ela pudesse lavar a melancolia desse dia.

Peter colocou um roupão branco e penteou os cabelos molhados para trás.

Desceu as escadas e o cheiro de café fresco invadia a casa. Ele se preparou psicologicamente para encarar Tony naquela ressaca da noite anterior. Ele já não sentia ódio, apenas tristeza. Era como se qualquer fio de felicidade que viesse passar por seu corpo fosse engolido por aquele sentimento obscuro que habitava seu interior naquele momento.

Quando entrou na cozinha, o moreno estava de costas para ele, passava manteiga no pão. Ele se virou com o olhar preocupado.

-Bom dia -falou ele. Peter não respondeu. Apenas foi até a cafeteira, se serviu um pouco de café e se sentou no balcão central. Ele bebericava o café enquanto encarava as costas de Tony.

Depois de alguns minutos silenciosos que pareceram horas torturantes o moreno perguntou: -Quer uma torrada?

-Não estou com fome -Peter respondeu seco.

-Tem certeza? Não é bom ficar sem comer nada de manhã -Tony falou em um tom cauteloso, como se tivesse medo de desencadear a fúria de Peter novamente. Ele estava em um campo minado. Peter era a cobra prestes a dar o bote e Tony o rato encolhido.

-Sério Tony? -começou o castanho. -Você vai dar uma de preocupado e fingir que está tudo bem?

-Eu sou preocupado com quem amo -respondeu o moreno.

-Pff ama... -debochou Peter. -Ama sim.

-Para com isso, Peter. Você está sendo infantil.

-Eu tenho o direito de agir da forma que eu quiser perante a nossa "situação". -Ele se levantou do balcão bruscamente.

-Espere! -Tony andou até ele e tentou segurar sua mão, mas Peter rejeitou o toque. -Me prometeu que conversaríamos.

-Agora não. Preciso de um tempo, deixe pelo menos a emoções se assentarem.

-Tudo bem, mas você prometeu que...

Antes que o moreno acabasse, Peter o interrompeu.

-Pare de me cobrar.

-Petey...

-Para com isso, não me venha com esse tom suplicante.

-Eu não quero brigar. Por favor.

Perdão (Starker) AUOnde histórias criam vida. Descubra agora