Quando chego ao clube, vou direto para o camarim, encontro outras meninas se arrumando, eu as cumprimento, e me sento em frente a uma penteadeira, para começar a fazer minha maquiagem. Estou terminando, quando Cody Bradley, coreógrafo do clube, entra.
— Vamos, meninas, hoje à noite será melhor que todas as outras, tenho certeza! No ensaio de hoje vocês se superaram, cada uma se esmerou em sua própria apresentação, e o resultado foi excelente! – Diz batendo palmas.
Sorrio, um pouco, com a animação dele, e termino de me maquiar.
— Querida, sua maquiagem está espetacular! Vai arrasar! Lembre-se de que hoje você se apresenta depois de Elsie e Zoe.
— Obrigada e OK, combinado.
Assim que ele sai, acompanhado de Elsie, vou me trocar, coloco um conjunto de lingerie de renda preta, com cinta liga, e visto um macacão da mesma cor, prendo meu cabelo num coque frouxo, e coloco um scarpin vermelho, de salto agulha, altíssimo, e estou pronta. Farei uma mistura de streptease, com pole dance, e estou confiante de que será uma boa apresentação. Elsie já terminou a apresentação dela, e quando entra no camarim, Zoe já subiu ao palco, em seu lugar.
Depois que Zoe termina, ela deixa o palco igualmente feliz, sem nenhuma roupa, totalmente desinibida. Ela para diante de mim e me deseja boa sorte, eu agradeço e vou para o palco. Eu me coloco de costas para as cortinas, que se abrem, e espero que “Edge Of The World”, do “Faith No More” comece a tocar, os holofotes focam diretamente em mim, alguns clientes gritam, me fazendo sorrir. Ainda de costas, começo a dançar e solto o meu cabelo, mexendo os quadris, abro a frente do macacão e olho por cima do ombro, sensualizando, então abaixo até os ombros e me viro, assovios e gritos me recebem, a música entra em seu auge e, enquanto caminho até o pole dance, puxo o macacão e o retiro com um único gesto, seguro no pole e giro.
Enquanto estou dançando, esqueço tudo que possa me fazer falhar, eu danço para uma pessoa, eu danço para o homem que é dono de cada parte do meu corpo e do coração embora saiba que nunca mais o verei. Deslizando pelo poste, do alto até o chão, me coloco de quatro e começo a engatinhar de modo sensual até os clientes mais próximos, ficando em meus joelhos começo a abrir meu sutiã enquanto olho os clientes da área VIP perto do palco, estou tirando a peça que cobre meus seios quando meus olhos encontram os dele, eu reconheceria aquele olhar em qualquer lugar, ele puxa a máscara que usa me deixando ver seu rosto por completo, a música continua tocando, mas eu paralisei, não consigo me mexer, minhas mãos estão tremendo, e sinto as lágrimas embaçando o meu olhar, Spencer me encontrou.
Ele não parece feliz em me ver. Eu sabia que, se em algum dia nos víssemos novamente, ele reagiria assim, e, mesmo imaginando sua reação, dói muito confrontar seu olhar, com ódio, dirigido a mim.
Os gritos dos clientes me tiram dessa ausência de momento, e minha única reação é correr do palco. Se Spencer me achou, então Shannon também o fará. Eu não posso mais ficar aqui! Entro no camarim ainda tremendo, e não consigo segurar as lágrimas. Cody e Aaron entram também, logo em seguida. Cody para de frente para mim, preocupado.
— O que aconteceu, querida? Algum cliente fez alguma coisa inconveniente para você, te destratou?
— Eu não estou bem... eu não posso continuar com a apresentação.
— O que aconteceu?
— Eu vi alguém… Eu não posso continuar aqui, eu tenho que ir embora.
Cody e Aaron trocam um olhar de concordância, e eles me deixam ir. Eu não posso lhes explicar o que aconteceu lá no palco, então, assim que me deixam sozinha, troco de roupa, pego minha bolsa e saio do clube.
Eu preciso de um táxi, mas nenhum aparece, rápido o bastante. E continuo tentando não chorar, quando alguém me puxa pelo braço, me fazendo virar.Spencer está diante de mim, sua mão continua segurando meu braço, ele não segura forte o suficiente para me machucar, mas me solta como se sentisse nojo de mim. Vejo Aaron vindo até nós, preocupado.
— Está tudo bem, Lucy? — Pergunta, nos olhando atentamente.
— Sim, Aaron, obrigada. — Respondo, tentando não criar uma cena.
— É claro que está tudo bem para ela, fugir é o que ela sabe fazer de melhor, não é? – Diz Spencer, me encarando com raiva.
Eu não lhe respondo, nem ao menos tento. Eu ainda o amo, mas o nosso filho é mais importante que nosso sentimento, um pelo outro. E, se para manter o Sam longe da Shannon, for preciso ser humilhada e odiada por Spencer, estou disposta a tudo. Vejo um táxi se aproximando e aceno para que pare, Spencer continua me encarando.
— Você não tem nada a dizer? Vai fugir novamente?
Mantenho o meu silêncio, mesmo quando as lágrimas descem molhando meu rosto.
— Diga alguma coisa! Diga que você não me traiu, diga que não fugiu com outro.
Consigo sentir a dor em sua voz. Eu quero lhe responder, mas não posso! Assim que o táxi para, eu entro e vou embora, deixando o homem que amo para trás. As lágrimas me cegam, e eu choro até chegar à minha casa, pago a corrida do táxi e entro no prédio em que moro. Achei que tivesse chorado tudo o que conseguiria, mas quando entro em casa e Poppy me vê, começo a chorar novamente, ela me abraça e me pergunta o que aconteceu. Ela sabe da minha história com Spencer.
— Você o viu? Ele apareceu no clube?
— Sim. – Consigo responder, depois de me acalmar um pouco.
— Amiga, sabíamos que um dia isso aconteceria, mas vai ficar tudo bem...
Quero acreditar nas palavras dela, mas não posso deixar de pensar que terei de pedir demissão do clube e procurar outro emprego, Spencer não pode saber de Sam, e eu não devo me encontrar novamente com ele. Agradeço o apoio de Poppy, e vou para meu quarto. Caminho até o berço de Sam e, por alguns minutos, observo seu sono tranquilo, seu semblante inocente, antes de me deitar.
Os meus pensamentos e lembranças se agitam em minha mente, não consigo dormir e, sempre que fecho os olhos, vejo a expressão de raiva no olhar de Spencer, o modo como me tratou, o desprezo em me acusar de tê-lo traído. Eu choro no silencio do meu quarto, até conciliar o sono.
No dia seguinte, pela manhã, ligo para o clube e comunico minha demissão. Poppy recebe o meu dinheiro, para mim. Dessa vez não vou me mudar, vou continuar com a minha vida da maneira que tem sido até agora.
Enquanto cuido de Sam, começo a procurar um novo emprego, nos classificados do jornal, e acabo achando o anúncio de uma vaga de garçonete em um café, circulo o anúncio e ligo para saber mais a respeito.
Um homem atende, seu nome é Freddie Gardner, ele me diz que a vaga ainda está aberta e marcamos uma entrevista para o mesmo dia, no final da tarde. Passo a maior parte do dia estudando online, cuidando de Sam e tentando não pensar em Spencer. Não vou retomar o meu trabalho no clube, porque tenho certeza de que ele voltará lá, procurando por mim.
Quando Poppy chega um pouco mais tarde, ela confirma as minhas suspeitas: Spencer apareceu antes que ela saísse, andou perguntando de mim para outras garotas no clube, e ofereceu dinheiro para que ela desse qualquer informação.
Quando ela negou ajuda, ele foi embora, mas ela tinha certeza de que ele voltaria, pois tinha deixado algo escapar sobre a mãe dele estar envolvida com a minha fuga. Se ele ainda fosse o homem que conheci, ele não deixaria essa informação passar, e com certeza tiraria satisfação com Shannon. Fiquei preocupada, pois se ele a confrontasse, ela então saberia que ele havia me achado, e possivelmente viria atrás de mim.
Será que o Spencer voltará de novo ao clube? Será que ele irá procurar a Shannon? Como você acha que ele vai descobrir as tramóia da mãe?
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Capítulo Revisado E Melhorado Por: LauraDiniz1901 😍😘🙏🏽❤
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Volte Para Mim. #Conto (Completo.)
Historia CortaLucy Hawkins de dia é uma mãe dedicada em tempo integral ao filho, à noite expõe seu lado sensual e sua beleza, de forma misteriosa em um clube de strip-tease. Ela não se envolve com clientes e segue essa regra ao pé da letra, mas... e se a razão pa...