Indo ao encontro de Lucy, eu esperava tudo: ser humilhado, expulso e até mesmo agredido por ela. Afinal eu merecia isso e muito mais, pelo que minha mãe tinha feito com ela, por minha causa. A única coisa que eu não esperava, era encontrar a minha mãe no apartamento da Lucy.
Eu achei que nunca poderia odiar minha mãe, mesmo depois de descobrir o que ela havia feito, mas, agora, estando na frente dela e a ouvindo inventar mentiras contra Lucy, sinto como se estivesse a ponto de explodir! E não sei como lidar com isso.
Quando penso que não tem como ficar pior, que ela vai entender que eu já sei de tudo o que ela fez, ela novamente diz que Lucy está me enganando, que está escondendo algo e me mostra um brinquedo de bebê. Eu finalmente explodo de raiva, e grito para que ela pare de mentir, para que diga a verdade, ao menos uma vez na vida.
Eu nunca fiz isso, eu nunca gritei com ela, como naquele momento, mas não havia como me segurar mais! Amo a minha mãe, mas ela ferrou com a confiança e o carinho que eu lhe dispensava, as suas lágrimas não me comovem, e eu sinto vontade de chorar de raiva e de culpa, por mim e por Lucy, e por não ter percebido, em momento algum, que a minha mãe não aprovava esse relacionamento.
Eu fecho meus olhos, só por alguns segundos. Quando os abro, vejo o chão repleto de brinquedos, nesse momento um choro de bebê rompe o silêncio na sala. Lucy tem um filho? Ele é meu? Faço as contas mentalmente, enquanto dou um passo em direção ao choro. Enquanto faço isso, meu coração ameaça sair do peito, eu tenho um filho e Lucy o escondeu de mim, ela o manteve longe de mim por causa da.... Da minha mãe!
Não consigo dar nem mais um passo, pois Lucy se coloca em minha frente, me impedindo e implorando para que eu não vá até onde o bebê está. Meu filho! Meu filho.... Essas palavras ecoam na minha cabeça, enquanto olho nos olhos da mulher que amo, e vejo medo. Eu dou tudo de mim para conseguir deixar aquele apartamento, Lucy e o meu filho, e levar minha mãe comigo.
Estou desmoronando, sinto como se não houvesse ninguém no mundo em quem me apoiar, como se pudesse me ajoelhar no chão e gritar de raiva e dor, pela eternidade, mas não sei como arrumo forças para deixar o apartamento de Lucy e compartilhar o mesmo espaço com minha mãe no elevador por mais alguns minutos. Eu rezei para que ela não abrisse a boca e tentasse falar comigo, para que não tentasse se explicar, mas foi só deixarmos o prédio que ela começou...
— Spencer…
— Não, não, não! Porra! Nem tente me explicar o que você fez, porque não tem uma maldita explicação! – Grito com a minha mãe, ela treme e chora, fungando em meio a lágrimas.
Eu me afasto em direção ao meu carro, xingo alto! Chuto o pneu do carro, várias vezes, com raiva. Estou chorando. Cedo à crise, em algum momento, então só me deixei desabar e chorei. Olhei na direção em que minha mãe ainda estava, e juntei o restante de força que ainda tinha, para voltar e falar com ela.
— Vá embora! Eu juro que se você interferir novamente na porra da minha vida, ou se aproximar da Lucy, pode esquecer que já foi minha mãe!
Ela não diz nada, apenas chora. Entra em seu carro e vai embora. Eu volto para o meu carro, entro e fico parado por alguns minutos, olhando para o nada, estático, absorvendo o que presenciei, o que disse para a minha mãe, pensando no que farei nos próximos minutos e em como irei lidar com o fato de que tenho um filho com a mulher que amo, e que quero de volta em minha vida.
Fecho os olhos, lembrando de como ela me impediu de ver o nosso filho, ela não vai me perdoar, eu sou um completo idiota! E se ela não me perdoar, vou até entender, mas vou fazer de tudo para provar que a amo. Ligo o carro, vou para a minha casa, preciso dormir, colocar a cabeça no lugar e depois voltar para falar com Lucy.
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Volte Para Mim. #Conto (Completo.)
Historia CortaLucy Hawkins de dia é uma mãe dedicada em tempo integral ao filho, à noite expõe seu lado sensual e sua beleza, de forma misteriosa em um clube de strip-tease. Ela não se envolve com clientes e segue essa regra ao pé da letra, mas... e se a razão pa...