Capítulo - 06 Lucy.

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Comecei a trabalhar no café Gardner faz algumas semanas, não ganho tão bem quanto no clube, mas ganho o suficiente para conseguir pagar o aluguel do apartamento que divido com a Poppy e comprar o que Sam precisa, além das minhas necessidades básicas.

Hoje a Poppy trocou seu horário de trabalho no clube, para poder me ajudar com o Sam. Minha amiga me salvando mais uma vez, mas, mesmo assim, não foi o meu melhor dia.

Logo que deixei o apartamento, senti que esse não seria mais um dia comum, começando pelo trabalho - eu nunca erro os pedidos, mas hoje cometi vários erros bobos, minha sorte é que Freddie, o dono, é paciente. Eu não sabia explicar o que estava acontecendo, eu tinha uma sensação estranha no peito, fiquei com esse sentimento me incomodando até a hora de ir embora, pedi, mais uma vez, desculpas ao Freddie, e fui para casa.

Quando cheguei, encontrei Poppy e Sam brincando na sala. Cumprimentei a minha amiga e dei um beijo nele, que gritou feliz enquanto eu me juntava a eles, no chão, para continuarmos, juntos, a brincadeira.

Poppy percebeu que eu não estava bem, ela me perguntou o que eu tinha, se eu precisava de alguma ajuda. Eu comecei a lhe contar como o dia tinha sido diferente e a sensação estranha que me acometeu o tempo todo, quando ouvimos a campainha tocar.

O que aconteceu nos momentos seguintes era o que eu mais temia, e pelo qual lutei tanto para que não acontecesse. Abri a porta e encontrei Shannon parada à minha frente. Entrei em pânico, e fechei a porta na cara dela. Ela não poderia saber sobre o Sam! Spencer teria contado a ela sobre mim? Meus olhos arderam com vontade de chorar. Shannon começou a bater furiosamente na porta, gritando para que eu a abrisse, olhei para Poppy, que se levantou.

— Minha nossa! É quem estou imaginando, batendo na porta? Porque se for, abra essa porta e me deixe lidar com isso, essa…

— Não! Por favor, pegue o Sam e o leve para meu quarto, não quero que Shannon saiba da existência dele.

— Tem certeza? Eu prometi ao seu ex uma surra nela. — Não consegui deixar de sorrir, só Poppy para conseguir me tirar um sorriso em um momento desses! Por mais que eu quisesse vê-la dando uma surra em Shannon, sabemos que Sam vem em primeiro lugar e temos que protegê-lo.

Eu volto a pedir que esconda o Sam, e assim que abro a porta, novamente, Shannon passa por mim, já me acusando de estar me encontrando com Spencer e me chamando de mentirosa. Eu não tenho mais medo dela, por meu filho eu sou capaz de tudo, e lhe respondo com raiva, dizendo que nunca mais o vi, mesmo que eu saiba que é mentira, mas eu não fui atrás de Spencer, ele que me achou.

E, para a nossa total surpresa, ele faz a mesma coisa, segundos depois, aparecendo à minha porta, confirmando minhas palavras, de não encontrá-lo há muito tempo.

Ele olha com raiva para Shannon, e eu me perco nele, meu coração bate tão rápido quanto é possível. Spencer está aqui, Shannon está aqui e é tudo o que eu não quero! Decido que é necessário fazê-los irem embora, mas, quando falo, chamo a atenção de Shannon e ela me olha com raiva.

— Spencer, você não vê? Ela está mentindo para você. Como acha que ela está mantendo esse apartamento? – Diz, olhando do Spencer para mim, e, gesticulando ao redor, ela caminha pela sala, onde acha um dos brinquedos de Sam, ela o segura, mostrando a Spencer, que passa por mim.

Nesse momento, eu já não consigo segurar as lágrimas, Shannon segura o brinquedo, dizendo que eu tenho um filho com o cara com quem fugi, mas eu sei que ela está mentindo, e Spencer caminha até ela, onde faz o que nunca pensei ser possível.

— Pare! Pare de mentir, pelo menos uma maldita vez na vida! – Grita, fazendo-a se calar, enquanto a segura pelos ombros.

Shannon parece estar tão chocada quanto eu, então entendemos que ele sabe de tudo o que ela fez, ela chora o olhando, e, nesse momento, ouvimos o choro de Sam, vindo do meu quarto.  Eu dou um passo para ir até ele, mas hesito, não posso fazer isso, pois Spencer e Shannon ainda estão aqui, mais lágrimas molham o meu rosto, e eu vejo quando Spencer olha para o chão, notando os vários brinquedos de Sam, então caminha em direção ao choro, e eu me desespero. Não! Não, ele pode fazer isso.

Volte Para Mim. #Conto (Completo.)Onde histórias criam vida. Descubra agora