32

8.8K 1K 83
                                    

Os médicos socorristas da ambulância entraram correndo porta a dentro quatro minutos depois de Lia ter desmaiado em cima do corpo de Lazzáro, tamanha era a dor que não suportou continuar de olhos abertos ou consciente.

Enquanto a jovem recebia atendimento ainda desacordada, outros médicos tentavam reanimar Lazzáro dentro da ambulância, ele havia perdido muito sangue, por isso o corpo gelado, mas o coração ainda batia, muito fraco mas batia.

Após várias e várias tentativas fracassadas de tentar fazê-lo abrir os olhos no caminho para o hospital, decidiram entrar com ele ainda do mesmo jeito para a sala de cirurgia com urgência. Sua vida estava por um fio.

Lia seguia desacordada numa cama de hospital após ter sido levada no carro da polícia. Magdalena chegou ao local desesperada sem saber o que estava acontecendo, apenas tinha recebido a notícia no trabalho através de uma ligação anônima de que havia acontecido algo grave com Lazzáro e Lia.

Foi pedido que ela ficasse na sala de espera até que houvesse notícias de algum deles. No quarto, quando Lia abriu os olhos foi implorando para que tudo aquilo tivesse sido somente um pesadelo horrível, mas não era. Entrou em um choro contínuo quando se viu numa cama de hospital, sua mente lhe obrigando a pensar no pior sobre Lazzáro e sobre o bebê dentro dela.

A senhora Fabree foi chamada para vê-la, quando a encontrou apalpando a barriga em desespero logo acolheu a moça em seus braços num abraço silencioso mas quase reconfortante, pois nada tiraria do peito dela a dor destruidora que sentia.

— Mag... — sussurrou mas a voz quase não saia — O Lazzáro... O meu bebê... — afundou o rosto no peito da mulher que a apertou contra ela.

— Lazzáro está na sala de cirurgia agora. — pronunciou calmamente na tentativa de acalma-lá acariciando os cabelos cacheados.

— E-então ele não está morto? — questionou com o sopro de vida parecendo querer voltar a correr em suas veias.

— Não, mas não devo mentir para você dizendo que ele não corre perigo. Precisa ser forte, filha. Você disse algo sobre bebê... — antes mesmo de Magdalena terminar a frase, Lia balançou a cabeça num sim frenético.

— Tem um bebê dentro de mim... Meu e do Lazzáro. Eu preciso saber se está tudo bem com ele também. Não aguento mais tanto sofrimento.

— Vai ficar tudo bem, filha. Tenha fé em Deus. Eu estarei aqui para você independente das circunstâncias.

Naquela hora uma médica entrou acompanhada por um policial segurando cada um uma prancheta em suas mãos.

— Olá Lia Hamilton. Como se sente? — a mulher perguntou fazendo seu trabalho.

— De verdade? Péssima. Como se eu estivesse viva e morta ao mesmo tempo. — engoliu o choro melancólico que queria voltar a dominá-la.

Sabia bem que aquela era uma pergunta retórica e no fundo ninguém queria saber de verdade como ninguém estava.

Os três a olharam com pena. Mas ela ignorou isso. Estava ciente da situação calamitosa que se encontrava. A doutora pediu permissão para tirar sangue dela para exames enquanto o policial fazia perguntas padrão que deveria fazer já que ela estava na cena do crime e no momento exato que ocorreu.

— Isso é tudo e eu espero muito que vocês o peguem e o façam pagar! Todos eles, Hayden, Nádia, Joyce, os médicos que aceitaram suborno para mentir. Eles devem ser punidos pelo que fizeram! —  exclamou com ódio.

A todo momento tinha a mão esquerda segurada por Magdalena lhe dando força em silêncio porque sabia que nenhuma palavra faria amenizar o sofrimento que aquela garota estava passando.

— Faremos isso, fique tranquila. — o homem da lei asseverou e se foi.

— Os exames irão sair em uma hora e meia. Após a confirmação da gravidez, visto que você disse só ter feito testes de farmácia, iremos encaminhar você para uma ultrassonografia transvaginal. Pode descansar enquanto isso. — informou a médica e se retirou também.

Lia encostou a cabeça no travesseiro e não conseguiu conter se quer nenhuma lágrima mais. Na verdade não queria contê-las. Magdalena chorava internamente para não piorar o estado da garota, amava Lazzáro como um filho e a Lia também.

Horas depois, a jovem insistiu que Magdalena fosse para casa descansar após ter acompanhado ela durante a ultrassonografia e terem recebido notícias de que estava mesmo grávida. O bebê estava bem, Lia estava de quatro semanas, muito recente.

A médica havia dito que não conseguia ouvir ainda o coração por causa do curto tempo de gestação, no entanto garantiu que estava começando a gerar uma vida e que estava tudo certo no útero dela. 

Horas mais tarde, era madrugada e ela se encontrava deitada alisando a barriga sem conseguir ainda parar de chorar. A cabeça quase explodindo de dor, a todo momento revivendo os momentos terríveis que passou com Hayden e o momento do tiro. Se sentia culpada, seu amor estava disposto a dar a vida por ela, se ele morresse, nunca se perdoaria. O coração aumentou de tamanho com o amor que crescia, pelo ser que carregava e pelo homem da sua vida por quem seria capaz de tudo, assim como ele foi por ela.

— Precisamos ter fé, a Mag disse... O seu papai vai ficar bem. Por favor Deus... — implorou olhando para o céu.

Na manhã seguinte, a médica voltou ao quarto para ver como ela estava e dizer que estava liberada para ir para casa meio dia. Naquele instante outros dois médicos entraram com expressões indecifráveis. Lia já começou a entrar em pânico suspeitando o pior.

— Lia Hamilton? — disse um deles.

— Sim. Sou eu, o que aconteceu? — já podia sentir o desespero se instalando.

— O senhor Bartholomeu saiu da sala de cirurgia há algumas horas, o deixamos de repouso para que nada se agravasse, tudo ocorreu bem,  conseguimos reanimá-lo e agora está acordado. Exatamente há dez minutos e ele só fala o seu nome, Lia Hamilton. Pedimos que vá vê-lo antes que fique agitado e complique a cirurgia.

— Aí meu Deus! — exclamou sorrindo — Muito obrigada. — agradeceu aos céus e desceu da cama correndo.

— Venha conosco. — os médicos lhe guiaram para o andar de cima do hospital num quarto distante dos outros.

— Fique a vontade. Qualquer coisa aperte o botão de socorro. — ela então entrou.

Com lágrimas nos olhos se aproximou dele na cama que ainda balbuciava Lia Hamilton sem parar.

— Meu amor, estou aqui... — disse com o queixo tremendo — Lazzáro... — alisou o rosto dele quase explodido de felicidade por vê-lo vivo.

— Lia... — ela sorriu. Sempre amou ouvir seu nome sendo pronunciado por ele.

— Vai ficar tudo bem. Aí Deus, obrigada! — agradeceu novamente olhando para cima e depois voltando a olhar para ele — Descansa... Estou aqui, não vou a lugar nenhum e espero que você também não.

Abraçou o corpo deitado com todo carinho e cuidado, conseguia sentir o peito dele subir e descer rapidamente e o dela imitando o dele. Lazzáro naquele momento conseguia sentir seu interior queimar de amor, estava novamente com a sua mulher em seus braços, mesmo que não dá forma que queria, mas estava lá. Com ela. Se pegou pensando que seria capaz de enfrentar tudo de novo, Lia valia cada respiração que saia dele.

No momento em que a viu em perigo não pensou em mais nada que não fosse o bem da sua amada, assim como aconteceu desde o começo. Para Lazzáro Bartholomeu tudo que sempre importou desde o início fora ela, Lia Hamilton, sua felicidade, sua vida. Tudo que havia feito fora por ela e não se arrependia de nada, absolutamente nada.








Oieee migas e migos ❤️❤️❤️

Lazzáro vai ficar bemmm ❤️❤️❤️

Eu espero muito que vcs tenham gostado do capítulo, votem e comentem por favor ❤️❤️❤️

OBS: já temos livro novo na área, se chama "O AMOR DE UM VIKING" Disponível no meu perfil. Beijaooo

Não Pode Me Amar (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora