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Lazzáro Bartholomeu 

Eu não podia crer no que estava vendo ou no que estava sentindo. Estava pensando como um filho da mãe possessivo de merda. Lia jamais desistiria de mim tão rápido assim, isso poderia ser um engano, mas não diminuía minha raiva em ver outro homem encostando nela.

Me aproximei lentamente até que percebessem minha presença e eu não esperava reação diferente dela. Seus olhos brilharam em felicidade, o rosto abatido mudou em segundos, mas estava surpresa, nervosa. O rapaz não largou a mão dela, eu fiz questão de dar meu olhar mais desaprovador possível, ele pareceu ter entendido o recado quando soltou-a.

— Oi. — falei olhando para ela querendo muito beijá-la.

— Oi. — respondeu de forma emocionada, mas seca.

— Lia, foi um prazer te ajudar. Quando quiser, é só me pedir. — ele disse ignorando minha presença.

— Muito obrigada, Michael. — agradeceu de forma doce. Como sempre.

— Ela não vai precisar. — soltei. Não me controlei.

— Quem é você? — perguntou o tal Michael.

— Ele é meu... — Lia pareceu perdida nas palavras.

Eu não podia julgá-la, ela não sabia mesmo quem eu era para ela. Então, a partir daquele momento eu fiz questão de esclarecer para quem quer que fosse.

— Marido. Sou o marido dela. — ambos me olharam surpresos.

Não havíamos nos divorciado. No papel ainda éramos casados e após aquele momento, ela seria minha esposa em todos os sentidos. De verdade dessa vez.

— Eu não sabia diss... — olhei para seu rosto e percebi que ele acreditou mesmo.

— Muito prazer, sou Michael, colega de trabalho dela e vim ajudá-la com os gatos que ela resgatou. — levantou a mão e eu a apertei mais forte que o normal.

Estava sendo um idiota, sabia disso.

— Lazzáro Bartholomeu. — percebi em seus olhos que notara meu aperto forte, mas nada disse.

Aproveitei para observá-lo. Era branco, magro, da altura dela, continha uma energia dúbia. Achei estranho, ou deveria ser o ciúmes?

— Gostei muito de passar algum tempo com você. Até mais. — despediu-se parecendo que queria me provocar. Deve ter sido por eu ter apertado tão forte sua mão.

— Qualquer um gosta de passar um tempo com ela. Lia é simplesmente maravilhosa. Até mais, Michael. — peguei em sua mão me chocando com o idiota para entrar na casa de Magdalena.

— Ei, o que foi? — Lia indagou confusa.

— Estou com ciúmes daquele filho da puta. — só ali notei minha respiração ofegante e minhas mãos tremendo.

Sentir ciúmes era assim?

— Ele é um amigo que me ajudou com os gatinhos que eu busquei no abrigo de animais. Só isso. — explicou calma.

— Eu sei, eu sei. Eu confio em cada fio de cabelo seu. Você é maravilhosa e ele gosta de você, vi nos olhos dele. Fiquei com raiva por ele ter encostado em você. Porra, eu nunca senti essa merda antes. — grunhi estressado.

Ela parecia saber perfeitamente a forma de me acalmar. Com seus braços magros ela me laçou o pescoço, puxei seu corpo para perto do meu sem deixar nenhum milímetro de espaço.

— Eu senti tanto, mas tanto a sua falta. — sussurrei. Tê-la em meus braços era a melhor sensação do mundo.

— E eu muito mais. — sua voz me fez saber que chorava.

Não Pode Me Amar (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora