Recuperando

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-Ele não está demorando muito para acordar?

Escuto a voz de Marcela e abro os olhos lentamente, Marcela meus pais e alguns médicos estavam ao meu redor me olhando

-Acordou!!! - minha mãe me abraça, parecia até que eu havia dormido séculos, logo depois meu pai se aproxima e beija minha testa, e então eles olham pra mim e pra Marcela e então saem do quarto junto com os médicos

-Já estava ficando preocupada - ela diz me olhando

Eu estava com tubos no nariz e olho minha perna, que estava engessada, tento mexe-la e fazendo força sinto a perna mexer, sinto parafusos na minha perna, volto a olhar Marcela e olho para ela um tempo calado

-A quanto tempo estou dormindo? -pergunto com dificuldade estava rouco, minha garganta doía bastante

-2 dias! - ela diz sorrindo - Eles.conseguiram resolver o problema da sua perna e... eu fiquei esperando você acordar - ela diz tímida

-Esses 2 dias? - pergunto deslizando a mão sobre meu tubo de respiração lentamente

-Sim, até dormi ao seu lado - Marcela diz ainda sorrindo

Me sinto corar com o que ela disse e sorrio sem jeito descansando a mão perto da minha perna

-E como você está? - pergunto baixo alisando rapidamente meu cabelo

-Bem, quer dizer eu estava preocupada - ela diz olhando nos meus olhos

-Quando poderei ir para casa? - pergunto percebendo que ela me olhava

-não sei direito mas acho que hoje não - ela diz olhando umas flores que estavam em um vaso perto da minha cama

-Obrigado por me trazer aqui - digo sentindo minha garganta arder

Ela cora e eu olho para ela sorrindo, ela sorri pra mim parecendo pensar no que dizer

-Aquilo era o mínimo que eu podia fazer - ela diz me olhando

Coro mais olhando para o lado sem saber o que dizer e percebo Marcela se aproximando lentamente, quando ela está bem perto do meu rosto ela para, como uma permissão, me aproximo também, e sinto nossos lábios se encostando, nos encaminhando para um beijo calmo e lento, estava com saudade de seu beijo aos poucos minha língua ia lentamente pedindo passagem de encontro a dela, ela sorri enquanto me beija e rio baixo parando o beijo, ficamos nos olhando por um tempo e um silêncio percorre o ambiente, olhávamos fixamente um nos olhos dos outros e nossos olhares já. diziam tudo que estávamos pensando

Conseguimos escutar meus pais discutindo do lado de fora

-Marcos sofre tanto - escuto meu pai dizendo

-Sempre sofreu mas o jeito como ele consegue levar as coisas é realmente digna de Palmas, ou melhor Palmas não, Tocantins inteira - escuto minha mãe tentando ser engraçada, ela tem que parar com isso sinceramente, escuto meu pai rindo forçado como sempre das piadas da minha mãe

-Acho que essa garota faz bem pra ele - meu pai diz

- Também acho -minha mãe diz em tom de concordância e param de falar

Marcela sorri e os médicos entram no quarto

- Desculpe - diz uma enfermeira - teremos de pedir.para que a visita se retire para que o paciente possa descansar, reviro os olhos

-Ok, até mais tarde Marcos - Marcela diz e beija minha bochecha saindo do quarto com passos pequenos, a observo sair do quarto, os médicos também saem, olho para cima fitando um ventilador antigo que havia no local, observando que ele não estava bem preso na parede, fico observando o ventilador enquanto meus pensamentos voavam distantes dali, apenas pensava em Marcela, um sorriso bobo se forma em meus lábios enquanto penso nela

Depois de um tempo retomo a mim, ali fitando o ventilador que era a única coisa a quebrar o silêncio do local, encosto o rosto no travesseiro e fico ali um tempo pensativo até que adormeço

Um único verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora