Nem sempre é justo

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Acordo algumas horas depois, estava de noite ainda e minha garganta estava seca, Marcela estava encima de mim dormindo, começou a ficar frio então desliguei o ar-condicionado e sem me mexer muito peguei o pacote de Doritos na cadeira dela, abri com cuidado e tirei o outro da poltrona dela, coloquei Marcela na poltrona dela com cuidado, não a acordo. Uffa.

Como o Doritos observando o trajeto que o ônibus fazia, não dava para ver muito apenas aquilo que o farol do ônibus iluminava, fico impressionado como era tudo mato, ou vegetação rasteira, fala sério a gente ta indo pra floresta? Não é possível e como demora também, literalmente a floresta Amazônica?

Termino de comer o Doritos e coloco o pacote vazio dentro da bandeja na poltrona da frente, olho para o lado e vejo meu irmão dormindo, junto com a outra garota, percebo que os dois tremiam um pouco, me levanto indo até a poltrona deles e desligo o ar-condicionado, logo eles param de tremer, olho para o lado e vejo o banheiro, caminho até o mesmo sem pressa vendo as pessoas dormindo, parecia que só tinha eu e o motorista acordados

Vou até o banheiro e fico lá um tempo, olho para o espelho manchado que estava no centro do pequeno banheiro, a descarga era a vácuo, achei aquilo o Maximo fiquei lá apertando a descarga até cansar, saio do banheiro e dou de cara com minha professora, de braços cruzados, ótimo lá vem problemas

-Olá Marcos – ela diz me olhando e então ajeita sua saia

-Olá professora – digo baixo prevendo o pior

-O que fazia lá dentro? – ela pergunta rígida

-Esta me perguntando o que eu estava fazendo no banheiro? Lá dentro do banheiro? – ela concorda com a cabeça – O que todas as pessoas normais fazem num banheiro eu acho – digo estranhando sua pergunta e sua posição sobre isso

-Veja se isso são modos! – ela diz levemente brava

-Mas o que eu... – ela me interrompe antes de eu terminar a frase

-Ainda não terminei – ela diz estendendo a mão e fazendo um gesto para que eu ficasse calado – Vá dormir estão todos dormindo

-Psh fala serio você não é minha mãe – ela arregala os olhos, cala boca e vai dormir Marcos Affe agora estou ferrado

-Como disse? – ela coloca a mão sobre o ouvido

Meu instinto não me deixa ficar calado e deixar que ela me trate assim, fala sério não fiz nada se ela quer me atacar vou me defender, e a melhor defesa é o ataque

-Isso mesmo que você ouviu – cruzo os braços encarando ela, nossos olhares se cruzam e quase dava para ver faíscas saindo dos nossos olhos

-Vou fingir que não ouvi isso mocinho, mas quando voltarmos para a escola falarei com seus pais! – ela diz carrancuda, fala, fale mesmo

-Acho que aí já não é mais problema meu professora

-O que aconteceu em Marcos? Você está estranho é por quê? Por que esta namorando? É isso? – ela começa a me bombardear com perguntas

-Virou interrogatório? – digo indiferente, ela faz não com a cabeça em discordância ao meu ato, mas fala sério, quem está estranho é ela!

 -Você tinha tudo para ser um aluno brilhante Marcos! – ela diz com o nariz empinado evitando olhar pra mim

-Todos temos professora o problema é que as coisas não são como a gente quer – digo e seus olhos se enchem de lagrimas

Eu fiz alguma coisa? Que aconteceu aqui?

-Pois saiba que era meu aluno preferido! – ela diz limpando o rosto e sai alguns para trás

-Não professora... – vou atrás dela – Me descul... – assim que encosto no braço dela ela me vira e dá um tapa forte e rápido no meu rosto, sinto meu rosto arder na região da minha bochecha e fico com o rosto virado, meu cabelo tampava meus olhos mas percebo que ela olhava para mim mesmo com o rosto virado

Um único verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora