20• Apenas relaxe

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- Alô?

- Olá, Verônica!

- Desculpa a pergunta, mas quem é? - Ajeito o cabelo de Joaquim com uma mão com o telefone preso entre o rosto e a orelha e com a outra tento ajeitar o maldito uniforme de Kauã.

Suspiro irritado do outro lado da linha

- Erak, querida!

- Ah, entendi. Olha não querendo ser grossa nem nada, mas quem deveria estar suspirando irritada, nesse caso seria eu, que curiosamente sou a mãe ocupada da situação.

- Tudo bem, eu entendo. Agora será que eu devo dizer que esse "não querendo ser grossa" curiosamente não valeu de porra nenhuma?

- Não, você não deve!

- Certo, então não direi.

Como se já não tivesse dito, não é mesmo?

Termino de organizar os meninos e chispo eles pra cozinha tomar café.

Silêncio dos dois lados da linha.

- Quer sair comigo?

Engasgo com o café que eu mal comecei a tomar e me recomponho pra não fazer feio, estamos em uma ligação com um cara muito gato, muito lindo, charmoso e educado, um grande filho da puta delicioso.

- É claro, por que não?

- Por inúmeras razões, quem sabe?!

- Engraçadinho.

- Hoje pra você esta bom?

- Tenho que fazer algumas coisinhas, mas se quiser podemos nos ver a tarde?

- Vai levar seus filhos na escola?

- An... sim.

- Se quiser eu posso levar vocês e...

- Não precisa se dar ao trabalho Erak, você provavelmente esta do outro lado da cidade e..

- Ah, na verdade estou na frente da sua casa!

- QUÊ?

(...)

Tudo bem, Erak não é Dominic e isso eu preciso deixar bem claro pra mim mesma que é uma grande idiota e adora se apaixonar por pessoas malucas com tendências psicóticas. Então se eu entender isso, tudo ficará bem, eu só simplesmente tenho fé nisso e foda-se o resto, assim como o filha da puta do Dominic meteu o foda-se em mim!

- Então, algum sinal do Dom?

Que ótimo começo de assunto emmm? Mas tá pra nascer alguém tão idiota como você VERÔNICA IMBECIL DE MERDA.

- Dominic é ótimo em sumir no mapa. Geralmente ele não costuma dar muitos detalhes da onde vai ou o porquê, então é... nada de novo.

- AH.

- Ei crianças chegamos.

Como todos os dias, meus filhos fazem uma pequena cena sobre não quererem ir pra escola, eu finjo não ouvir para não soltar um monólogo sermão, confiro os lanches, ajeito o uniforme mais uma vez, apenas para compor as dez vezes anteriores que fiz, dou um beijo em cada um e faço uma ameaça positiva sobre não se comportarem ou desrespeitarem alguém. No fim, entro de volta no carro, retoco o batom e tento começar uma conversa mais suave com Erak, que no fim não dá muito certo e acaba em Dominic Antoni Sanchez de novo.

O interessante disso tudo é ver a paciência dele em me responder cada pergunta e sempre parecer otimista sobre qualquer merda que eu com meu pessimismo taco na roda.

DOMINIC SANCHEZOnde histórias criam vida. Descubra agora